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Tag Archives: conversão

“Trazer tantas almas para Deus quanto seja possível”: o ministério frutuoso de um padre da França

25 Quinta-feira Out 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Santa Igreja

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agnosticismo, conversão, Defesa da Fé, evangelização, França, Islamismo, Marselha, Países Cristãos

Tradução de Jorge Ferraz – Deus lo Vult!

O novo cura d’Ars da agnóstica Marselha multiplica seus fiéis num bairro islâmico

P. Michel Maria Zanotti

“Trazer tantas almas para Deus quanto seja possível”. O padre Michel Marie Zanotti Sorkine levou esta frase muito a sério, e a transformou em seu principal objetivo como sacerdote.

Assim ele vem fazendo após transformar uma igreja que ia ser fechada e demolida na paróquia com mais vida de Marsella. Seu mérito é ainda maior quando [se vê que] o templo está localizado em um bairro com enorme presença de muçulmanos, em uma cidade onde menos de 1% da população é católica praticante.

Havia sido músico de sucesso

A chave para este sacerdote que anteriormente fora músico de sucesso em uma multidão de cabarets de Paris e Montecarlo é a “presença”, tornar Deus presente no mundo de hoje. As portas de sua igreja estão o dia inteiro abertas de par em par, e [ele] se veste de batina porque “todos, cristãos ou não, têm o direito de ver um sacerdote fora da igreja”.

De 50 fiéis por missa para 700

Seu balanço é assombroso. Quando chegou em 2004 à Paróquia de São Vincente de Paula do centro de Marsella, a igreja permanecia fechada durante a semana e a única missa dominical era celebrada na cripta, à qual acorriam 50 pessoas.

Como ele mesmo conta, a primeira coisa que fez foi abrir o templo todos os dias e celebrar no altar-mor. Agora a igreja permanece aberta quase todo dia, e faltam assentos extras para abrigar todos os fiéis. Mais de 700 todos os domingos, e ainda mais nas grandes solenidades. Quase 200 adultos se batizaram desde que ele chegou, 34 na última Páscoa. Converteu-se num fenômeno de massas não apenas em Marsella como em toda a França, com reportagens de todo o país atraídas pela quantidade de conversões.

O novo cura d’Ars na Marsella agnóstica

Uma das principais iniciativas do pe. Zanotti Sorkine para revitalizar a fé da paróquia e conseguir tamanha afluência de gente de todas as idades e condições sociais é a Confissão. Antes da abertura do templo, às oito da manhã, já há gente esperando na porta para poder receber este Sacramento ou para pedir conselhos a este sacerdote francês.

Tal como contam os seus fiéis, o pe. Michel Marie está boa parte do dia no confessionário, muitas vezes até depois das onze da noite.

[…]

O templo deve favorecer a ligação com Deus

Em uma entrevista de televisão afirmava estar convencido de que “se hoje em dia a igreja não está aberta, isto é porque nós, de certa maneira, não temos nada para propôr; [é como se disséssemos que] tudo o que oferecemos já se acabou. Enquanto que, neste caso, a igreja está aberta todos os dias, as pessoas vêm, quase nunca temos assaltos, há pessoas que rezam e eu lhe garanto que esta igreja tem se transformado num instrumento extraordinário que favorece o encontro da alma com Deus”.

Era a última oportunidade de salvar a paróquia

O bispo lhe mandou para esta paróquia como última oportunidade de salvá-la, e lho disse explicitamente quando lhe mandou que abrisse as portas. “Há cinco portas sempre abertas e, assim, todo mundo pode ver a beleza da casa de Deus”. 90.000 carros e milhares de viajantes e turistas deparam-se com a igreja aberta e com os sacerdotes à vista. Este é o seu método: a presença de Deus e de seu povo no mundo secularizado.

A importância da Liturgia e da limpeza

E aqui chega-se a outro ponto-chave para este sacerdote. Logo após a sua chegada e com a ajuda de um grupo de fiéis leigos, renovou a paróquia, limpou-a e a deixou resplandecente. Para ele este é outro motivo pelo qual as pessoas escolhem voltar à Igreja. “Como querem que se creia que Cristo vive em um lugar se ele todo não está impecável? É impossível”.

[…]

A liturgia se torna o ponto central de seu ministério e muita gente foi atraída a esta igreja por conta da riqueza da Eucaristia. “Esta é a beleza que conduz a Deus”, afirma.

As missas estão sempre repletas e, nelas, há procissões solenes, incenso, cantos bem preparados… Tudo feito em atenção ao detalhe. “Dou um trato especial à celebração da Missa para mostrar o significado do Sacrifício Eucarístico e a realidade da Presença [Real]”. “Não se concebe a vida espiritual sem a adoração do Santíssimo Sacramento e sem um ardente amor a Maria”, motivo pelos quais introduziu [na paróquia] a adoração e a recitação diária do terço, dirigida por estudantes e jovens.

Seus sermões são também muito esperados, e os seus fiéis até mesmo os acessam na internet. Neles [o padre] chama sempre à conversão para a salvação do homem. Em sua opinião, a falta desta mensagem na Igreja de hoje “é talvez uma das principais causas da indiferença religiosa que vivemos no mundo contemporâneo”. Antes de tudo, a clareza da mensagem evangélica. Por isso adverte contra a frase tão repetida de que “todos vamos ao Céu”. Esta é, para ele, “outra canção que nos pode enganar”, uma vez que todos precisamos lutar – começando pelo sacerdote – para chegar ao Paraíso.

O padre de batina

Se há algo que distingue este sacerdote em um bairro de maioria muçulmana é a sua batina, que sempre veste, e o rosário entre as mãos. Para ele é primordial que o padre possa ser distinguido entre a multidão. “Todos os homens, começando por aquele que cruza o umbral da igreja, têm o direito de reunir-se com um sacerdote. O serviço que oferecemos é tão essencial para a salvação que a nossa aparência deve fazer-se tangível e eficaz para permitir esta reunião”.

Deste modo, para o padre Michel o sacerdote é sacerdote 24 horas por dia. “O serviço deve ser permanente. O que você pensaria de um marido que, a caminho da oficina pela manhã, tirasse a sua aliança?”.

[…]

Por último, lembra um detalhe importante. A primeira coisa que os regimes comunistas faziam era eliminar o hábito eclesiástico, sabendo de sua importância para a comunicação da fé. “Isto merece a atenção da Igreja da França”, afirma.

Contudo, sua missão não se desenvolve somente no interior do templo. Ele é um personagem conhecido em todo o bairro, inclusive pelos muçulmanos. Toma o seu desjejum nos cafés do bairro, ali fala e se reúne com os fiéis e com gente não praticante. Ele o chama de sua pequena capela. Assim já conseguiu com que muitos vizinhos sejam agora [participantes] assíduos da paróquia, e tenham convertido esta igreja de São Vincente de Paula em uma paróquia totalmente ressuscitada.

Igreja de São Vicente de Paulo

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“Não são os cristãos que se opõem ao mundo”

27 Sexta-feira Jul 2012

Posted by marcosmarinho33 in Do Santo Padre, o Papa

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conversão, cristãos, deus, ecumenismo, espirito, evangelho, Igreja Católica, laicidade, mundano, papa bento xvi, perseguição religiosa, São Paulo

“Não são os cristãos que se opõem ao mundo. É o mundo que se opõe a eles quando é proclamada a verdade sobre Deus, sobre o Cristo e sobre o homem. O mundo revolta-se quando o pecado e a graça são chamados por seus próprios nomes. Depois da fase das ‘aberturas’ indiscriminadas, é tempo de o cristão reencontrar a consciência de pertencer a uma minoria e de estar muitas vezes em oposição ao que é óbvio e natural para aquilo que o Novo Testamento chama – e certamente não em um sentido positivo – o ‘espirito mundano.”

Papa Bento XVI.

Pintura da Conversão de São Paulo

“A Conversão de São Paulo”, Luca Giordano, 1690.

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Maior igreja protestante dos EUA agora é católica

05 Quinta-feira Jul 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Santa Igreja

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Depois que a mega-igreja protestante foi a falência, seu prédio foi comprado pela Diocese Católica do local, que a usará como sua nova catedral. Sem entrar no mérito da feiúra do edifício, é um acontecimento simbolicamente interessante. É uma virada da Igreja Católica nos Estados Unidos, país de tradição protestante. O Catolicismo já é a maior “denominação” cristã no país, ou seja, o número de protestantes ainda é maior que o de católicos, mas aqueles não formam um grupo homogêneo. Considerando as diversas “denominações cristãs” dentro do país – batistas, presbiterianos, metodistas, por exemplo – o Catolicismo é a que soma mais membros. Embora as conversões antes do Vaticano II fossem quase dez vezes maiores, ainda assim, muitos americanos estão largando suas seitas e buscando a verdadeira Igreja de Cristo.

O nome que foi dado à nova Catedral, antes chamada de Chrystal Cathedral é Christ Cathedral. A antiga catedral católica já estava se tornando pequena para o número de fiéis, ao passo que o templo protestante ia à falência. A tendência é aumentar. Talvez daqui a vinte anos, metade dos Americanos sejam católicos. A Diocese de Orange County é a 10º maior do país. Pelo tamanho pequeno da antiga catedral, já chegaram a ter que distribuir entradas para entrar, como no Vaticano.

Aqui está um vídeo da Catholic News Agency de uma ordenação na Diocese, onde foi apresentado o novo nome da Catedral e foi nomeado o seu vigário episcopal, o Pe. Christopher H. Smith:

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São João Fisher, São Thomas More e a seita do anglicanismo

20 Quarta-feira Jun 2012

Posted by marcosmarinho33 in História da Igreja

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São João Fisher era Cardeal e Arcebispo de Rochester, foi tutor do príncipe Henrique, reitor da Universidade de Cambridge, e esteve presente no Concílio Lateranense V. Ele opôs-se ao plano do Rei Henrique que tencionava se divorciar da Rainha Catarina, do qual era confessor, lembrando-o do caráter indissolúvel do Matrimônio.

São Thomas More, por sua vez, era um leigo, Chanceler do Reino Inglês. Depois que o Arcebispo de York, Thomas Wolsey, falhou em conseguir a anulação do casamento de Henrique VIII, ele foi forçado a demitir-se para dar lugar a S. Thomas More na chancelaria. Este era íntimo do rei, mas aparentemente este ainda não tinha se apercebido da retidão de caráter de More. [¹] Mostrou-se eficiente, imparcial e justo em seu cargo.

Estes dois homens de grande erudição e participação política e religiosa na Inglaterra foram firmes em opor-se às tentativas do Rei de divorciar-se da Rainha, colocando que isto era matéria da jurisdição do Papa. A Rainha apelou para o Papa, e este disse que não concederia a anulação do matrimônio.

John Fisher (painting).jpg

São João Fisher

Em 1534, finalmente, o Rei respondeu com uma reação que teria trágicas consequências: separando-se da Igreja Católica, criou a nova Igreja da Inglaterra (Anglicana), e atribuiu-se a si mesmo a liderança desta, como Chefe Supremo da Igreja, ao invés do Papa. Obrigou todos os sacerdotes a um juramento ao abrigo de seu Ato de Supremacia. Embora tivesse sido duramente contra as heresias de Lutero, chegando a queimar os livros deste publicamente. Mas a luxúria e a ambição de ter filhos homens falaram mais alto que a sua fidelidade a Igreja.

Sir Thomas More foi convocado para fazer o juramento no dia 17 de abril de 1534, e, dada a sua recusa, foi preso na Torre de Londres junto com o Cardeal João Fisher. Note-se que São João Fisher foi feito cardeal pelo Papa durante o tempo que estava na prisão. Depois de julgados, foram condenados à pena capital por traição e desobediência. Desobedientes ao rei mas obedientes e fiéis a Deus, morreram como mártires, mortes que eram apenas o começo de muitas outras que aconteceriam na Inglaterra por causa da luta dos monarcas em estabelecer ali sua nova heresia do anglicanismo.

Henrique VIII, provavelmente, nunca mais foi feliz. Nem poderia. No total, casou-se 6 vezes, um fracasso após o outro. Henrique herdou uma grande fortuna, mas não foi cuidadoso com seu dinheiro. Depois de diversas manobras para obter dinheiro, incluindo tomar posse de terras monásticas e desvalorizar a moeda, ainda assim morreu endividado. Nos últimos anos de sua vida, tornou-se grosseiramente obeso, mal podendo se locomover. Tinha muitas dores, suportando furúnculos e possivelmente sofria de gota. Sua obesidade foi consequência de um ferimento na perna, que depois tornou-se uma úlcera. Ele morreu após alegadamente proferir as palavras: “Monges! Monges! Monges!”

Henrique VIII em 1542

Há quem diga que a “emancipação” da Igreja feita por Henrique VIII ainda não a havia tornado verdadeiramente protestante, já que continuou “católica quanto à doutrina”. Disso terei que discordar, pois colocar o Rei no lugar do Papa é erro grave. Mas ainda assim, continuaram semelhante nos artigos de fé, até que veio a Rainha Elisabeth I (que os filmes idolatram, mas que não foi nada clemente com os católicos), e aí sim a Igreja Anglicana tornou-se um híbrido de catolicismo com protestantismo, característica que mantém até hoje. Como diz meu pároco, Pe. Ulysses, “a casca é católica, mas o interior é protestante.” Daí uma dificuldade em discernir a primeira vista uma Igreja Anglicana, mas é algo que não demora muito.

Como não poderia deixar de ser, ao exemplo das suas irmãs protestantes, a Comunhão Anglicana, na segunda metade do séc. XX, viu surgirem várias denominações independentes, devido a divergências teológicas ou pastorais. Atualmente, está passando por uma grande crise interna, em que o sentido de unidade, de comunhão está sendo questionado, por fatos que ocorreram no século XX: a ordenação feminina, e no XXI, a sagração de um bispo homossexual assumido, pela Igreja dos Estados Unidos, e a bênção matrimonial de casais do mesmo sexo, por uma diocese canadense. Sem falar que o celibato já ficou pra trás há muito tempo. É uma grave crise que opõe liberais e conservadores que os assola. Afinal, o que se poderia esperar de uma Igreja que não segue a uma Tradição firme e imutável de dois mil anos, mas aos gostos e caprichos de um Rei e um Livro de Orações de alguns séculos atrás, a uma seleta de Credos? Que surgiu por motivações não religiosas, mas deveras políticas?

Abadia de Westminster, antiga igreja católica tomada pelos anglicanos. É onde se realizam as coroações reais.

Quando Maximin, vidente de La Sallete, redigiu o Segredo que lhe confiou Nossa Senhora em 1851, escreveu: “um grande país no norte da Europa, hoje protestante, se converterá. Pelo apoio deste nação, todos os outros países se converterão”. Maximin registrou que este país seria a Inglaterra. Em 2009, o Papa Bento XVI publicou a Constituição Apostólica Anglicanorum coetibus, sobre a instituição de ordinariados pessoais para os anglicanos que convertem-se de volta para a Igreja Católica, se aprestando a receber grandes blocos de anglicanos. As conversões tem acontecido em grande escala. De acordo com o influente diário de Londres “The Times”, no fim do processo a igreja anglicana poderia ficar reduzida a uma insignificância residual.

Daí se entende por que a visita do Papa a Inglaterra em 2010 foi histórica: pela primeira vez em 476 anos, um Papa foi convidado pela monarquia britânica para uma viagem de Estado. Na ocasião excepcional, o Papa foi quem presidiu a cerimônia de beatificação do Cardeal Newman, que converteu-se do anglicanismo para o catolicismo e dizia: “Liberdade de consciência não equivale a ter direito a prescindir da consciência, a ignorar o legislador e juiz, a ser independente de obrigações invisíveis”. A visita não deixou de causar um mal-estar entre os anglicanos, talvez pelos fortes significados que trazia a ocasião.

Cardeal Newman

Por isso, que todos rezemos fervorosamente, pedindo que pela intercessão de São João Fisher e São Thomas More e confiantes em Nossa Senhora de La Salette, a Inglaterra possa retornar a Fé Católica, como foi revelado por Deus a São Domingos Sávio:

“Certa manhã, durante minha ação de graças após a comunhão, voltei a ter uma distração (êxtase), que me pareceu estranha; eu julguei ver uma grande parte de um país envolvida em grossas brumas, e estava cheia com uma multidão de pessoas. Estavam se movendo, mas como homens que, tendo perdido seu caminho, não estavam certos onde pisavam. Alguém próximo disse: ‘Esta é a Inglaterra.’ Eu estava para fazer algumas perguntas a respeito disso quando vi Sua Santidade Pio IX, representado da mesma maneira que vi nas figuras. Ele estava majestosamente vestido, e carregava uma tocha brilhante com a qual ele se aproximou da multidão, como que para iluminar sua escuridão. À medida que se aproximava, a luz da tocha parecia dispersar a névoa, e as pessoas foram trazidas à plena luz do dia. “Esta tocha,” disse meu informante, “é a religião Católica que está para iluminar a Inglaterra”.

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Igreja celebra bispo e poeta São Paulino de Nola em 22 de junho

19 Terça-feira Jun 2012

Posted by marcosmarinho33 in Dos Santos e Santas, História da Igreja

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São Paulino de Nola. Crédito: Wolfgang Sauber (CC BY-SA 3.0)

[Tradução livre] Denver, Colo., 17 de junho de 2012 / 06:49 am (CNA/EWTN News).- Em 22 de junho, a Igreja comemora São Paulino de Nola, que deixou sua vida na política para tornar-se monje, bispo, e um reverenciado poeta cristão do séc. V.

Numa audiência geral em dezembro de 2007, o Papa Bento XVI relembrou os dotes artísticos do santo, que inspiraram “cânticos de fé e amor nos quais a história diária dos pequenos e grandes acontecimentos é compreendida como a história da salvação, a história de Deus conosco.”

O ministério do bispo-poeta, disse o Papa Bento, também “distinguiu-se por uma atenção especial aos pobres” – confirmando seu legado de “um bispo de grande coração que soube fazer-se próximo de seu povo nos dolorosos sofrimentos das invasões bárbaras” durante o século V.

Nascido em Bordeaux no que hoje chamamos de França no ano de 354, Paulino vinha de uma família ilustre na província do Império Romando da Aquitania. Ele recebeu sua educação literário do renomado poeta e professor Ausonius, e eventualmente alcançou o posto de governados na província italiana de Campania.

Ainda não batizado ou seguidor de Cristo, Paulino foi no entanto comovido pela devoção dos campanianos ao mártir São Félix em seu santuário local. Ele tomou a iniciativa de construir uma estrada para os peregrinos, bem como um hospital para os pobres perto do local de veneração de S. Felix.

Mas Paulino, insatisfeito com sua posição civil, deixou Campania e retornou para sua região natal de 380 a 390. Ele também casou-se com uma católica espanhola chamada Therasia. Ela, junto com o bispo Delfino de Bordeaux, e São Martinho bispo de Tours, guiaram-no em direção a conversão.

Paulino e seu irmão foram batizados no mesmo dia por Delfino. Mas não muito tempo depois de tornar-se Cristão, dois trágicos eventos tomaram lugar. O filho de Paulino morreu pouco tempo depois de nascer; e quando o irmão de Paulino também faleceu, ele foi acusado de assassiná-lo.

Depois dessas catástrofes, Paulino e Therasia juntamente concordaram em abraçar o monastério, vivendo na pobreza e na castidade. Em cerca de 390, os dois mudaram-se para a Espanha. Aproximadamente cinco anos depois de sua mudança de vida e de residência, Paulino foi ordenado presbítero em Barcelona.

Em 365 ele retornou à cidade italiana de Nola, onde ambos ele e sua esposa continuaram a viver na castidade como monges. Paulino fez importantes contribuições para a Igreja local, particularmente na construção de basílicas. Em 409, o monge foi consagrado como bispo da cidade.

Paulino serviu como Bispo de Nola por duas décadas. Suas contribuições como poeta e compositor de hinos foram combinados por seu conhecimento das Sagradas Escrituras, generosidade para com os pobres, e devoção aos santos que o precederam – especialmente S. Felix, cuja intercessão ele considerava central para sua conversão.

Elogiado pelos gostos de Santo Agostinho e São Jerônimo pelo profundidade de sua conversão a Cristo, o Bispo de Nola era considerado santo antes mesmo de sua morte em 22 de junho de 431.

Fonte

P.S.: Este santo bispo deixou escritos vários tratados de teologia, e é considerado um dos Padres da Igreja do Ocidente.

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Cardeal Schonborn: “A minoria de fiéis Católicos pode re-converter a Europa”

29 Terça-feira Maio 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Santa Igreja

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Áustria, Cardeal Schonborn, catecismo, catolicismo, conversão, desobediência, Europa, família, fiéis, homossexualidade, igreja, João Paulo II, leigos, missão, Nova Evangelização, Papa Bento, sacerdotes, teólogo, tradição, Viena

(Tradução Livre) / Roma, Itália, 26 de maio de 2012 (CNA).- O Cardeal Christoph Schönborn, de Viena, acredita que o pequeno mas crescente número de famílias de fiéis Católicos na Europa pode renovar a Fé Católica no continente.

Cardeal Schonborn

“Vejo nossas jovens famílias, confiantes, com quatro ou cinco ou seis ou mais filhos, e como eles vivem em meio a essa sociedade – eles são realmente a Nova Evangelização, não através de palavras, mas através do fato de estarem vivendo a felicidade de uma família que tem fé,” disse a ele a CNA no dia 14 de maio, em Roma.

“Somos agora uma minoria – os Cristãos batizados na Áustria chegam a 70%, mas os Católicos praticantes são apenas 10% – porém, se esses 10% forem convincentes e convictos, eles podem mudar o país, assim como aconteceu com o Império Romano.”

Uma chave para o sucesso da Nova Evangelização, afirmou, é o trabalho de vida de seu antigo tutor e amigo o Papa Bento XVI, cujo principal legado ele acredita que será eventualmente resumido em três palavras – “Fides et Ratio” (Fé e Razão).

“Desde o princípio de seu ministério, o Papa tem sublinhado que a Fé Cristã, a Vida Cristã antes de tudo não é uma série de doutrinas, não uma série de regras, mas uma amizade profunda com Jesus. Ele (o Papa) está certo de que sem fé não se pode entender a Moral Cristã. Sem fé não se pode compreender a Vida Cristã. E, portanto, acho que o maior desafio é realmente aprofundar a nossa fé. Chame isso de nova evangelização, chame de missão – eu acho que tem muito a ver com a conversão,” disse o Cardeal.

“Diria que ele tem essa tremenda capacidade de mostrar, de fazer perceptível a coerência de nossa Fé,” disse o cardeal, que estudou no início dos anos 70 com o então Prof. Ratzinger na Universidade de Regensburg, na Alemanha.

Essa habilidade, propôs, permite ao Papa Bento apresentar os ensinamentos da Fé Católica não “como tijolos que você deve carregar nos ombros, “mas uma vida, que é coerente, que corresponde aos desejos do coração, os verdadeiros desejos do coração, que corresponde à realidade, aquilo que é verdadeiro na vida, isto é, que é verdadeiro na doença, verdadeiro em situações de dor, e até é verdadeiro quando você morre.”

O Cardeal Schönborn na verdade, credita uma homilia especial do Cardeal Ratzinger, em dezembro de 1979, como formadora de sua compreensão do papel de um teólogo na Igreja.

“Na época eu tinha 34 anos e ensinava dogmática na Suíça, e ele falou sobre ‘a fé dos pequeninos’ e como o Magistério da Igreja deve defender a ‘fé dos pequeninos’.”

Desde então, os dois tem frequentemente cooperado em seu trabalho, incluindo, de maneira notável, na criação do Catecismo da Igreja Católica em 1992. O Cardeal Schönborn também é um participante habitual do “Ratzinger Schülerkreis” (grupo de estudos do Ratzinger), um grupo de antigos estudantes que ainda se encontra todo verão com seu antigo mentor acadêmico.

O cardeal explicou como sua maior alegria no episcopado tem sido sempre “encontrar uma profunda fé nos pequeninos,” até mesmo se eles forem “realmente grandes como o Papa Bento ou João Paulo II, mas que diante de Deus são pequeninos”.

Um otimista perseverante, o Cardeal Schönborn também acredita que ainda há “uma profunda fé no mundo”, incluindo na Europa, “onde exteriormente falando a fé parece desaparecer, mas ainda há muitos profundamente crentes; e nós devemos alimentar a sua fé”.

Ele está atualmente em Roma para um encontro trimestral da Congregação para a Doutrina da Fé, da qual ele é membro. Curiosamente, um dos problemas mais persistentes do departamento vem dos contínuos protestos de padres e leigos austríacos que exigem uma liberalização dos ensinamentos da Igreja. Cerca de 7,5% dos 4000 clérigos austríacos fazem parte da iniciativa que no último mês de Junho publicou o “Call for Disobedience” (Chamada de Desobediência).

“Não deprecio a geração mais velha; eu mesmo tenho agora 67, então pertenço a essa geração,” comentou o cardeal, “mas é surpreendente ver que nesses movimentos, seja naquela iniciativa leiga ‘Nós somos Igreja’, seja nos padres que protestam, praticamente não há padres jovens”.

Ele acha que a raiz do problema é “uma certa nostalgia” entre os clérigos mais velhos que “realmente pensam que ‘se a Igreja fosse um pouco mais liberal, finalmente poderíamos respirar, e a Igreja ficaria cheia novamente e a aceitação da Igreja seria como nos anos 50 e 60’.”

Mas o Cardeal Schönborn chamou esse pensamento de “sonhador” e “iludido”.

A questão atingiu proeminência global na Quinta-feira Santa quando o Papa Bento XVI falou, em sua Homilia na Missa do Crisma na Basílica de São Pedro, para publicamente repreender as ações dos dissidentes.

“Quando a ‘Chamada a Desobediência’ foi publicada,” explicou o Cardeal Schönborn, “nós dissemos que a palavra desobediência não pode manter-se de pé porquê não se pode construir uma vida Eclesial baseada na desobediência. Sanções maiores ainda não foram dadas porquê ainda acreditamos na possibilidade de um diálogo pessoal, mas também dissemos claramente: vocês terão que decidir-se.”

Alguns observadores criticaram o cardeal por não tomar sérias atitudes contra aqueles que pretendem mudar a doutrina da Igreja.

Quando perguntou-se-lhe se a hora de agir estava chegando, o Cardeal respondeu: “Deus é imensamente paciente, mas o perigo é que isso está provocando confusão entre os fiéis, e portanto acho que chegou a hora de tomar uma decisão.”

Outra questão que tem colocado o Cardeal de Viena nas manchetes globais foi a sua decisão no mês passado de não vetar a eleição de um homem abertamente homossexual que vive com um parceiro para um conselho paroquial no âmbito da Arquidiocese.

“Eu decidi por razões muito precisas, as quais não estou pronto para expor a todos, que esta eleição estava terminada. Eu não a revogarei. Deixarei estar,” disse o cardeal.

Ele também rejeitou fortemente qualquer sugestão que esta decisão teria ido contra os ensinamentos da Igreja sobre homossexualidade.

Inicialmente o Cardeal Schönborn pretendia intervir com o corpo de supervisores responsável pelas eleições para vetar a seleção de Florian Stangl, 26 anos, da vila de Stutzenhofen no norte da Áustria.

Mas depois de uma semana de consultas e encontros com o jovem, o Cardeal Schönborn decidiu não interferir.

O acontecido “não deve, certamente, absolutamente ser entendido como uma mudança do ensinamento da Igreja sobre homossexualidade”, comentou. “Podem acreditar em mim, eu fui o Editor Geral do Catecismo da Igreja Católica, e dos ensinamentos do Catecismo, especialmente no que diz respeito a esse assunto.”

Ele disse que lamentava que “na blogosfera e no mundo virtual” todos pensam que podem “julgar a situação sem conhecer os detalhes precisos, mas nosso mundo é assim mesmo.”

“Sem entrar em detalhes, podem acreditar em mim que, como Pastor, tive uma conversa muito clara com esse jovem, e estou certo de que ele é um jovem fiel em uma situação difícil”

Disse que, de acordo com sua experiência de muitos anos, “se uma pessoa que sente atração por outros do mesmo sexo descobre uma amizade verdadeira e casta, esta pode ser uma verdadeira saída, uma verdadeira saída desta situação que na maioria das vezes é uma dramática destruição de si mesmo.”

“Viver na promiscuidade é realmente inumano e destrutivo para a pessoa”, observou o cardeal austríaco.

E ele vê que há uma necessidade por “boas comunidades onde as pessoas não são julgadas imediatamente, mas também não são automaticamente tidas como certas. É preciso achar o termo certo entre aceitar a pessoa como o Catecismo manda, mas sendo claro sobre a prática homossexual. Mostrar à pessoa que ele é estimado, amado, e não obstante, no momento certo, mostrá-lo que não está no caminho certo”.

“Então, guiar uma pessoa numa situação difícil é sempre uma verdadeira arte. Nós devemos ser muito claros em nossos princípios e muito humanos nos passos desses princípios,” disse o cardeal. “Como o Papa Bento sempre nos lembra: não é possível entender o ensinamento da Igreja sem ter uma verdadeira relação com Jesus Cristo.”

Patriota com orgulho, o Cardeal Schönborn pareceu deveras frustrado com a imagem midiática da Áustria Católica como dissidente e protestante. Para ele, esse estereótipo “não é a vida da Igreja.”

“Vá a Mariazell, o santuário nacional, que também é o santuário dos húngaros e eslavos, e verá o que está no coração do povo da Áustria – o amor por Nossa Senhora,” disse ele.

Fonte original: http://www.catholicnewsagency.com/news/cardinal-schonborn-a-faithful-catholic-minority-can-re-convert-europe/

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“Porquê me converti ao catolicismo”

12 Segunda-feira Mar 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Santa Igreja

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Embora eu seja católico há apenas alguns anos, sei que o problema “por quê sou católico” é muito diferente do problema “por quê me converti ao catolicismo”. Tantas coisas motivaram minha conversão e tantas outras continuam surgindo depois… Todas elas se colocam em evidência apenas quando a primeira nos dá o empurrão que conduz à conversão mesma. Todas são também tão numerosas e tão diferentes umas das outras, que, no final das contas, o motivo originário e primordial pode chegar a parecer quase insignificante e secundário. A “confirmação” da fé, vale dizer, seu fortalecimento e afirmação, pode vir, tanto no sentido real como no sentido ritual, depois da conversão. 

O convertido não costuma recordar mais tarde de que modo aquelas razões se sucediam umas após as outras. Pois breve, muito breve, este sem número de motivos chega a se fundir em uma só e única razão. Existe entre os homens uma curiosa espécie de agnósticos, ávidos esquadrinhadores da arte, que averiguam com sumo cuidado tudo o que em uma catedral é antigo e tudo o que nela é novo. Os católicos, ao contrário, outorgam mais importância ao fato de se a catedral foi construída para voltar a servir como o que é, quer dizer, como catedral. Uma catedral! A ela se parece todo o edifício de minha fé; desta minha fé que é grande demais para uma descrição detalhada; e da que, com grande esforço, posso determinar as idades de suas diversas pedras.Apesar de tudo, estou seguro de que a primeira coisa que me atraiu ao catolicismo, era algo que, no fundo, deveria ter me afastado dele. Estou convencido de que vários católicos devem seus primeiros passos à Roma à amabilidade do defunto senhor Kensit. O senhor Kensit, um pequeno livreiro da City, conhecido como protestante fanático, organizou em 1898 um bando que, sistematicamente, assaltava as igrejas ritualistas e perturbava seriamente os ofícios. O senhor Kensit morreu em 1902 por causa das feridas recebidas em um desses assaltos. Logo a opinião pública se voltou contra ele, classificando como “Kensitite Press” os piores panfletos anti-religiosos publicados na Inglaterra contra Roma, panfletos carentes de todo são juízo e de toda boa vontade. Lembro especialmente agora estes dois casos: alguns autores sérios lançavam graves acusações contra o catolicismo, e, curiosamente, o que eles condenavam me pareceu algo precioso e desejável. No primeiro caso —acredito que se tratava de Horton e Hocking— mencionavam com estremecido pavor, uma terrível blasfêmia sobre a Santíssima Virgem de um místico católico que escrevia: “Todas as criaturas devem tudo a Deus; ma a Ela, até mesmo Deus deve algum agradecimento”. Isto me sobressaltou como um som de trombeta e me disse quase em voz alta: “Que maravilhosamente dito!” Parecia com se o inimaginável fato da Encarnação pudesse com dificuldade encontrar expressão melhor e mais clara que a sugerida por aquele místico, sempre que soubesse entendê-la.

No segundo caso, alguém do jornal “Daily News” (então eu mesmo ainda era alguém do “Daily News”), como exemplo típico do “formulismo morto” dos ofícios católicos, citou o seguinte: um bispo francês havia se dirigido a alguns soldados e operários cujo cansaço físico lhes tornava dura assistência na Missa, dizendo-lhes que Deus se contentaria apenas com sua presença, e que lhes perdoaria sem dúvida seu cansaço e sua distração. Então eu disse outra vez a mim mesmo: “Que sensata é essa gente! Se alguém corresse dez léguas por mim, eu estaria muito agradecido, também, que dormisse em seguida em minha presença”. Junto com estes dos exemplos, poderia citar ainda muitos outros procedentes daquela primeira época em que os incertos indícios de minha fé católica se nutriram quase com exclusividade publicações anti-católicas.

Tenho uma clara lembrança do que veio em seguida a estes indícios. É algo do qual me dou tanto mais conta quanto mais desejaria que não tivesse ocorrido. Comecei a marchar para o catolicismo muito antes de conhecer àquelas duas pessoas excelentíssimas a quem, a este respeito, devo e agradeço tanto: ao reverendo Padre John O’Connor de Bradford e ao senhor Hilaire Belloc; mas o fiz sob a influência de meu acostumado liberalismo político; o fiz até na toca do “Daily News”. Este primeiro empurrão, depois de dever-se a Deus, deve-se à história e à atitude do povo irlandês, apesar de que não haja em mim uma só gota de sangue irlandês. Estive apenas duas vezes na Irlanda e não tenho nem interesses ali nem sei grande coisa do país. Mas isso não me impediu de reconhecer que a união existente entre os diferentes partidos da Irlanda deve-se no fundo a uma realidade religiosa, e que é por esta realidade que todo meu interesse se concentrava nesse aspecto da política liberal. Fui descobrindo cada vez com maior nitidez, conhecendo pela história e por minhas próprias experiências, como, durante longo tempo se perseguiu por motivos inexplicáveis a um povo cristão, e continua odiando-lhe. Reconheci então que não podia ser de outra maneira, porque esses cristãos eram profundos e incômodos como aqueles que Nero jogou aos leões.

Creio que estas minhas revelações pessoais evidenciam com claridade a razão de meu catolicismo, razão que logo foi se fortificando. Poderia acrescentar agora como continuei reconhecendo depois, que a todos os grandes impérios, uma vez que se afastavam de Roma, passava-lhes exatamente o mesmo que a todos aqueles seres que desprezavam as leis ou a natureza: tinham um leve êxito momentâneo, mas logo experimentavam a sensação de estar enlaçados por um nó, em uma situação da qual eles mesmos não podiam se libertar. Na Prússia há tão pouca perspectiva para o prussianismo, como em Manchester para o individualismo manchesteriano.

Todo mundo sabe que a um velho povoado agrário, arraigado na fé e nas tradições de seus antepassados, espera-lhe um futuro maior ou pelo menos mais simples e mais direto ou pelo menos mais simples e mais direto que aos povos que não têm por base a tradição e a fé. Se este conceito se aplicasse a uma autobiografia, seria muito mais fácil escrevê-la do que se fosse esquadrinhar suas diversas evoluções, mas o sistema seria egoísta. Eu prefiro escolher outro método para explicar breve, mas completamente o conteúdo essencial de minha convicção: não é por falta de material que atuo assim, mas pela dificuldade e escolher o mais apropriado entre todo esse material numeroso. Entretanto tratarei de insinuar um ou dois pontos que me causaram uma especial impressão. Há no mundo milhares de modos de misticismo capazes de enlouquecer o homem. Mas há uma só maneira entre todas de colocar o homem em um estado normal. É certo que a humanidade jamais pôde viver um longo tempo sem misticismo.Até os primeiros sons agudos da voz gelada de Voltaire encontraram eco em Cagliostro. Agora a superstição e a credulidade voltaram a expandir-se com tanta vertiginosa rapidez, que dentro de pouco o católico e o agnóstico se encontrarão lado a lado. Os católicos serão os únicos que, com razão, poderão chamar-se racionalistas. O próprio culto idolátrico pelo mistério começou com a decadência da Roma pagã apesar dos “intermezzos” de um Lucrécio ou de um Lucano. Não é natural ser materialista e tampouco sê-lo dá uma impressão de naturalidade. Tampouco é natural contentar-se unicamente com a natureza. O homem, pelo contrário, é místico. Nascido como místico, morre também como místico, principalmente se em vida foi um agnóstico. Enquanto que todas as sociedades humanas consideram a inclinação ao misticismo como algo extraordinário, tenho eu que objetar, entretanto, que uma só sociedade entre elas, o catolicismo, leva em conta as coisas cotidianas. Todas as outras as deixam de lado e as menosprezam.

Um célebre autor publicou mais uma vez uma novela sobre a contraposição que existe entre o convento e a família (The Cloister and the hearth). Naquele tempo, há 50 anos, era realmente possível na Inglaterra imaginar uma contradição entre essas duas coisas. Hoje em dia, a assim chamada contradição, chega a ser quase um estreito parentesco. Aqueles que em outro tempo exigiam a gritos a anulação dos conventos, destroem hoje sem dissimulação a família. Este é um dos tantos fatos que testemunham a seguinte verdade: que na religião católica, os votos e as profissões mais altas e “menos razoáveis” —por assim dizer— são, entretanto, os que protegem as melhores coisas da vida diária. Muitos sinais místicos sacudiram o mundo. Mas uma só revolução mística o conservou: o santo está ao lado do superior, é o melhor amigo do bom. Toda outra aparente revelação se desvia por fim a uma ou outra filosofia indigna da humanidade; a simplificações destrutoras; ao pessimismo, ao otimismo, ao fatalismo, à nada e outra vez ao nada; ao “nonsense”, à insensatez.

É certo que todas as religiões contêm algo bom. Mas o bom, a quinta essência do bom, a humildade, o amor e o fervoroso agradecimento “realmente existente” para com Deus, não se encontram entre elas. Por mais que as penetremos, por mais respeito que lhes demonstremos, com maior claridade ainda reconhecemos também isto: nos mais profundo delas há algo diferente do puramente bom; há às vezes dúvidas metafísicas sobre a matéria, às vezes havia nelas a voz forte da natureza; outras, e isto no melhor dos casos, existe um medo da Lei e do Senhor. Se exageramos tudo isto, nasce nas religiões uma deformação que chega até o diabolismo. Só podem ser suportadas enquanto se mantiver razoáveis e medidas. Enquanto estiverem tranqüilas, podem chegar a ser estimadas, como aconteceu com o protestantismo vitoriano. Pelo contrário, a mais alta exaltação pela Santíssima Virgem ou a mais estranha imitação de São Francisco de Assis, seguiriam sendo, em sua quinta-essência, uma coisa sadia e sólida. Ninguém negará por isso seu humanismo, nem desprezará a seu próximo. O que é bom, jamais poderá chegar a ser Bom DEMAIS. Esta é uma das características do catolicismo que me parece singular e ao mesmo tempo universal. Esta outra a segue: Somente a Igreja Católica pode salvar o homem da destrutiva e humilhante escravidão de ser filho de seu tempo.

Outro dia, Bernard Shaw expressou o nostálgico desejo de que todos os homens vivessem trezentos anos em civilizações mais felizes. Tal frase nos demonstra como os santarrões só desejavam —como eles mesmos dizem- reformas práticas e objetivas. Agora bem: isto se diz com facilidade; mas estou absolutamente convencido do seguinte: se Bernard Shaw tivesse vivido durante os últimos trezentos anos, teria se convertido há muito tempo ao catolicismo. Teria compreendido que o mundo gira sempre com a mesma órbita e que pouco se pode confiar em seu assim chamado progresso. Teria visto também como a Igreja foi sacrificada por uma superstição bíblica, e a Bíblia por uma superstição darwinista. E um dos primeiros a combater estes feitos tivesse sido ele. Seja como for, Bernard Shaw desejava para cada um uma experiência de trezentos anos. E os católicos, muito ao contrário de todos os outros homens, têm uma experiência de dezenove séculos. Uma pessoa que se converte ao catolicismo, chega, pois, a ter de repente dois mil anos. Isto significa, se o presenciamos ainda mais, que uma pessoa, ao se converter, cresce e se eleva ao pleno humanismo. Julga as coisas do modo como elas comovem a humanidade, e a todos os países e em todos os tempos; e não somente segundo as últimas notícias dos diários. Se um homem moderno diz que sua religião é o espiritualismo ou o socialismo, esse homem vive integramente no mundo mais moderno possível, quer dizer, no mundo dos partidos. O socialismo é a reação contra o capitalismo, contra a insana acumulação de riquezas na própria nação. Sua política seria de todo diversa se fosse vivida em Esparta ou no Tibet. O espiritualismo não atrairia tampouco a atenção se não estivesse em contradição deslumbrante com o material estendido em todas as partes. Tampouco teria tanto poder se os valores sobrenaturais fossem mais reconhecidos. Jamais a superstição tem revolucionado tanto o mundo como agora. Só depois que toda uma geração declarou dogmaticamente e de uma vez por todas, a IMPOSSIBILIDADE de que haja espíritos, a mesma geração deixou-se assustar por um pobre, pequeno espírito. Estas superstições são invenções de seu tempo —poderia se dizer em sua desculpa—. Já faz muito, entretanto, que a Igreja Católica tenha aprovado não ser ela uma invenção de seu tempo: é a obra de seu Criador, e continua sendo capaz de viver o mesmo em sua velhice como em sua primeira juventude: e seus inimigos, no mais profundo de suas almas, perderam já a esperança de vê-la morrer algum dia.

G. K. Chesterton

Fonte: http://regisaeculorumimmortali.wordpress.com/2012/03/12/porque-me-converti-ao-catolicismo/#comment-602

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‎”Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica. Um me distingue, o outro me evidencia. É por este sobrenome que nosso povo é diferenciado dos que são chamados heréticos.” São Paciano de Barcelona

‎”Foi Sempre privilégio da Igreja, Vencer quando é ferida, Progredir quando é abandonada, e Crescer em ciência quando é atacada.” (Santo Hilario de Potiers, Dr. da Igreja).

‎"Foi Sempre privilégio da Igreja, Vencer quando é ferida, Progredir quando é abandonada, e Crescer em ciência quando é atacada." (Santo Hilario de Potiers, Dr. da Igreja).

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