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A instituição na qual um futuro sacerdote recebe sua formação intelectual e espiritual é conhecida como seminário. A Igreja nem sempre formou seus sacerdotes exatamente da mesma maneira, e parece que o Cardeal inglês Reginald Pole foi o primeiro a usar a palavra “seminário”, em 1556, no presente sentido de uma instituição exclusivamente dedicada à formação do clero.

Para os primeiros séculos da Igreja, a escassa documentação nos leva a crer que os jovens que desejavam abraçar o sacerdócio recebiam sua instrução privadamente, vivendo, aprendendo e ajudando o Bispo local e com seu presbitério. Gradualmente, um treinamento mais formal resultou nos colégios das catedrais, sob a supervisão do Bispo, e dos mosteiros; depois, na Idade Média, ao redor das grandes Universidades.

Mas várias circunstâncias levaram a abusos e uma progressiva degeneração dos estudos e da disciplina até o Concílio de Trento. Este santo Concílio, o qual deu atenção bastante meticulosa para o aprimoramento da disciplina da Igreja em todos os domínios, preocupava-se de modo especial com a questão da formação sacerdotal. Finalmente, em 1563, em sua 23ª sessão, o Concílio sancionou seu decreto para os seminários, que permanece até hoje a lei fundamental para a formação clerical.

O seminário existe, por conseguinte, para formar padres. O que essa formação abrange? A natureza do sacerdócio nos dá a simples resposta: o padre vai receber poderes espirituais extremamente gigantescos sobre tanto o Corpo como o Sangue de Cristo, que ele consagra na Missa e distribui na Sagrada Comunhão, e sobre o Corpo Místico de Cristo, isto é, os membros da Igreja, cujos pecados ele absolve; além disso ele deve instruir os fiéis nos ensinamentos e na lei de Deus.

Sua preparação no seminário corresponde a essas tarefas futuras: ele estuda em grandes detalhes os vários aspectos da doutrina que um dia ele deverá transmitir aos outros, e defender em nome da Igreja; e ele se santifica para que seja verdadeiramente um alter Christus (“um outro Cristo”) em sua vida, assim como ele o é pelos poderes que recebe. Cada detalhe de sua vida e de seus estudos no seminário procura preparar o jovem em sua vocação.

A Vida Cotidiana

Horários

A vida diária no Seminário nem sempre é fácil, especialmente para os recém-chegados. O dia começa com o toque do despertar às 6:00. Às 6:30, a comunidade se reúne para recitar o Ofício da Prima na capela-mor. Uma meditação de 25 minutos se segue à Prima, e a Santa Missa é oferecida às 7:15. Concluída a Missa, é feita uma ação de graças de dez minutos.

A comunidade então se reúne no refeitório para um rápido café-da-manhã, e depois uma série de tarefas precisa ser feita antes da primeira aula do dia. Essas tarefas incluem arrumar mesas, lavar louças, limpar banheiros, varrer o chão, limpar as salas de aula, e geralmente manter tudo em boa ordem. Todas as tarefas são colocadas num mural, e elas mudam a cada semana, dando aos seminaristas experiência variada das diferentes tarefas designadas para eles.

As aulas da manhã começam às 9:00 e terminam às 11:50, com um intervalo de dez minutos entre cada uma das três aulas. Ao som do sino de 11:50, aqueles que foram designados para arranjar as mesas e lavar as louças na semana vão à cozinha e ao refeitório para arrumar a refeição comunitária e almoçar meia hora mais cedo. O resto da comunidade vai a capela às 12:15 para recitar o Ofício da Sexta. Depois da Sexta, é rezado o Angelus e todos vão para o refeitório almoçar.

Durante esta refeição, bem como durante o jantar, é lido um trecho do Novo Testamento em Latim, seguido de uma leitura, em Inglês, de um livro de interesse religioso, político ou histórico. A leitura geralmente dura por cerca de três quartos da refeição, e no fim, toca-se um sino; a leitura para, e a comunidade tem permissão para conversar. Nos Domingos e dias de festa, o sino é tocado imediatamente depois do pequeno trecho da Escritura. Quando o sino toca novamente, ao final da refeição, todos se levantam para dar graças a Deus.

O lazer da tarde começa então para aqueles que não têm nenhum trabalho para fazer. Dura cerca de 55 minutos. Pode-se passar o recreio fazendo uma caminhada, descansar na sala de recreação com uma leitura, jogando jogos de tabuleiro, ping-pong, futebol. Dependendo da estação, pode-se também jogar basquete, vôlei, futebol, hóquei, sledding ou até mesmo guerra de bola de neve! Alguns seminaristas gostam de passar este tempo na Sala de Música desenvolvendo seu talento musical com o piano ou outros instrumentos.

Das 14:00 às 17:30, é hora de estudar para a maior parte da comunidade, com uma pausa para o lanche de quinze minutos às 15:30. Às 17:30, nas segundas, terças, quintas e sábados, o reitor ou o vice-reitor dá uma conferência espiritual. Nas sextas-feiras, canto gregoriano é praticado pela comunidade antes da conferência espiritual.

Às 18:00 é rezado o Terço por toda a comunidade. Nas quintas-feiras, a Benção do Santíssimo Sacramento toma o lugar do Terço, que então é rezado privadamente.

O jantar é às 18:30 e é seguido de uma curta recreação de cerca de quarenta minutos. Para a recreação da noite, os seminaristas fazem caminhadas, jogam jogos de tabuleiros ou de cartas, leem, ou jogam futebol, bilhar, ping-pong. No fim da primavera e começo do verão, futebol, vôlei, e basquete são bastante apreciadas (bem como hóquei no inverno).

Às 19:45 o sino toca acabando com o tempo para o lazer e o começo da hora de estudo, que dura até 20:40. Para os estudantes de Humanidades e do Primeiro Ano, o tempo de estudo é feito no Salão de Estudos. Aqui, em uma das salas, um diácono é designado para auxiliar os seminaristas enquanto estudam.

Às 20:45, o Ofício noturno das Completas é cantado na capela para agradecer a Deus pelas graças e bençãos do dia, e para pedir Seu contínuo auxílio e proteção. Quando as Completas terminam, o dia termina e o silêncio desce sobre o Seminário com mais rigidez do que o silêncio habitual. Desde cerca de 21:05 até 22:00, os seminaristas podem ficar na capela ou ir para seus quartos para se prepararem para dormir e para um outro dia a serviço de Deus. Às 22:00, os seminaristas devem desligar as luzes e ir dormir. Durante o Grande Silêncio, das 22:00 às 6:00 do outro dia, nenhuma torneira deve ser aberta e todo barulho deve ser evitado.

Nos Domingos e dias de festa, o horário varia um pouco por causa da solenidade das cerimônias litúrgicas. Não há aulas nesses dias, e há períodos maiores de recreação; os seminaristas também tem as tardes de quarta-feira de folga para lazer ou (com permissão) para ir a cidade fazer compras necessárias.

O espírito de oração, nutrido tantas vezes durante o dia na capela, e na devoção pessoal de cada um, permeia toda a existência do seminarista, enquanto este se esforça para se conformar plenamente com o exemplo de Nosso Senhor, cujo ministro ele espera se tornar. Todos os demais convivem em espírito de caridade fraternal, assim como a Igreja sempre considerou ideal tanto para os padres quanto para os futuros padres, ajudando-se mutualmente pela amizade, auxílio e encorajamento.

Silêncio

O fervor de uma casa religiosa pode ser medido pela observância da regra do silêncio. O silêncio é um meio indispensável para a oração, para o recolhimento, e para a união com Deus. Ele é, consequentemente, a regra mais importante do Seminário. Com raras exceções, deve-se guardar o silêncio em todos os momentos, fora das horas de lazer. Além do silêncio geral, há o Grande Silêncio. Este começa quando o sino toca para as Completas, às 20:45. Às 22:00, um silêncio ainda mais perfeito deve ser observado, não fazendo correr água até as 6:00 da manhã seguinte.

Depois do café da manhã, quando recomeça o serviço das refeições, termina o Grande Silêncio. É permitido falar, se necessário, durante as refeições, para melhor cumprir a tarefa, mas o silêncio geral ainda deve ser observado. Desta maneira, os seminaristas são lembrados que seu trabalho deve ser feito em união com Deus, e oferecido a Ele com uma intenção sobrenatural.

Trabalhos manuais

Os trabalhos manuais constituem grande parte do dia para os seminaristas no Sábado, bem como para os irmãos religiosos nos outros dias da semana. O dito trabalho pode incluir qualquer coisa desde cortar madeira a varrer folhas, cuidar da sacristia, digitar algo nos computadores, trabalhar nas caldeiras do Seminário, consertar carros, pintar, limpar, e por aí vai. Todo esse trabalho é feito a tarde, logo após a hora de lazer do meio-dia, e dura aproximadamente duas horas e meia.

Lazer

Nos Domingos e nas quartas-feiras, após o almoço, a comunidade tem uma hora de lazer maior. Há várias possíveis atividades e todos são livres para fazerem o que quiserem, embora seja necessário estar fora do prédio do seminário e com pelo menos um outro seminarista por duas horas.

Na primavera e no verão, pode-se ocupar em várias atividades como futebol, basquete, vôlei, bocce, e cavalgar; no outono e no inverso: beisebol, futebol americano, sledding, e guerra de bolas de neve! Há sempre um grupo regular de seminaristas fazendo caminhada e bastante espaço para andar no seminário para aqueles que se interessam.

Além da recreação de Domingo e de quarta-feira, há também vários dias de festas e solenidades durante o ano. Nesses dias, o cronograma é o mesmo do Domingo. Durante o ano, o Seminário concede cinco dias livres: o Dia de Ação de Graças, três dias de fevereiro seguidos às provas de meio do ano e à recepção da batina e da tonsura, e na segunda-feira após Pentecostes. Nos dias livres, depois de assistir a Santa Missa, os seminaristas podem passar o dia como quiserem, contanto que voltem ao Seminário às 20:45 para as Completas.

As trilhas em comunidade são outra atividade de lazer pela qual todos esperam ansiosamente. Estas trilhas consistem em uma atividade que toma o dia todo, preparada previamente por alguns seminaristas, onde um caminho de oito a dez milhas é percorrido por toda a comunidade. Na véspera do grande dia, os organizadores devem garantir comida o bastante para o almoço. No dia, todos amontoam-se no ônibus do Seminário e nos carros de apoio às 9:00, ansiosos por esquecer ao menos por um tempo seus estudos e relaxar. As trilhas normalmente acabam às 16:00 e na volta para o Seminário, os trilheiros fatigados asseiam-se para rezar o Terço. Os seminaristas sempre esperam ansiosamente para o almoço na trilha, pois geralmente é de pizza e cerveja!

O quarto do seminarista

O quarto do seminarista é modesto. Tem uma cama, uma escrivaninha e uma cadeira, uma pia, uma cômoda e um guarda-roupa para as roupas, algumas estantes para livros, e um crucifixo. O seminarista deve aprender a amar seu quarto com os propósitos de estudo e oração. É principalmente aqui que ele deve aprender a adquirir as duas condições indispensáveis para o apostolado sacerdotal: a doutrina e a piedade.

Os estudos do seminarista

O dia do seminarista é equilibrado entre estudo, oração, trabalho e lazer, com ênfase no estudo. Estudo e piedade são qualidades necessárias para um futuro padre, por isso o cronograma do Seminário é feito visando este equilíbrio.

Humanidades

O propósito do ano extra de Humanidades é dar aos estudantes uma base nas matérias que são fundamentais para fornecer uma formação sólida e natural para os futuros sacerdotes; uma formação que falta em muitos dos jovens que se apresentam ao Seminário hoje.

Em Religião, as verdades básicas de Fé são vistas como em uma típica catequese. Em História, os jovens são ensinados sobre a Antiguidade Clássica e como a civilização cristã foi inconscientemente preparada pelos gregos e romanos. Em Literatura, os seminaristas aprendem os vários estágios do desenvolvimento da literatura através dos séculos, e como este instrumento poderoso formou os pensamentos, discursos e acordos da civilização cristã. Gramática e Redação ajudam o jovens a se expressar com inteligência e clareza, e a serem capazes de compreender os textos que lhe são dados. Latim também é ensinado para dar ao recém-chegado uma introdução à língua da Igreja. Uma compreensão e apreciação de boa música é uma outra ferramenta para o apostolado sacerdotal, e por isso os estudantes são apresentados às músicas dos grandes compositores e são ensinados um pouco de história e teoria da Música.

Ano de Espiritualidade (1º ano)

O primeiro ano, ou ano da espiritualidade, pretende fazer o novo seminarista a se acostumar com as coisas de Deus e à vida espiritual da alma, e prepará-lo melhor para os estudos sacerdotais.

O estudo de Teologia Mística e Ascética constitui a essência do ano da espiritualidade. O seminarista aqui conhece o que é a vida espiritual, e os princípios de como alcançar a perfeição cristã.

Em Atos do Magistério, os seminaristas estudam a doutrina da Igreja contida nas encíclicas papais, especialmente os Papas dos dois últimos séculos, até e inclusive Pio XII, que lidou com os erros do modernismo, liberalismo, naturalismo e afins.

Latim continua sendo estudado pelos seminaristas para desenvolver uma maior proficiência na linguagem da Igreja e em sua Liturgia.

No primeiro ano de Escrituras, os seminaristas aprendem a história das Sagradas Escrituras e termos peculiares como inspiração, autenticidade, canonicidade, e sua inerrância em relação a Verdade Revelada.

Nas aulas de Liturgia, a história da Sagrada Liturgia da Igreja é revista, com uma explicação do belo simbolismo em todos os elementos que constituem a Liturgia. A revolução litúrgica da última metade do séc. XX é uma importante parte do curso.

Canto gregoriano é outra parte importante da formação de um seminarista. Diferenciando-se substancialmente da música moderna, tanto na notação e na estrutura geral, o Canto aparenta ser um desafio para a maioria dos seminaristas, mas é a música litúrgica mais antiga e valorizada música litúrgica da Igreja.

Nos cinco anos de estudo intenso e exigente que se seguem, o seminarista estudará cada um dos seguintes temais gerais por um período de dois, três, ou quatro anos, cuidadosamente fiel ao ensinamento do Doutor Angélico, Santo Tomás de Aquino, cuja obra a Igreja adotou oficialmente como base para a educação sacerdotal.

Segundo Ano

 O curso de Filosofia é uma rotação de dois anos, compreendendo o segundo e o terceiro ano no currículo normal do Seminário. Aqui os seminaristas são introduzidos a um campo que é, para a maioria deles, desconhecido. Lógica, Cosmologia e Psicologia, Ética, Apologética, e História da Igreja são as novas matérias que serão estudadas no Segundo Ano.

Em Lógica, os seminaristas são ensinados a pensar com retidão, a debater um assunto com clareza, e reconhecer error ou falácias nos argumentos que lhes sejam apresentados. Os seminaristas de segundo e terceiro ano juntam-se para estudar um dos cursos “menores” de Filosofia – Cosmologia, Psicologia, Introdução a Filosofia, e Ética – cada um durando um semestre. Em Cosmologia, os seminaristas aprendem como os antigos filósofos observaram, explicaram, e categorizaram o Universo físico. Psicologia é a matéria na qual se estuda a alma humana de acordo com os ensinamentos de Aristóteles e Sto. Tomás de Aquino. Ética consiste no estudo dos princípios de conduta moral e, assim, serve de introdução básica para o estudo de Teologia Moral. Além de Filosofia, os seminaristas de segundo ano estudam Apologética, História da Igreja, e Sagrada Escritura.

Apologética, um curso de dois anos, estabelece a veracidade, autenticidade e a autoridade da Revelação Divina, e os meios para provar o papel único da Igreja como a única intérprete da Revelação. O alvo primário não é provar as verdades de Fé, mas mostrar que elas estão em perfeita harmonia com a razão, e que é adequado crer nelas. O curso demonstra, por exemplo, a possibilidade da Revelação Divina pela qual nós possuímos os artigos de Fé. Períodos posteriores do curso provam que Nosso Senhor fundou uma Igreja visível que é Una, Santa, Católica e Apostólica, que não é outra além da presente Igreja Católica.

A História da Igreja, que começa no segundo ano, extende-se até o quinto ano, e familiariza o seminarista com os vinte séculos da gloriosa história da Igreja, proporcionando-lhe inestimáveis exemplos e lições, e munindo-lhe para refutar as falsidades históricas dos hereges e inimigos da Fé contemporâneos.

Sagradas Escrituras é o único curso que é estudado em todos os seis anos de Seminário. Durante esses anos de formação, o seminarista nunca deixa os livros sagrados através dos quais, juntamente com a Tradição, Deus nos ensina aquilo que devemos crer. Cursos gerais oferecem uma introdução ao Antigo e Novo Testamentos; outros cursos tomam um livro em particular, ou uma série de livros, e examinam-nos mais detalhadamente, preparando o futuro sacerdote para fazer o mesmo com aqueles que ele não estudará nas aulas.

Terceiro Ano

O terceiro ano, ou segundo ano de Filosofia, é o ano de Metafísica. A maioria das matérias do segundo ano continuam também no terceiro, por isso Metafísica é a única que pede explicação. Aqui o seminarista aplica-se ao estudo meticuloso das mais elevadas leis e princípios gerais do Ser, e a Teodicéia, o estudo de Deus à luz da razão humana. É indiscutivelmente a matéria mais “assustadora” a ser encarada no seminário, mesmo para aqueles seminaristas de mente mais especuladora. O conhecimento adquirido, porém, é a recompensa do esforço necessário para aprender bem a matéria. Ela é fundamental para uma real compreensão da Teologia, especialmente no que tange à Ssma. Trindade, a Encarnação, e os Sacramentos.

Quarto, Quinto e Sexto Ano

O quarto, quinto, e sexto ano do Seminário são primeiramente dedicados ao estudo de Teologia Dogmática e Moral, e Direito Canônico. Os seminaristas desses anos assistem aulas juntos num ciclo de três anos. Os estudos de Sagrada Escritura e História continuam nesses anos.

Teologia Dogmática é dividida em duas classes separadas: Dogma I e Dogma II. O propósito de Dogma I é dar ao seminarista um conhecimento mais profundo das principais verdades de Fé. Em Dogma II é estuda as doutrinas que ou surgem ou complementa as verdades principais. Em ambas as disciplinas, estuda-se a divina Revelação contida nas Escrituras e na Tradição de um outro ponto de vista: o que o seminarista deve crer, e o que ele irá um dia explicar para os outros. Aqui o seminarista contempla Deus, Uno e Trino; a Criação; graça e pecado; Cristo e a Redenção; os Sacramentos; e os Novíssimos.

Em suas aulas de Teologia Moral, o seminarista começa a estudar em detalhes a Lei de Deus que um dia ele deverá pregar, e que será o fundamento de seu ministério no confessionário. Ele aprende os princípios gerais da moralidade, e depois estuda cada uma das virtudes e os pecados e culpas opostos a elas, considerando com especial atenção os casos mais particulares que ele poderá encontrar.

Em Direito Canônico, os seminaristas tem uma visão geral do livro eclesiástico em que a prudência está codificada. Tanto o antigo quanto o novo Código de Direito Canônico são estudados para que os seminaristas vejam a diferença entre os dois códigos e sejam capazes de fazer um prudente julgamento a respeito da apricação da mente tradicional da Igreja na legislação vigente.

Avaliações

Os seminaristas fazem provas duas vezes no ano. As primeiras provas acontecem no final do primeiro semestre, no fim de Janeiro, enquanto as provas finais no segundo semestre acontecem no começo de Junho, pouco antes das ordenações. Aqueles que estão em Humanidads e seminaristas do primeiro e segundo ano fazem provas escritas, enquanto os seminaristas do terceiro ao sexto ano fazem tanto provas escritas quanto orais.

Os Irmãos

No Seminário, os Irmãos formam uma parte importante da comunidade. O Arcebispo Lefebvre escreveu no Estatuto da Fraternidade que os irmãos deveriam ser como anjos da guara de nossas comunidades. Por sua vida de oração e simplicidade e generosidade amigável, eles são uma fonte de constante edificação para todos. O Seminário é a cada de formação dos irmãos onde eles fazem um postulantado de um ano e um noviciado de também um ano. Depois disso, eles tipicamente servem um ano ou mais como irmãos professos no Seminário até que sejam mandados para assistir às escolas ou outros priorados.

O objetivo primário dos irmãos da Fraternidade Sacerdotal São Pio X é a glória de Deus, sua própria santificação, e a salvação das almas. Seu papel particular é ajudar os padres no apostolado dos priorados, seminários e escolas. Por sua vida de oração regular, e, mais concretamente, por fazerem tudo que sejam capazes, seja cuidar do jardim, cozinhar, carpintaria, secretariado; ou mais diretamente ajudar no apostolado fazendo o trabalho de sacristia, catequese, ensino, e por aí vai, eles contribuem formidavelmente para a obra e a glória de Deus.

A Capela do Seminário

A capela do Seminário é de estilo neo-gótico. Construída no final da década de 40 por dominicanos, ela está cheia de imagens próprias da Ordem Dominicana. No centro da capela, está um crucifixo preto e branco, de mármore alemão, medindo doze pés, com uma representação de São Domingos, ajoelhado com as mãos tocando os pés da Cruz. O altar também é de mármore, e ostenta um emblema mariano do Rosário em seu centro. Quase todas os vitrais representam santos e símbolos dominicanos.

Neste lugar, a capela-mor, a Missa diária é oferecida para a comunidade e para os fiéis que desejam assisti-la. O Santo Sacrifício da Missa é o ato litúrgico central na Liturgia da Igreja. É aqui que o jovem levita vai fomentar e nutrir sua fé e amor pela Vítima do Calvário, Jesus Cristo, a Quem ele poderá ser chamado um dia a imitar como sacerdote, e a oferece-Lo a Deus Pai sobre o altar.

A benção do Santíssimo Sacramento é dada toda quinta-feira e aos Domingos, e depois das Vésperas II nas festas de primeira classe. Nesse momento, o fiel louva a Deus com hinos e orações, e Deus por sua vez abençoa o fiel através de Seu sacerdote, quando ele eleva o ostensório e faz o sinal da cruz sobre aqueles presentes.

Canto Gregoriano

O Canto Gregoriano tem sido usado na Liturgia da Igreja por séculos para adicionar esplendor aos Sagrados Ritos, e para elevar as mentes e os corações dos fiéis para as coisas de Deus. Por conseguinte, é parte importante da formação do seminarista aprender como cantar canto Gregoriano e, se possível, ensiná-lo a outros.

O coral do Seminário consiste de uma dúzia de seminaristas, escolhidos pelo diretor do coral, e aprovados pelo padre responsável pelo Canto Gregoriano. O coral ensaia duas vezes por semana para a Missa Solene no Domingo e para qualquer Missa Cantada durante a semana. Para o resto da comunidade, um ensaio separado é feito uma vez por semana, e chama-se Aula Comum. Na Aula Comum, o diretor do coral, ou um membro do coral escolhido por ele, prepara a comunidade para cantar nas Missas e Vésperas da semana, e ocasionalmente revisa alguns princípios teóricos do Canto Gregoriano.

Os sermões dos diáconos

Além de serem obrigados a rezar o Breviário inteiro todos os dias, e ocasionalmente fazer a purificação dos objetos litúrgicos, os diáconos também pregam aos fiéis nas Missas Rezadas nos Domingos.

Ordenações

Em seu caminho para o sacerdócio, o seminarista recebe sete ordens da Igreja, cuja sétima é o próprio sacerdócio. Essas ordens são vários degraus calcados pelo seminarista que vai se aproximando do momento de oferecer o Santo Sacrifício. Cada ordem dá ao que a recebe uma tarefa e função específica para realizar na vida da Igreja, e m correspondente aumento de responsabilidade. No seminário, as ordens são precedidas de dois degraus preliminares os quais são necessários para sua digna recepção.

Primeiros Passos

O primeiro passo importante que o novo seminarista dá em direção ao sacerdócio, embora relativamente pequeno em si mesmo, é em seu primeiro ano, quando ele recebe a batina ou o hábito clerical, de modo que se despoja das roupas de um leigo e se alista no serviço de Deus. A batina negra lembra ao seminarista, e a aqueles que o vêm, que ele está morto para o mundo e para as coisas do mundo. Ele é lembrado no sermão que agora ele deve agir como um sacerdote, já que todos que o vêm hão de pensar isto.

Essa cerimônia toma lugar no dia 2 de fevereiro, festa da Purificação, bem como a recepção da tonsura clerical pelos seminaristas do segundo ano. Pela tonsura, o seminarista torna-se um clérigo, um membro oficial do clero da Igreja. Na cerimônia, cinco mechas de cabelo são cortadas na forma de cruz, significando a renúncia às vaidades do mundo e a disposição em tomar a cruz e seguir a Jesus Cristo.

Ordens menores

Depois destes passos preparatórios, o seminarista está pronto para receber as primeiras ordens. As primeiras quatro ordens são conhecidas como “menores” porque, diferentemente das ordens maiores, elas não conferem caráter permanente.

Os seminaristas de terceiro ano recebem as duas primeiras ordens menores de Ostiário e Leitor. É trabalho do Ostiário cuidar da Casa de Deus e das coisas que nela há, de trazer os fiéis para dentro da igreja e manter os infiéis ou irreligiosos fora.

O Leitor tem a obrigação de ler os vários ensinamentos da Igreja com clareza de discurso, para que todos possam escutá-las bem.

Os seminaristas do quarto ano recebem aos outras duas ordens de Exorcista e Acólito. O Exorcista recebe participação do poder sacerdotal de expulsar demônios. Embora o seminarista nunca será realmente chamado a realizar um exorcismo, ele tem, no entanto, uma responsabilidade de viver de maneira que os demônios não se aproximem. O Acólito é o portador das luzes nas cerimônias litúrgicas da Igreja. Portanto, ele está obrigado a fazer a luz de seu bom exemplo brilhar perante os homens.

Ordens maiores

O quinto ano é, normalmente, o ano da recepção do subdiaconato. A característica mais marcantedesta cerimônia é o verdadeiro passo a frente que o ordenando dá, significando sua total entrega ao serviço de Deus, e sua perpétua renúncia a possibilidade de casamento e vida familiar. Eles estavam, até agora, livres para voltar para o mundo. De agora em diante, eles devem dedicar-se inteiramente ao serviço da Igreja. Os subdiáconos devem também rezar diariamente as oraões do Breviário, fazer a purificação dos panos usados no Santo Sacrifício da Missa. Eles estão obrigados, portanto, a uma maior pureza de vida para que possam dignos de tal ofício.

Durante o sexto e útimo ano de seminário, o ordenando recebe o diaconato. Para os diáconos, há uma íntima participação no Sacramento da Ordem. Sua principal tarefa é proclamar o Evangelho, mas eles também podem, se necessário, distribuir a Sagrada Comunhão, administrar o Batismo, e dar a Extrema-unção. No ano seguinte, eles serão elevados a dignidade do sacerdócio se forem considerados preparados.

O dia das ordenações diaconais e presbiterais no final de Junho é o maior evento no ano do Seminário. É uma ocasião de alegria para toda a comunidade e para os fiéis presentes, que vem em grande número de todo o país, para testemunhar a criação de novos sacerdotes; sacerdotes que vão dedicar suas vidas à salvação das almas em imitação a Jesus Cristo; sacerdotes que serão fiéis a sua tarefa, e ao espírito da Fraternidade e de seu amado fundador; a espírito do sacrifício e da generosidade, o espírito de oração e união com Deus. Para os ordenandos, é a culminação de seis ou mais anos de oração, estudo, e disciplina. Tudo que eles fizeram foi em vista desse momento – o momento no qual eles receberão o caráter sacerdotal. Com o Sacramento da Ordem, o novo sacerdote recebe o poder de consagrar, de perdoar pecados, e de abençoar os fiéis.

Na cerimônia de ordenação, o bispo consagrante é o primeiro a impor suas mãos na cabeça dos ordenandos, seguido de algum outro bispo presente, e finalmente de todo o clero presente. Isso é o que é conhecido como “matéria” do sacramento.

Após o canto do prefácio e a leitura da “fórmula” sacramental do rito de ordenação, as estolas dos ordenandos são cruzadas, e eles recebem a casula. Eles agora são sacerdotes. Entoa-se o Veni Creator para implorar a assistência do Espírito Santo e então as mãos dos ordenandos são ungidas com o óleo dos catecúmenos. Suas mãos são limpas com uma toalha e eles tocam na patena, na hóstia e no cálice com seus dedos.

Quando ofertam suas velas, os novos sacerdotes concelebram a Missa junto ao bispo ordenante. Os padres assistentes ajudam-nos a seguir o Missal. Depois da comunhão, o Bispo novamente impõe suas mãos sobre os novos sacerdotes e solicita sua futura obediência. Segurando as mãos do recém-ordenado entre as suas, o Bispo o admoesta e pede-lhe que prometa-lhe obediência. O padre responde, “Promitto” – “Eu prometo”. Então o Bispo lhe dá o sinal da paz, o abençoa, e lhes dá uma “penitência”. Canta-se o Te Deum, o hino de agradecimento, e todos os servidores, ministros e novos padres e diáconos fazem uma alegra procissão de volta a sacristia para tirar fotos e dar a benção final.

Depois da cerimônia, os fiéis ansiosamente esperam por uma oportunidade de receber a primeira benção dos novos sacerdotes. O sino do Seminário toca para chamar todos os ordenados e seus convidados para o almoço de comemoração. Para os fiéis que não possuem um convite especial, o Seminário fornece uma refeição separada. O outro dia começa com a primeira Missa dos padres recém-ordenados. Um padre assistente ajuda o jovem sacerdote a seguir as rúbricas do Missal, e dá o sermão em seu lugar. Depois de assistir a uma das primeiras Missas, a maioria dos fiéis retorna para casa. Eles retornam, sem dúvidas, com força renovada para a batalha espiritual, e com gratidão para com Deus por nos conceder o dom de novos sacerdotes.

Conclusão

Este é, portanto, o santo sacerdócio; a vocação a qual cada sacerdote é chamado; a Fraternidade de São Pio X, cuja principal preocupação são os sacerdotes e a formação de bons sacerdotes; e o programa de formação que seus membros recebem. Nós esperamos que muitas de suas dúvidas tenham sido respondidas. Para aquelas que ainda permanecem, e particularmente para dúvidas mais práticas que tenham a ver com a possibilidade de entrar no seminário, nós cordialmente lhe convidamos a contactar o Reitor de nosso seminário no seguinte endereço:
Director of Vocations
St. Thomas Aquinas Seminary
21077 Quarry Hill Rd.
Winona, Minnesota 55987
507-454-8000

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(Tradução livre da página oficial do Seminário St. Thomas Aquinas, em Winona, nos EUA: http://www.sspxseminary.org/seminary-life/life-at-the-seminary.html )