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Category Archives: Da Virgem Maria

Sermão de São João Damasceno sobre a Assunção da Virgem Maria

15 Quarta-feira Ago 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Virgem Maria

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Arca da Aliança, Assunção da Virgem Maria, catolicismo, dogma, Doutor da Igreja, Imaculada, ortodoxia, padres da Igreja, patrística, São João Damasceno, tradição

“Hoje, a Arca Santa e animada do Deus vivo, tendo concebido o seu Criador, repousa no Templo do Senhor, o Senhor que não foi criado pela mão do homem. Davi, seu antepassado, a exalta; com ele, os Anjos formam coros, os Arcanjos a celebram, as Virtudes a glorificam, os Principados vibram de contentamento, as Potesdades estão em plena alegria, as Dominações se deleitam e regozijam, os Tronos a festejam, os Querubins a louvam, os Serafins proclamam a sua glória.

Hoje, o Éden recebe o paraíso espiritual do novo Adão, onde nossa condenação foi revogada; a árvore da vida, plantada; e nossa nudez recoberta.
…
Hoje, a Virgem imaculada, intocada, preservada de qualquer paixão do mundo, porém, formada pelos desígnios celestes, sem retornar à Terra, habita – céu vivo – nas moradas celestes.

Aquela que para todos nós foi a fonte da verdadeira vida, como poderia ser submetida à morte? É certo que ela fora submetida à Lei estabelecida pelo próprio Filho: como filha do velho Adão, esteve sujeita à antiga condenação – assim como o próprio Filho, que é a Vida personificada, não a rejeitou -, mas, como Mãe do Deus Vivo, ela foi, justamente, erguida até Ele.

Eva, que aceitou as sugestões da serpente, foi condenada às dores do parto e à morte. Seu corpo foi deposto nas entranhas da terra.

Contudo, a Virgem Maria, verdadeiramente bem-aventurada, sempre profundamente imersa e em harmonia com a Palavra de Deus, concebeu pela ação do Espírito Santo e, diante da espiritual saudação do Arcanjo, sem volúpia ou união carnal, tornou-se a Mãe do Filho de Deus. Ela é aquela que O colocou no mundo, sem dor, aquela que se consagrou inteiramente a Deus. Com que poderes a morte conseguiria devorá-la? Como poderiam os infernos recebê-la? Como conseguiria a corrupção invadir este corpo que foi o templo da verdadeira Vida?

O caminho do céu estava preparado para ela; direto, aplanado e fácil. Se Jesus Cristo, que é a Verdade e a Vida dissera: ‘No lugar onde eu me encontro, aí estará, igualmente, o meu servidor’, como não estaria ao seu lado, gloriosa, Maria, a Sua Santa Mãe?”

Sermão de São João Damasceno (Oração 2, 2), Doutor da Igreja (675 – 749 d.C.)

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As quinze promessas do Santo Rosário

07 Terça-feira Ago 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Virgem Maria, Dos Santos e Santas, História da Igreja

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1428, 1475, alain de la roche, ave-maria, bem-aventurada virgem maria, devoção mariana, dominicanos, Igreja Católica, mãe de deus, morte, oração, pai-nosso, promessas divinas, quinze promessas, rosário, sacramentos da igreja, saltério, são domingos, terço

[Agradeço ao Pe. Ernesto Cardozo que me enviou este texto.]

“Alguém que rezava o Saltério da Virgem Maria foi assaltado, durante sete longos anos, por espantosas tentações dos demônios, às vezes em seus sentimentos, às vezes fisicamente. E, por todo esse tempo, quase não teve consolação, a mínima que fosse. Por misericórdia de Deus, apareceu-lhe enfim a Rainha da Clemência que, acompanhada por alguns santos, visitando-o, de quando em quando, e derrotando Ela mesma a tentação, libertou-o do perigo […] e lhe confiou a tarefa de pregar este Rosário”.

No início do ano de 1475, o frade dominicano Alano da Rocha[1] decidia passar para o papel os eventos miraculosos dos quais havia sido protagonista alguns anos antes. Naquele momento, encontrava-se em Lille, onde participava, como professor de Teologia, do Capítulo da Congregação Reformada da Holanda.

Decidiu escrever seu memorial bem em tempo. A 8 de setembro daquele mesmo ano, o frade dominicano morreria em odor de santidade, no convento de Zwolle, na Holanda, aos 47 anos, entregando ao povo cristão um tesouro de inestimável valor, recebido diretamente da Virgem Maria durante uma de suas aparições: quinze promessas “a todos os que rezarem meu Rosário com devoção”.

Mas quem era Alano de la Roche, para ser alvo de tanto afeto e predileção? Um nome que provavelmente só os historiadores da Ordem Dominicana conhecem. Nascido na Bretanha (França) em 1428, foi acolhido entre os seguidores de São Domingos no mosteiro de Dinan, diocese de Saint-Malo. Ali, muito jovem, fez a profissão religiosa, para mais tarde transferir-se para o convento de Lille. Depois dos estudos de filosofia e teologia no Colégio São Tiago, de Paris, recebeu do Capítulo Geral da Ordem, em 1459, a tarefa de lecionar durante o ano escolar de 1460-1461. Nesse meio tempo, durante uma visita a Lille, em 1460, foi nomeado membro da Congregação Reformada da Holanda, para tentar levar os conventos de volta à regra de observância.

“Quando Santa Maria o salvou”

Naqueles anos cheios de afazeres, a fama de grande teólogo se espalhou por toda a Ordem. Mas se espalhou ainda mais a fama ligada a sua extraordinária devoção a Nossa Senhora. “O mencionado padre […] havia muito tempo costumava oferecer o Rosário de Maria, numa assídua devoção diária a Deus, por intermédio da advogada Maria, Mãe de Deus”, escreve Alano, falando dele mesmo em terceira pessoa. Portanto, levava “uma vida segura com Deus na Ordem de sua vocação”. Esse estado de graça, infelizmente, não durou muito. Alano conta que, a partir de 1457, “foi muito afligido por uma doença enorme e importuna, por outras tentações e em combates muito cruéis, que teve de travar”. “Deus assim permitindo (uma vez que só Ele podia livrá-lo da tentação: coisa que a Igreja conhece por experiência, e também hoje sofre), eis que foi tentado muito cruelmente pelo diabo por sete anos inteiros, foi açoitado e duramente chicoteado”.

A vida do religioso se transformara num verdadeiro calvário. A tal ponto que, num dia não especificado do ano de 1464, quando vivia no convento da cidadela francesa de Douai, como professor, chegou a decidir acabar com a própria vida. “Certo dia, passava por um lúcido desespero da alma, na igreja de sua Sagrada Ordem”, escreve Alano. “Em verdade – Deus tenha piedade de nós! –, tendo a mão estendida do tentado retirado a faca, dobrou ele o braço e desferiu contra o pescoço com a lâmina afiada um golpe tão decidido e certeiro, para matar, que teria, sem sombra de dúvida, cortado o pescoço”. Mas, no momento em que tudo já parecia comprometido, alguma coisa aconteceu, de repente. “Sim, aproximou-se, com extrema misericórdia, a salvadora Maria e, com um gesto decidido em seu socorro, segurou seu braço, não lhe permitindo continuar, deu uma bofetada no desesperado e lhe disse: ‘Que estás fazendo, infeliz? Se tivesses pedido minha ajuda, como fizeste outras vezes, não terias incorrido em perigo tão grande’. Tendo dito isso, desapareceu, e o infeliz ficou sozinho”.

As quinze promessas

Depois daquela primeira aparição, as coisas não mudaram nem um pouco. Aliás, pioraram: as tentações voltaram a se apresentar com tamanha insistência, que fizeram amadurecer nele a ideia de abandonar a vida religiosa. Como se não bastasse, adoecera também gravemente, a ponto de convencer seus confrades a lhe darem a extrema unção. Mas, uma noite, quando “jazia miseravelmente em ardentíssimos gemidos”, pôs-se a invocar a Virgem Maria. E pela segunda vez ela o visitou. Uma luz ofuscante, “entre a décima e a undécima hora”, iluminou sua cela e “apareceu, majestosa, a Beatíssima Virgem Maria, que o saudou com extrema ternura”. Como verdadeira mãe, Nossa Senhora curvou-se para tratar das enfermidades do pobre homem. Dependurou-lhe ao pescoço uma corrente feita de seus cabelos, da qual pendiam cento e cinquenta pedras preciosas, entremeadas por outras quinze, “segundo o número de seu Rosário”, anota o frade. Maria travou um pacto não apenas com ele, mas que se estendia, “de modo espiritual e invisível, àqueles que rezam seu Rosário com devoção”.

Nesse momento, Nossa Senhora lhe disse: “Exulta, portanto, e alegra-te, ó esposo, pois me fizeste exultar muitas vezes, tantas quantas me saudou com meu Rosário. No entanto, enquanto eu estava feliz, tu muitas vezes estavas angustiado […]; mas por quê? Eu estabelecera dar-te coisas doces, por isso, por muitos anos, levava-te coisas amargas. […] Vamos, exulta agora”.

E assim se deu: após sete anos de inferno, começava para Alano uma outra vida. “Quando rezava o Rosário de Maria, ficava particularmente iluminado, tomado de uma letícia admirável, unida a uma inexplicável alegria.” Um dia, justamente quando estava rezando, a Virgem, outra vez, “dignou-se fazer-lhe muitas e brevíssimas revelações”, anota. “Aqui estão elas, e estas palavras são da Mãe de Deus:

1. Aquele que perseverar na oração de meu Rosário receberá qualquer graça que pedir.

2. A todos os que rezarem meu Rosário com devoção, prometo minha especialíssima proteção especial e grandes benefícios.

3. O Rosário será um escudo fortíssimo de defesa contra o inferno; destruirá os vícios, libertará do pecado e dissipará as heresias.

4. O Rosário fará florescerem as virtudes e obterá para seus devotos a misericórdia divina; substituirá no coração dos homens o amor ao mundo pelo amor a Deus, e os elevará a desejar as coisas celestes e eternas. Quantas almas se santificarão por esse meio!

5. A alma que se encomenda a mim por meio do Rosário não perecerá.

6. Quem rezar meu Rosário com devoção, meditando seus mistérios, não será oprimido pela desgraça, nem morrerá morte desgraçada. Se converterá, se for pecador; perseverará nas graças, se for justo; e em todo caso será admitido à vida eterna.

7. Os verdadeiros devotos de meu Rosário não morrerão sem os Sacramentos da Igreja.

8. Quero que todos os devotos do meu Rosário tenham durante sua vida e em sua morte a luz e a plenitude da graça, e sejam participes dos méritos dos bem-aventurados.

9. Libertarei muito prontamente do Purgatório as almas devotas do meu Rosário.

10. Os filhos verdadeiros de meu Rosário gozarão no Céu uma glória singular.

11. Tudo o que me pedirem por meio de meu Rosário, obterão prontamente.

12. Aqueles que propagarem meu Rosário serão socorridos por mim em todas as suas necessidades.

13. Todos os que rezem o Rosário terão por irmãos, durante a vida e na hora da morte, os bem-aventurados do Céu.

14. Aqueles que rezam meu Rosário são todos meus filhos amantíssimos, e irmãos de meu filho unigênito Jesus Cristo.

15. A devoção a meu Rosário é um sinal de predestinação à glória”[2].

Depois de “entregar” as quinze promessas, a Virgem se despediu, pedindo a Alano um gesto de obediência: “Prega as coisas que viste e ouviste. Não tenhas nenhum receio: eu estou contigo; eu te ajudarei e a todos os meus salmodiantes. Castigarei aqueles que se opuserem a ti”.

E Alano obedeceu prontamente: do biênio 1464-1465, período das aparições, até sua morte, o dominicano não faria mais nada a não ser defender, por meio da pregação, a amada devoção mariana, e instituir as Irmandades relacionadas com ela. Chegou mesmo a convencer, em 1474, o Capítulo dos dominicanos da Holanda a prescrever, pela primeira vez, o Rosário como oração a ser rezada pelas intenções dos vivos e dos mortos. Também nesse ano, em Frankfurt, na igreja dos dominicanos, era erigido o primeiro altar para uma Irmandade do Rosário

Enquanto isso, no último ano de sua vida, 1475, Alano pôs-se a escrever a Apologia do Rosário de Maria, dirigida a Ferrico[3], Bispo de Tournai (França), a fim de contar tudo o que lhe havia acontecido onze anos antes. Antes de voltar a Rostock, para reiniciar o ano letivo, parou em Zwolle, onde, em 15 de agosto, festa da Assunção de Maria Santíssima, adoeceu gravemente.

Cercado pelos confrades, que havia tempo já o consideravam beato, morreu na vigília da festa da Natividade da Bem-Aventurada Virgem Maria, celebrada a 8 de setembro.

Ele foi o grande apóstolo da propagação do Rosário, oração mariana que ele preferia chamar “Saltério da Virgem”, para o qual estabeleceu as características atuais, aumentando as 50 Ave-Marias que já se costumava rezar, mais 100, num total de 150, divididas em dezenas, intercaladas por 15 Pater-Noster; também fixou os cinco temas de meditação que hoje chamamos mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos. É seu mérito ter restabelecido a devoção ao Santo Rosário ensinada por São Domingo apenas um séculos antes e esquecida após sua morte.

Relata o Beato Alano uma aparição de São Domingos, na qual este lhe narrou o seguinte episódio: Rezando o Rosário, estava ele preparando-se para fazer na Catedral de Notre Dame de Paris um sermão sobre São João Evangelista. Apareceu-lhe então Nossa Senhora e lhe entregou um pergaminho, dizendo: “Domingos, por melhor que seja o sermão que decidiste pregar, trago aqui outro melhor”. Muito contente, leu o pergaminho, agradeceu de todo coração a Maria e se dirigiu ao púlpito para começar a pregação. Diante dele estavam os professores e alunos da Universidade de Paris, além de grande número de pessoas de importância. Sobre o Apóstolo São João, apenas afirmou o quanto este merecera ter sido escolhido para guardião da Rainha do Céu. Em seguida, acrescentou: “Senhores e mestres ilustres, estais acostumados a ouvir sermões elegantes e sábios, porém, eu não quero dirigir-vos as doutas palavras da sabedoria humana, mas mostrar-vos o Espírito de Deus e sua virtude”. E então São Domingos passou a explicar a Ave-Maria, como lhe tinha ensinado Nossa Senhora, comovendo assim, profundamente, aquele auditório de homens cultos.

Muitos foram os escritos dele, entre os quais figura o Saltério de Jesus e Maria (PDF), publicado em 1478 por Adriano Van der Meer, Superior da Congregação Dominicana da Holanda.

Fontes: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8.


[1] Alain de La Roche (1428-1475). Para mais informações sobre este beato podem ser lidos os artigos em inglês publicados no Catholic Online, com o título de “Bl. Alan de la Roche” e na The Catholic Enciclopedia com o título de “Alanus de Rupe“.

[2] Revisado com base nesta fonte.

[3] Ferry de Cluny.

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Não há verdadeiro Cristianismo sem Maria

26 Terça-feira Jun 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Virgem Maria

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bem-aventurada, catena, cúria, co-redentora, concilium legionis mariae, cristianismo, cristo, deus, diretrizes do apostolado, estandarte, legião de maria, mae, magnificat, mariologia, medianeira de todas as graças, praesidium, rainha do céu e da terra, regia, santa, santíssima, tessera, virgem maria

Para lhe agradecer este dom inestimável, todas as gerações a devem proclamar “bem-aventurada”. Excluir do culto cristão aquela que trouxe o Cristianismo à terra é absolutamente inadmissível. Que pensar, então, de muitos que a depreciam ou desprezam ou desonram do modo mais vil? Teriam eles refletido que todas as graças que recebemos nos vêm através de Maria? Que, se tivessem sido excluídos do seu consentimento no momento da Anunciação, não haveria para eles Redenção possível? Nesta suposição, eles estariam fora do alcance do redentor. Por outras palavras, não seriam cristãos de modo algum, embora do alvorecer ao cair do dia gritassem sem cessar: “Senhor, Senhor!” (Mt 7, 21). Por outro lado, se, por favor de Deus, são cristãos, participantes da vida sobrenatural, é porque Maria lhes obteve a graça, incluindo-os no seu consentimento. Resumindo, o Batismo, que nos torna filhos de Deus, como consequência nos dá Maria por Mãe.

A gratidão, por conseguinte, uma gratidão prática para com Maria, deve ser a característica de todo cristão. As nossas ações de graças devem dirigir-se ao Pai e Maria, porque a Redenção é dádiva amorosa de ambos.

“Principais Diretrizes do Apostolado Legionário” in: Manual Oficial da Legião de Maria, Concilium Legionis Mariae.

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Mães

13 Domingo Maio 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Virgem Maria

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fátima, mae, maria, santíssima, virgem

“Quão grande deve ser a Mãe, pois até Deus quis ter uma!”

Feliz Dia das Mães a todas, especialmente a Ela que é “Bendita entre as mulheres”, Maria Santíssima, que por uma bela coincidência teve, neste ano, junto com o dia de sua primeira aparição em Fátima, o Dia das Mães. Não poderia ser mais justo!

Que a Virgem de Fátima se digne abençoar a todos nós, as que são mães e as nossas mães, e nos leve para junto dela e de Seu Divino Filho, Jesus, Majestade Infinita.

Amém.

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“A Rússia espalhará seus erros pelo mundo…”

30 Segunda-feira Abr 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Virgem Maria

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ateísmo, comunismo, erros, fátima, igreja, marxismo, mensagens, ortodoxa, rússia, segredos

Em 13 de outubro de 1917 ocorreu a última Aparição de Nossa Senhora em Fátima, tendo lugar, portanto, no presente mês, à derradeira comemoração desse acontecimento antes do ano 2000. Em vista do caráter relevante de tal data, no presente artigo é estabelecida uma relação entre a Mensagem de Fátima e o comunismo

·         Valdis Grinsteins

     

Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima que chorou em Nova Orleans (EUA)

“Não se deve misturar política com religião”.  É uma afirmação muito difundida, até certo ponto verdadeira,  mas que precisa ser analisada com cuidado. Hoje em dia, é claro, há um abuso no apresentar a religião como instrumento de transformação  política da sociedade. Fazem-se muitos dos adeptos da chamada Teologia da Libertação.

          Entretanto – numa visão completamente distinta –  a Igreja sempre ensinou que também os aspectos políticos, sociais, econômicos da vida humana devem estar impregnados de religiosidade. E que uma coisa não pode simplesmente ser separada da outra.

          Com efeito, a própria Mãe de Deus veio nos trazer em Fátima  uma mensagem de cunho essencialmente religioso, na qual figuram entretanto referências a problemas políticos de nosso conturbado século. Se uma doutrina político-social é contrária à Religião católica, estabelecendo, por exemplo, o Estado como uma instituição atéia, não nos deve causar surpresa que Nossa Senhora tenha verberado essa concepção.

Circunstâncias em que foram enunciadas  as profecias de Fátima

Em 1917, Nossa Senhora previu, em Fátima, uma Segunda Guerra Mundial, mais trágica do que a Primeira. Grande número de cidades foram devastadas nesse novo conflito, como Cisterna, na Itália, em fevereiro de 1944

O comunismo, como doutrina, é muito anterior às aparições de Fátima. O manifesto comunista de Marx já havia sido publicado há mais de 60 anos, quando ocorreram as aparições de Nossa Senhora, em 1917. Existiam, aqui e acolá, partidos comunistas, alguns deles mesclados com associações terroristas e anarquistas. Mas não tinham até então  conquistado o poder em nenhum país. Portanto, não haviam conseguido aplicar na prática suas catastróficas teorias político-sociais igualitárias.

          Na época das aparições de Fátima, o mundo encontrava-se em meio aos trágicos combates da Primeira Guerra Mundial, e a atenção da opinião pública estava toda voltada para o resultado desse embate, que iria decidir por muitos anos o destino da humanidade. Nessas circunstâncias, o problema de o comunismo alcançar o poder em alguma nação, e de lá difundir sua ideologia, atraía a atenção só de poucos círculos políticos especializados, e não a do grande público europeu ou americano. A maioria das pessoas achava que os grandes debates do século que começava se travariam a respeito da divisão dos territórios coloniais na África e Ásia, ou da luta ideológica entre monarquia e república; e não da luta entre comunismo e anticomunismo.

          Em sua Mensagem, Nossa Senhora quis focalizar o que seria o grande inimigo da Religião católica em nosso século, não tendo feito nenhuma menção à França, à Inglaterra ou à Alemanha, grandes potências da época envolvidas na guerra. Portanto, quando a Rússia ainda não havia sido dominada pelo comunismo, Nossa Senhora já advertira sobre o perigo da expansão dos erros dos quais essa nação seria o porta-estandarte.

Palavras de Nossa Senhora

          Vejamos quais foram as palavras de Nossa Senhora na aparição de 13 de julho de 1917: “A guerra  (Primeira Guerra Mundial) vai acabar, mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de  perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora dos primeiros sábados. Se atenderem aos meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja; os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas; por fim, o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz”.(*)

São Peterburgo, novembro de 1917: o assalto ao Palácio de Inverno representou um acontecimento simbólico da catastrófica implantação do comunismo na Rússia, e, a partir desse país, em todo o mundo

Da leitura dessas palavras surge uma primeira interrogação: por que Nossa Senhora não menciona o comunismo ou a Rússia comunista, e alude apenas à Rússia em geral? Na aparição de 13 de julho de 1917, o comunismo ainda não tinha conquistado o poder nesse país, pois o governo do Czar havia sido substituído pelo governo burguês de Kerensky, em março daquele ano. E foi só com a revolução de outubro de 1917 – dia 7 de novembro no calendário ocidental – que a Rússia caiu sob o jugo comunista. Na época das aparições, não teria sentido falar de Rússia comunista. Mas, no contexto da Mensagem fica claro que esse país transformar-se-ia num flagelo e, mais ainda, num flagelo anticatólico.

           Além disso, se não foi  o comunismo, quais teriam sido os erros que a Rússia difundiu em nosso século? Seriam os da chamada Igreja Ortodoxa? A hipótese é vácua, pois essa igreja permanece ali mumificada, sem verdadeira capacidade de expansão. Aliás, o pior aspecto dela foi ter-se dobrado servilmente – em muitos de seus elementos mais representativos – ao comunismo, servindo-lhe até de sustentação.

           Mais ainda. Foi a partir da Rússia que o comunismo realmente se difundiu pelo mundo, utilizando os grandes recursos do país e lançando mão dos eficientíssimos métodos de guerra psicológica revolucionária como arma de propaganda. Todas as nações que tiveram a infelicidade de serem dominadas pelo comunismo podem traçar a origem de sua desgraça, colocando como ponto de referência  a Rússia, seja pelo envio de armas e de agentes subversivos, seja pelo fato de terem sido ocupadas diretamente pelo Exército vermelho.

As profecias de Fátima já se realizaram?

           Podemos afirmar, então, que as profecias de Nossa Senhora já se cumpriram? Algumas sim, outras ainda não.

          Como a consagração pedida por Nossa Senhora a seu Imaculado Coração parece não ter sido realizada estritamente segundo os requisitos estabelecidos por Ela, nem a devoção da comunhão dos primeiros sábados foi suficientemente praticada, não se evitou a Segunda Guerra Mundial, a Rússia não se converteu e não houve paz.

          Ocorreu, pelo contrário – como Nossa Senhora previra – a grande difusão dos erros do comunismo, a partir da Rússia, pelo mundo inteiro. Fundaram-se partidos comunistas em todos os continentes. Foram lançadas as classes sociais umas contra as outras. Expandiu-se o terrorismo por todo o globo. Em nosso continente, Cuba não cessou de ser até agora  um foco de subversão que continua a difundir o vírus mortal do comunismo, especialmente em países da América Latina.

           Em todas as nações que o comunismo dominou, houve uma sistemática coerção da liberdade da Igreja que chegou até a perseguição. Proibiu-se a difusão da doutrina católica e a realização de atos de culto em público, escolas e estabelecimentos caritativos católicos foram confiscados, numerosos católicos foram aprisionados, torturados e muitos deles chegaram ao martírio. Recentemente ainda foram beatificados vários mártires, como o Bispo búlgaro Eugênio Bossilkov, as Carmelitas do Convento de Guadalajara, na Espanha, e o Cardeal Stepinac, da Croácia.

          Um  ponto, entretanto, da parte conhecida da Mensagem de Fátima, oferece certa dificuldade de interpretação. É a frase: “Várias nações serão aniquiladas”.  De fato, muitas nações foram dura e até durissimamente castigadas na Segunda Guerra Mundial, perdendo parcelas enormes de população, muitos territórios e, em alguns casos, até a independência. Mas parece não poder dizer-se simplesmente que foram aniquiladas, isto é, reduzidas a nada.

          Como, então, interpretar isso?

          Estudiosos da Mensagem de Fátima chamam a atenção para um fato. Nossa Senhora afirma que a Primeira Guerra Mundial iria acabar, mas que, como castigo dos pecados da humanidade,  no reinado de Pio XI começaria outra pior, o que já sucedeu. Será, então, que esse castigo aplacou a justiça divina justamente irritada contra os homens ou virá ainda um terceiro castigo?  Neste caso, esse novo castigo teria uma escala provavelmente maior (pois os pecados não têm senão aumentado) e determinaria, este sim, o fato de várias nações pura e simplesmente serem aniquiladas e desaparecerem da face da Terra?

          Reforça esta interpretação o fato de o aniquilamento de várias nações ser mencionado no trecho que fala das guerras promovidas pelo comunismo e não no contexto da Segunda Guerra Mundial. Ao que facilmente se objetará  que o comunismo já morreu. Não obstante,  o fato é que o marxismo nunca dominou tantos governos desde a queda do Muro de Berlim como agora. Dos 15 países da Comunidade Européia, 13 estão sob  governos social-democratas, socialistas ou de agremiações esquerdistas; na Rússia acaba de ser nomeado como primeiro-ministro um ex-agente da KGB; na Ásia, os comunistas clássicos continuam no poder na China, no Vietnã, na Coréia do Norte. Em nosso continente, além de Cuba e a Guiana serem oficialmente comunistas, a Venezuela é governada por um partido de esquerda e a Colômbia está seriamente ameaçada pelas guerrilhas marxistas. No Brasil, o MST – de orientação confirmadamente comuno-católica – vai assumindo cada vez mais as características de um movimento guerrilheiro de vastas proporções, que a qualquer momento pode surpreender a Nação.

          Mais subtil, porém não menos real, é a metamorfose do comunismo clássico e sua expansão pelo mundo, especialmente a partir da Revolução da Sorbonne, em 1968. É a Revolução Cultural de cunho esquerdista que vai desagregando toda a sociedade pela dissolução dos costumes, a disseminação da droga, o divórcio, o aborto, o homossexualismo, a imoralidade nos meios de comunicação social, etc.

          Diante desse panorama, como pensar que os castigos enunciados em Fátima tiveram seus dias encerrados com o término da Segunda Guerra Mundial?

          Lembremo-nos entretanto que a mensagem de Nossa Senhora  em Fátima conclui com uma entusiasmante promessa: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará!”  Coloquemos, pois, toda  nossa confiança nEla, nesta hora trágica e gloriosa para a Santa Igreja e a Civilização Cristã.

________________________________

*Antonio Augusto Borelli Machado,  As aparições e a mensagem de Fátima conforme os manuscritos da Irmã Lúcia,  Editora Vera Cruz Ltda., 35ª edição, São Paulo, 1993, pp. 46-47.

Fonte

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Fátima, mensagem de tragédia e de esperança

27 Terça-feira Mar 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Santa Igreja, Da Virgem Maria

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castigo, comunismo, deus, fátima, guerra, igreja, lúcia, maria, marxismo, mártir, mundial, papa, reino, segredo, segunda, socialismo, terceiro, urss, virgem

A humanidade contaminada pelos “erros da Rússia” aguarda o terrível castigo
Autor: Benoît Bemelmans
A mensagem de Fátima é coisa do passado, ou concerne ao nosso futuro? O que vem nos dizer a terceira parte da mensagem, recentemente revelada? Os“erros da Rússia”, ou seja, o comunismo, deixaram de ser uma ameaça após a queda da URSS? Dos erros que em 1917 eram propugnados apenas pelo comunismo, hoje a maior parte deles é adotada pelo conjunto dos principais partidos políticos do mundo inteiro. A mensagem da Virgem de Fátima é a chave para entender o século XX, nossos dias e os dias que estão chegando.

*    *    *

Alguém cético ou pouco informado poderia perguntar:

– Qual é o interesse da mensagem de Fátima, para a humanidade contemporânea? Sobretudo hoje, após a revelação da terceira parte do segredo, teria ainda atualidade essa mensagem e o que ela pode nos dizer?

Na realidade, a mensagem de Nossa Senhora transmitida em Fátima é a chave para entender não só o século XX, mas também os dias que estamos vivendo e aqueles que estão por vir.

A humanidade pecadora não se emendou

Os três videntes, logo após a visão do inferno

A Mãe de Deus falou a três pastorinhos – Lúcia, Jacinta e Francisco (estes dois últimos beatificados a 13 de maio de 2000) – e, através deles, ao mundo inteiro. Ela os encarregou essencialmente de comunicar à humanidade sua profunda aflição diante da impiedade e da corrupção dos homens. Caso estes não se emendassem, acrescentou a Santíssima Virgem, sobreviria um castigo terrível.

O século XX chegado a seu fim, é forçoso reconhecer que a humanidade pecadora não se emendou. Ao contrario, está mergulhada numa tremenda crise de múltiplos aspectos: moral, familiar, social, religiosa… Para o mundo sair da crise, Nossa Senhora apresentou muito claramente uma alternativa: a conversão ou o castigo.

O inferno é o castigo supremo apontado por Nossa Senhora para os pecadores que não se arrependem

O inferno – iluminura das Très riches heures du Duc de Berry, séc. XV, Museu Condé, Chantilly (França)

Primeiramente, na aparição de 13 de julho de 1917, Ela falou do castigo na outra vida, castigo eterno, supremo, definitivo: a condenação ao inferno dos pecadores que morrem sem se arrepender. A Mãe de Deus não hesitou em mostrar o inferno aos três videntes, que tinham então dez, nove e sete anos… Este aspecto da mensagem de Fátima constitui o “primeiro segredo” ou, mais exatamente, a primeira parte de uma só e mesma mensagem.

A segunda parte – ou “segundo segredo” – concerne à humanidade ainda nesta vida, colocando-a diante de uma grande alternativa: se os homens “não deixassem de ofender a Deus”, Este “vai punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre”. A guerra é portanto apresentada como um castigo por causa dos pecados dos homens. A menos que se convertam. E Nossa Senhora acrescenta: “Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração”.

Maria Santíssima contudo vai ser ainda mais precisa quanto ao castigo que anuncia. Com efeito, a Rússia é apontada como o instrumento dessas guerras: [A Rússia] “espalhará seus erros pelo mundo, propagando guerras e perseguições contra a Igreja”.

Os “erros da Rússia”: extirpar das almas toda forma de religião transcendente e implantar uma verdadeira anti-religião

Se os malefícios do comunismo são os erros que a Rússia espalha pelo mundo, como entender essa profecia após o desmoronamento da URSS?

O programa dos bolcheviques em 1917 colocava em prática doutrinas igualitárias nascidas e desenvolvidas na Europa ocidental, particularmente na França. Tais doutrinas surgiram por ocasião da “conspiração dos iguais”, no auge da Revolução Francesa. Elas vieram a constituir um sistema acabado com o “Manifesto” comunista de 1848, e inspiraram a “Comuna de Paris” de 1871, com seu sinistro cortejo de sacerdotes martirizados, igrejas profanadas, palácios queimados, crimes e blasfêmias perpetrados em nome da utopia igualitária.

Marx e Engels, teóricos do comunismo; Lenin, que implantou o comunismo na Rússia. Os “erros da Rússia” apontados por Nossa Senhora em 1917, atingiram o núcleo da vida social e religiosa do Ocidente

Em 13 de julho de 1917 – dia da solene advertência de Nossa Senhora a respeito dos “erros da Rússia” – os próprios bolcheviques, em sua maioria, não acreditavam ser possível que essa doutrina pudesse assumir imediatamente a direção da Rússia. Lênin acabava de voltar ao país graças a poderosos apoios ocidentais e o chefe do governo provisório, o Príncipe Lvov, tranqüilizava a população afirmando que o antigo Império dos czares iria fundir-se numa “democracia universal”.

A realização da profecia de Nossa Senhora

Entretanto, contra toda verossimilhança, a 7 de novembro algumas centenas de militantes comunistas, reforçados por desertores e aventureiros, tomaram de assalto o poder e erigiram a impiedade e o crime brutal em sistema de governo. Imediatamente, o partido bolchevique começou a espalhar “seus erros” pelo mundo inteiro, confirmando assim as palavras da Virgem Santíssima.

Até então, nunca se tinha visto um governo estável propor um tal conjunto de aberrações:  a instauração do igualitarismo mais completo e a supressão da propriedade privada, o divórcio e o amor livre, o aborto e a contracepção, os “direitos” dos homossexuais, a  “libertação” da mulher, a eutanásia, a omnipresença do Estado ou totalitarismo, a hiperplanificação tecnocrática da vida. Tudo isso tendo por objetivo final extirpar das almas toda forma de religião transcendente e implantar uma verdadeira anti-religião: a do materialismo e do relativismo…

A Rússia foi um gigantesco aerossol, hoje aparentemente vazio, mas que contaminou o mundo

Durante quase um século, a Rússia propagou pelo mundo, qual gigantesco vaporizador, os erros por ela adotados, até à última partícula. Hoje pode parecer que o aerossol está vazio, mas o mundo está contaminado… Cumpriu-se portanto a profecia de Nossa Senhora: a maior parte dos erros que em 1917 eram propugnados apenas pelos comunistas, hoje é adotada pelo conjunto dos principais partidos políticos do mundo inteiro. Nas instâncias internacionais, esses erros são até considerados como norma a seguir. São os “erros da Rússia” que se espalharam pelo mundo inteiro. E até mesmo – oh dor! – atingiram profundamente importantes setores da Igreja Católica (*). O que recorda as célebres palavras de Paulo VI sobre o “processo de autodemolição”, e a “fumaça de Satanás no Templo de Deus”. 

Hoje os “erros da Rússia” atingiram o núcleo da vida social e religiosa do Ocidente

Como não ver que esse conjunto de erros chamado comunismo, longe de ter desaparecido, embebeu profundamente o Ocidente, sem que seja preciso mais, para tanto, recorrer aos blindados soviéticos? Com a mais avançada forma de revolução – por vezes chamada de contra-cultura ou revolução cultural – ele destrói sistematicamente a tradição cristã, base de nossa civilização; dirige uma guerra aberta contra a moral, arruinando até os fundamentos da família; por fim, promove o igualitarismo desenfreado que procura suprimir até o princípio da propriedade privada – princípio no entanto tão essencial, garantia da instituição da família, parte integrante da doutrina pontifícia e protegido por dois Mandamentos da Lei de Deus.

Em resumo, hoje o mundo está ainda mais atolado no pecado do que na época das aparições de 1917 e os “erros da Rússia” atingiram o núcleo da vida social e religiosa do Ocidente. O apelo de Nossa Senhora à penitência não teve a acolhida que merecia e o castigo pelos crimes da humanidade abateu-se sobre ela num crescendo espantoso. A segunda guerra mundial e os crimes do nazismo, os mais de 100 milhões de mortos de que são responsáveis os regimes comunistas e seus aliados, as guerras incessantes e as perseguições religiosas que redobram, são exemplos gritantes. O que se pode então concluir?

Nesse auge de mal em que o mundo está mergulhado, é revelado o “terceiro segredo”

É justamente nesta situação – dramática por tantos lados – que a terceira parte da mensagem de Fátima, ou “terceiro segredo”, foi revelada pela Santa Sé, em 26 de junho de 2000.

 A terceira parte é a visão de um anjo brandindo uma espada de fogo que ameaça a terra e grita com voz forte: Penitência, penitência, penitência! Depois, o Papa, Bispos, sacerdotes, religiosas, homens e mulheres de todas as condições sobem, em meio a uma cidade em ruínas, uma colina onde se encontra uma grande cruz e lá são martirizados. O sangue dos mártires é recolhido por anjos que com ele irrigam as almas que se aproximam de Deus.

Castigo, perseguições, martírio e volta das almas a Deus

Assim, não só os funestos “erros da Rússia” espalharam-se pelo Ocidente e o mundo inteiro, destruindo sistematicamente a Civilização Cristã, mas as perseguições, sangrentas ou não, se multiplicam; aqueles que manifestam e professam sua adesão aos princípios imortais da Moral cristã, fundamento da única verdadeira civilização, já são perseguidos ou o serão em breve:

 Perseguido e punido pela lei o médico católico que se recusar a praticar um aborto; perseguido e punido pela lei o católico que afirmar, como ensina o catecismo, que a prática da homossexualidade é um pecado contra a natureza; perseguido e punido pela lei o professor ou o diretor de escola católica que se negue a ensinar a libertinagem sexual no seu estabelecimento; perseguidos os sacerdotes que se recusem a violar o segredo de confissão; perseguidos os católicos que, isolados ou reunidos em associações, queiram fazer ouvir sua voz na sociedade como eco do Magistério da Igreja… sem falar dos numerosos países em que, hoje, é derramado abundantemente o sangue dos cristãos pelo martírio.

É, pois, necessário ver as coisas de frente. Conforme advertia o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, grande apóstolo de Fátima, “há uma trama colossal para derrubar nos fiéis a convicção de que o mundo moderno é mau, de que vai receber o castigo de Deus, de que a Mensagem se cumprirá em razão do pecado. Tudo isto não se crerá mais. No momento em que não crerem e em que o demônio der gargalhadas, dizendo: ‘Desta vez nós logramos Aquela em cima, cujo nome não ousamos pro­nunciar’, Ela fará conhecer que jamais deixou de pisar a cabeça da Serpente”(Palestra em auditório da TFP — 20/1/1990).

Para evitar, na medida do possível, as conseqüências terríveis do desencadeamento final dos castigos anunciados por Nossa Senhora e apressar a aurora bendita do triunfo do Coração Imaculado de Maria – que Ela prometeu – devemos recorrer aos meios indicados: uma devoção mais fervorosa para com a Mãe de Deus, a oração e muito particularmente a recitação do Rosário, a penitência, a prática dos Mandamentos da Lei de Deus. Somente assim resolver-se-á a terrível crise mundial. Somente assim estarão reunidas as condições para uma paz verdadeira e duradoura: a paz de Cristo no Reino de Cristo, e mais particularmente a paz de Maria no Reino de Maria.

(Fonte)

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Nossa Senhora de… Medjugorje?!

28 Terça-feira Fev 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Santa Igreja, Da Virgem Maria

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Ultimamente, tenho visto muitas pessoas falando da tal “Nossa Senhora de Medjugorje”. Houve até quem já tivesse imagens da tal aparição. Fiquei intrigado, pois não conhecia muito, e resolvi pesquisar.

A cidade de Medjugorje fica na região da  Bósnia e Herzegovina . As supostas aparições começaram em  24 de Junho de 1981, com a vidente Vicka Ivankovic. Diariamente. Afirma até que Nossa Senhora lhe contou detalhadamente sua vida aqui na terra, que ela pretende publicar no futuro como a biografia da Virgem. Diz também que já teve a graça de visitar o Céu, o Inferno, e o Purgatório.

As aparições se tornaram de praxe, já faz parte da rotina. Vários videntes tem experiência com ela diariamente. E diferentemente do que apontam os venerados santos e místicos, não é preciso muito não. Nem mesmo uma mudança de vida. De fato, ‘conservar-se irrepreensível’ não é algo que a Mulher de Medjurgorje faz questão. Interessante esse contraste com a penitência e sincera conversão pedida por Nossa Senhora em Fátima.

Além disso, me parece óbvio que Nossa Senhora jamais falaria alguma heresia. Todavia, a “Maria de Medjugorje” nos diz: Filhinhos, eu quero que vocês vivam e mudem toda a negatividade interior, de modo que tudo se torne positivo e vivo.  (Franken, p.37) Também disse que “Para Deus, todas as religiões são iguais”: Só há um Deus para todos, mas as pessoas inventaram várias religiões. Meu Filho é o único Mediador e Salvador de todas as pessoas, mas, do modo que vejo, as pessoas vivem bem se elas praticam bem as suas religiões, se elas seguem as suas consciências. Entre muitos outros erros, dentre eles, a defesa de um sacerdote imoral.

Sem falar que um dos aspectos essenciais para se avaliar uma aparição mariana como verdadeira ou falsa é como ela afetou a vida do vidente. Em todas as aparições, viu-se que os videntes se tornaram (se não já fossem) perfeitos em sua conduta, realmente cristãos irrepreensíveis. Porém, isso é algo que já não se observa nos videntes de Medjugorje:

Padre Grafenauer: O bispo tem o dever de julgar se esta aparição é ou não é Nossa Senhora.

Vicka: Ele pode julgar como quiser, mas eu sei que é Nossa Senhora.

Padre: A Igreja diz, daqueles que confiam em si mesmos, que isto já é um sinal de que Nossa Senhora não está aparecendo.

Vicka: Que quem duvida, permaneça duvidando. Eu não duvido.

Padre: Isso não é bom… certa vez, você disse ao bispo que ele deveria prestar mais atenção em Nossa Senhora do que no Papa.

Vicka: Sim, eu falei.

Padre: Isso significa que o bispo deve ouvir mais você do que o Papa.

Vicka: Não, não eu.

Padre: Mas o bispo não sabe o que é este fenômeno e talvez não seja Nossa Senhora.

Vicka: Sim, é Nossa Senhora.

Padre: Você disse ao bispo que a culpa é dele e que aqueles dois (Vego [leia mais aqui] e Prusina) são inocentes e que eles podem exercer suas funções sacerdotais.

Vicka: Sim, eu falei.

Padre: Eles podem ouvir confissões?  Nossa Senhora mencionou isso?

Vicka: Sim.

Padre: Se Nossa Senhora disse isso e o Papa diz que eles não podem…

Vicka: O Papa pode dizer o que ele quiser. Eu estou dizendo o que é!

Padre: Veja, é por isso que podemos chegar à conclusão que não é Nossa Senhora… quando o Papa diz não, eles não podem celebrar Missa, eles não podem ouvir confissões e, por outro lado, Nossa Senhora afirma que eles podem fazer ambas as coisas! Isso não pode ser!

Vicka: Eu sei o que é certo! (O que Nossa Senhora disse).

Padre: Isso não pode ser verdade. Eu coloco a minha mão no fogo de como essa não é Nossa Senhora falando. Quando uma pessoa tem um dom maior, há também um maior perigo do demônio agir nessa pessoa.

(Fonte: http://fratresinunum.com/tag/medjugorje-a-historia-definitiva/)

Sua Santidade, o Papa Bento XVI, não consegue acreditar em tantas aparições, quase diárias. A Igreja NÃO reconheceu as supostas aparições de Medjugorje, portanto, é vedado aos católicos que continuem crendo nisso. Muitos protestantes afirmam que o demônio usa o nome da Virgem para corromper os católicos,algo que antes dos fenômenos de Medjugorje, era algo digno de riso.

Strong belief: About 20,000 pilgrims at medjugorje in 2001 celebrating the twentieth anniversary of when six children said they had seen the virgin on the hillsideDe fato, o jornal não-católico Daily Mail já diz: “Medjugorje se tornou o centro de peregrinação católica ilícito mais visitado do mundo”.

http://www.dailymail.co.uk/news/article-1052230/Pope-finally-launches-crackdown-worlds-largest-illicit-Catholic-shrine-suspends-dubious-priest.html

————

O site Fratres in Unum nos traz a notícia de que ainda neste ano teremos finalmente um parecer de Roma sobre o assunto:

Em 6 ou 7 meses terminarão os trabalhos da comissão que desde 2010 investiga, sob os cuidados do Cardeal Camilo Ruini, o “fenômeno Medjugorje”. É o que informa o vaticanista Andrea Tornielli. Os resultados das investigações serão submetidos à Congregação para a Doutrina da Fé e, posteriormente, ao Papa Bento XVI, para que se dê a última palavra sobre as supostas aparições que causam controvérsia desde 1981.

Até o momento, os bispos de Mostar, diocese a que pertence Medjugorje, continuamente desautorizaram as ditas aparições. Em 1991, a Conferência Episcopal da antiga Iugoslávia afirmou a respeito dos eventos: “non constat de supernaturalitate”, em uma tradução literal, “não consta a sobrenaturalidade”.

A Comissão chefiada pelo Cardeal Ruini acaba de entrevistar todos os alegados videntes em Roma. Apesar do segredo em torno dos procedimentos, considera-se provável nos sacros palácios que o parecer seja mantido: “non constat de supernaturalitate”. O que significa, segundo o Cardeal Angelo Amato, uma desaprovação. Mas não necessariamente uma condenação ou proibição de peregrinações e tudo o mais que gira em torno da pequena cidade da Bósnia e Herzegovina.

Provavelmente, a Santa Sé procurará manter vivo o que os fiéis buscam ao visitar o local, isto é, a administração dos sacramentos e a devoção a Nossa Senhora. Esclarecendo, contudo, que as mensagens não são sobrenaturais. Resta ainda saber se o parecer tratará daquelas mensagens que, segundo católicos proeminentes, inclusive da hierarquia, destoam da doutrina católica. Algo necessário, mas que por circunstâncias políticas pode sequer ser abordado. Quem viver, verá.

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‎”Foi Sempre privilégio da Igreja, Vencer quando é ferida, Progredir quando é abandonada, e Crescer em ciência quando é atacada.” (Santo Hilario de Potiers, Dr. da Igreja).

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