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Entre o trono e o altar – Católica fiel às orientações do papa, a princesa Isabel abraça uma causa, alcança uma graça e se torna a redentora dos escravos no Brasil

28 Quinta-feira Jun 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Santa Igreja, Dos Santos e Santas, História da Igreja

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beatificação, brancos, católica, cristandade, D. Pedro II, escravismo, escravocrata, escravos, feminismo, Igreja Católica, igreja e estado, Leão XIII, Lei Áurea, libertação, monarquia, negros, Nossa Senhora Aparecida, papa, política, Princesa Isabel, religião, soberana, vaticano

O mequetrefe ironiza a anistia concedida em 1875 aos bispos durante a Questão Religiosa. Em destaque o duque de Caxias, presidente do Gabinete na época, cavalgando a Constituição, e a princesa.

O mequetrefe ironiza a anistia concedida em 1875 aos bispos durante a Questão Religiosa. Em destaque o duque de Caxias, presidente do Gabinete na época, cavalgando a Constituição, e a princesa.

Uma princesa de vassoura na mão varrendo a igreja? E ainda jogando no corpete de seu vestido o pó recolhido do chão? Apesar de estranha, a cena se passou em Guaratinguetá, em 1884. A personagem era a herdeira do trono de D. Pedro II, a princesa Isabel, que cumpria uma promessa feita anos antes à Virgem Aparecida. A graça alcançada era ter gerado filhos.

Em Petrópolis, a princesa também era vista frequentemente limpando templos católicos. De fato, ela se consumia em atividades religiosas. Cantava no coral da igreja, participava da adoração ao Santíssimo Sacramento, cuidava da ornamentação do altar. Não raro, passava o dia todo na igreja. E assim, aos poucos, começava a incomodar muita gente.

Além das práticas católicas, sua rotina era comum aos padrões das mulheres de seu tempo e de seu segmento social. Em sua casa, na Corte ou em Petrópolis, Isabel se dedicava com afinco ao cultivo de flores, tocava piano, recebia amigos e parentes, escrevia cartas. Ao lado do marido, o conde d’Eu (1842-1922), abria os salões de seu palácio em Laranjeiras para animados saraus e jantares. Mas, em meio a tudo isso, reinava uma forte religiosidade, que marcou não só sua história pessoal como também a própria História do Brasil.

A religião era uma espécie de óculos pelos quais Isabel olhava o mundo. Certa vez, ela censurou D. Pedro II por ter visitado uma sinagoga na Europa. Também implicou com sua visita àescritora George Sand (1804-1876), a quem considerava imoral. Sand era uma precursora do feminismo, defensora de ideias socialistas, famosa por suas roupas masculinas e seus casos amorosos. Uma figura bem diferente daquelas por quem, desde a infância, Isabel demonstrava admiração e devoção, como os reis e rainhas canonizados pela Igreja Católica.  São Luís de França e Santa Isabel, fosse a de Portugal ou a da Hungria, eram seus modelos. Em Caxambu, a princesa iniciou a edificação de uma igreja consagrada a Santa Isabel de Hungria. Em sua primeira viagem à Europa, fez questão de beijar as mãos de Santa Isabel de Portugal, cujo corpo encontrava-se preservado em um caixão. E conforme antiga tradição católica, além de comemorar seu próprio aniversário de nascimento, a princesa também celebrava e recebia presentes nos dias dedicados às duas santas suas homônimas e de quem descendia.

Para Isabel, o Brasil integrava a cristandade, cuja autoridade era o papa, a quem os governantes deviam respeito e submissão. Dessa forma, o exercício da política deveria estar diretamente associado à obediência a esse líder maior, preceito que determinava suas práticas religiosas cotidianas e mesmo sua conduta como regente do Império e herdeira do trono.

Durante a chamada “questão religiosa” (1872-1875), estopim das dificuldades de relação entre a Igreja e o Estado no país, a princesa tomou as dores dos bispos de Olinda e do Pará, presos em 1874 a mando de D. Pedro II por interditarem irmandades frequentadas por maçons. Os religiosos obedeciam a uma recomendação do papa não validada pelo imperador, chefe da Igreja no Brasil, conforme a Constituição do Império. Ao intervir na questão, Isabel questionou o pai. “Devemos defender os direitos dos cidadãos brasileiros, os da Constituição, mas qual a segurança de tudo isso se não obedecemos em primeiro lugar à Igreja?”.

Ospolíticos ligados ao Partido Liberal denunciavam as estreitas ligações entre a herdeira do trono, o episcopado brasileiro e o Vaticano. Como defensores da separação entre Igreja e Estado, viam em Isabel um futuro obstáculo ao seu modelo de sociedade. De fato, durante sua terceira regência (1887-1888), as discussões sobre a adoção do casamento civil, repudiado pelo catolicismo romanizado, foram trancadas no Senado.

Isabel usava sua posição privilegiada para ajudar os necessitados. Promovia concertos, bazares e leilões, mobilizando diversas redes de colaboradores, no Brasil e no exterior. Os recursos angariados eram destinados aos necessitados em maior evidência em cada momento: os refugiados da Guerra Franco-Prussiana (1870-1871) na Inglaterra, as vítimas da Grande Seca do Nordeste brasileiro (1877-1879) e os feridos nas batalhas da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

No Brasil, a princesa abraçou com fervor religioso ainda maior a causa da abolição. Acolheu e alimentou escravos fugitivos em seu palácio. Fomentou campanhas e criou livros de ouro para a subscrição de doações, com o objetivo era angariar fundos para a compra de alforrias. Sua motivação cresceu a partir de 1887, quando o episcopado brasileiro, afinado com as orientações papais, promoveu intensa campanha abolicionista. Por meio de cartas pastorais, os bispos convocaram os católicos do país a promover a libertação de escravos em honra ao jubileu sacerdotal do papa. Como católica fiel às orientações papais, a regente atendeu às suas súplicas. Assim, após uma queda de braço que envolveu a demissão do Gabinete Cotegipe, a Lei Áurea foi assinada em 1888. Dias depois, ainda como princesa regente, ajudou a organizar uma gigantesca missa campal em agradecimento pelo fim da escravidão.

Sem o apoio dos fazendeiros escravistas, a monarquia parecia ameaçada. Isabel confessou mais tarde saber dos riscos que corria. “Fui alertada de que o ato não era político. Mas […] a agitação entre os escravos era crescente. Leão XIII me pressionava e como poderia eu, batizada e livre, suportar que meus irmãos em Jesus Cristo continuassem escravos, enquanto podiam contar apenas comigo para libertá-los?”

A manutenção da escravidão gerava temores, como a eclosão de uma guerra civil entre abolicionistas e escravocratas, como ocorrera nos Estados Unidos, ou uma repetição do ocorrido no Haiti, onde os negros expulsaram os brancos. A libertação sonhada pela princesa seria ordeira e pacífica, de modo a evitar o pesadelo das convulsões sociais. A liberdade deveria ser uma doação e uma bênção. Como “redentora dos cativos”, a princesa via-se agora cumprindo o papel de governante católica com o qual se identificava desde a infância.

Meses depois da Lei Áurea, em setembro de 1888, a princesa recebeu a Rosa de Ouro, uma condecoração oferecida apenas a chefes de Estado em reconhecimento por sua fidelidade à Santa Sé. Por carta, o papa Leão XIII não só lhe agradecia como interpretava a assinatura da Lei como sinal de dedicação de sua “Filha muito amada” às orientações da Sé Apostólica. Nos meios católicos, a celebração em torno da entrega da Rosa de Ouro revestia-se de simbolismos. Para uns, seria o início do Terceiro Reinado, uma espécie de coroação antecipada e chancelada pela Igreja. Outros viam no episódio um novo momento de fundação. Era a “segunda missa no Brasil”, diziam. Mas o fato é que Isabel, durante a solenidade, causou constrangimento nos meios políticos liberais ao jurar fidelidade ao papa, um soberano estrangeiro.

No exílio, após a queda da monarquia, Isabel foi procurada por Silveira Martins (1835-1901), senador do Império entre 1880 e 1889. O assunto era a restauração da monarquia. A ideia era que o ex-imperador e a filha abdicassem em favor do príncipe D. Pedro, o filho mais velho da princesa. O rapaz tinha então 15 anos.  O plano era levá-lo de volta ao Brasil, sem a presença dos demais membros da família imperial.  A chefia do Estado seria entregue a um governo regencial até que o garoto atingisse a maioridade. O ex-imperador aceitou tudo de pronto, mas a princesa foi contra. “Embora brasileira, sou, antes de tudo, católica; e com relação a meu filho ir para o Brasil, jamais o confiarei a este povo[os políticos], já que o meu dever é a salvação de sua alma.” Irritado e desiludido, o político respondeu-lhe prontamente:“Então, senhora, seu destino é o convento!”

A princesa não chegou a herdar o trono de seu pai. No exílio na França, onde permaneceu até sua morte, em 1921, Isabel dedicou-se ainda mais à caridade e a um contato mais próximo com o Vaticano. Durante a velhice, promoveu diversas campanhas de ações beneficentes dirigidas aos brasileiros, tudo com auxílio de amigos e, principalmente, por meio de suas sólidas articulações com o episcopado. Mesmo impedida de ocupar o trono, ela “reinava” a seu modo e à distância. Na França, cultivava em seu palácio um jardim de plantas brasileiras e ensinava a língua portuguesa aos netos. Em seus aposentos, guardava com devoção os objetos que considerava mais sagrados: abandeira imperial brasileira, a coroa do Império, a Rosa de Ouro e uma imagem do Sagrado Coração de Jesus, maior devoção entre os católicos romanizados.

 

Robert Daibert Júnioré professor da Universidade Federal de Juiz de Fora e autor do livro Isabel, a ‘Redentora dos escravos’: uma história da princesa entre olhares negros e brancos (Edusc, 2004).

 

 

Saiba Mais – Bibliografia

CARVALHO, José Murilo de. D. Pedro II: ser ou não ser. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

LACOMBE, Lourenço Luiz. Isabel: a Princesa redentora. Petrópolis: Instituto Histórico de Petrópolis, 1989.

PRIORE, Mary Del. O Príncipe Maldito: traição e loucura na Família Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.

VIEIRA, Hermes. Princesa Isabel: uma vida de luzes e sombras. São Paulo: GRD, 1989.

Saiba Mais – Internet

www.idisabel.org.br

Fonte

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Nossos avós tinham sorte e não sabiam…

16 Quarta-feira Maio 2012

Posted by marcosmarinho33 in Uncategorized

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concílio, crise, fé, latim, missa, novus, ordo, tridentina, vaticano

Vou a Missa todos os dias. Ao menos tento ir. De qualquer modo, são exceções os dias que eu não vou.

Mas tem algo que já está me incomodando e não é de hoje. Desde muito tempo atrás, antes de sequer saber o que era Missa Tridentina, Novus Ordo, Tradição, e etc, eu já não me sentia bem nas missas que frequentava. Não gostava de bateria, de palmas, de dança, de ficar cumprimentando e abraçando durante a Oração da Paz. Em grande parte, isso foi um dos fatores que me levou a parar de ir a Igreja por uns anos.

E então, eis que descubro: a Missa nem sempre havia sido daquele jeito. É claro, descobri isso da pior maneira possível, com pessoas que também não sabiam do que estavam falando, então fiquei pensando que graças a Deus Paulo VI tinha mudado a Missa! Mas ainda assim, fiquei encucado com aquilo… Orações e canto em Latim, o padre de costas, mulheres de véu, solenidade… aquilo, por pior que tivesse sido apresentado, me interessou bastante. Sempre tive esse péssimo hábito de gostar do que ‘não devo’. Eu ainda era um leigo muito leigo (rs), não conhecia nada direito. Ocasionalmente, ouvia falar de como era antigamente, de que ninguém entendia nada. Só isso que sabiam falar. Só isso que importava.

E assim ficou, por um bom tempo. Até que finalmente um amigo me explicou toda a história. Foi um choque pra mim, que já estava me esforçando pra me encaixar no padrão modernista que me era empurrado pra que engolisse sem reclamar. Quando descobri o que era a Missa Tridentina, ou melhor, o que era a Missa em si! não hesito em dizer que fez a diferença na minha vida. Melhor ainda, quando pela primeira vez assisti a Santa Missa no Rito Tridentino, acho que foi ali que finalmente todos os meus 15 anos de vida fizeram sentido. kkk Se tivesse morrido depois daquilo ali, morreria feliz. Não mais crises de Fé. Não mais dúvidas sobre a Transubstanciação. Não mais besteiras e abusos litúrgicos. Eu finalmente entendi o que fez tantos católicos se rebelarem contra a mudança. Queriam enfeitar a Beleza, melhorar o Sumo Bem… em outras palavras, não havia nada a ser mudado. Tudo estava tão perfeito quando o próprio Sacrifício de Cristo na Cruz. Era o que devia ser. Simplesmente isso.

De lá pra cá, assisti muitas vezes a Santa Missa em Rito Tridentino, e fico com raiva quando tentam me dizer que ‘ambas as missas (a nova e a tridentina) são iguais’. Caramba, nunca! De modo nenhum! Experimente ir todos os dias pra Missa Nova, e experimente ir só num pra Missa Tridentina. Santificar-se-á infinitamente mais no dia que assistir ao Rito Tridentino.

E é isso que me preocupa. Fico lendo textos de santos, livros de história sobre a Igreja e a Missa como era antes, e então, paro, sempre às 18h, pra ir a Missa. E é algo quase insuficiente. Eu sei que Cristo está ali, presente na Eucaristia, exatamente como esteve no Calvário. A razão me diz isso; mas em compensação… nada mais o faz. Por mais esmero que tenha nosso amado pároco durante a Missa, o problema não é ele. É o Missal.

Não estou com crise de Fé, graças a Deus Onipotente. Mas não consigo deixar de imaginar (ainda que os exercícios de mortificação mandem o contrário) como seria se pudesse assistir ao Rito Tridentino todos os dias…

Todavia, não compreendemos o porquê das coisas que Deus faz, mas mesmo assim devemos suportá-la com a santa paciência que ele nos há de prover. E, quem sabe um dia, ele poderá nos agraciar com este tão grande e piedoso bem que é a Missa Tridentina (num contexto mais acessível). Tudo pela Glória de Deus.

Missa Tridentina em Betim

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Nossa Senhora de… Medjugorje?!

28 Terça-feira Fev 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Santa Igreja, Da Virgem Maria

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2012, aparição, bósnia, cilada, controvérsias, dúvidas, demônio, falsa, fátima, fenômeno, fratres, herzegovina, ilícito, iugoslávia, mae, maria, medjugorje, nossa, omissão, penitência, peregrinações, proibido, roma, santíssima, senhora, unum, vaticano, virgem

Ultimamente, tenho visto muitas pessoas falando da tal “Nossa Senhora de Medjugorje”. Houve até quem já tivesse imagens da tal aparição. Fiquei intrigado, pois não conhecia muito, e resolvi pesquisar.

A cidade de Medjugorje fica na região da  Bósnia e Herzegovina . As supostas aparições começaram em  24 de Junho de 1981, com a vidente Vicka Ivankovic. Diariamente. Afirma até que Nossa Senhora lhe contou detalhadamente sua vida aqui na terra, que ela pretende publicar no futuro como a biografia da Virgem. Diz também que já teve a graça de visitar o Céu, o Inferno, e o Purgatório.

As aparições se tornaram de praxe, já faz parte da rotina. Vários videntes tem experiência com ela diariamente. E diferentemente do que apontam os venerados santos e místicos, não é preciso muito não. Nem mesmo uma mudança de vida. De fato, ‘conservar-se irrepreensível’ não é algo que a Mulher de Medjurgorje faz questão. Interessante esse contraste com a penitência e sincera conversão pedida por Nossa Senhora em Fátima.

Além disso, me parece óbvio que Nossa Senhora jamais falaria alguma heresia. Todavia, a “Maria de Medjugorje” nos diz: Filhinhos, eu quero que vocês vivam e mudem toda a negatividade interior, de modo que tudo se torne positivo e vivo.  (Franken, p.37) Também disse que “Para Deus, todas as religiões são iguais”: Só há um Deus para todos, mas as pessoas inventaram várias religiões. Meu Filho é o único Mediador e Salvador de todas as pessoas, mas, do modo que vejo, as pessoas vivem bem se elas praticam bem as suas religiões, se elas seguem as suas consciências. Entre muitos outros erros, dentre eles, a defesa de um sacerdote imoral.

Sem falar que um dos aspectos essenciais para se avaliar uma aparição mariana como verdadeira ou falsa é como ela afetou a vida do vidente. Em todas as aparições, viu-se que os videntes se tornaram (se não já fossem) perfeitos em sua conduta, realmente cristãos irrepreensíveis. Porém, isso é algo que já não se observa nos videntes de Medjugorje:

Padre Grafenauer: O bispo tem o dever de julgar se esta aparição é ou não é Nossa Senhora.

Vicka: Ele pode julgar como quiser, mas eu sei que é Nossa Senhora.

Padre: A Igreja diz, daqueles que confiam em si mesmos, que isto já é um sinal de que Nossa Senhora não está aparecendo.

Vicka: Que quem duvida, permaneça duvidando. Eu não duvido.

Padre: Isso não é bom… certa vez, você disse ao bispo que ele deveria prestar mais atenção em Nossa Senhora do que no Papa.

Vicka: Sim, eu falei.

Padre: Isso significa que o bispo deve ouvir mais você do que o Papa.

Vicka: Não, não eu.

Padre: Mas o bispo não sabe o que é este fenômeno e talvez não seja Nossa Senhora.

Vicka: Sim, é Nossa Senhora.

Padre: Você disse ao bispo que a culpa é dele e que aqueles dois (Vego [leia mais aqui] e Prusina) são inocentes e que eles podem exercer suas funções sacerdotais.

Vicka: Sim, eu falei.

Padre: Eles podem ouvir confissões?  Nossa Senhora mencionou isso?

Vicka: Sim.

Padre: Se Nossa Senhora disse isso e o Papa diz que eles não podem…

Vicka: O Papa pode dizer o que ele quiser. Eu estou dizendo o que é!

Padre: Veja, é por isso que podemos chegar à conclusão que não é Nossa Senhora… quando o Papa diz não, eles não podem celebrar Missa, eles não podem ouvir confissões e, por outro lado, Nossa Senhora afirma que eles podem fazer ambas as coisas! Isso não pode ser!

Vicka: Eu sei o que é certo! (O que Nossa Senhora disse).

Padre: Isso não pode ser verdade. Eu coloco a minha mão no fogo de como essa não é Nossa Senhora falando. Quando uma pessoa tem um dom maior, há também um maior perigo do demônio agir nessa pessoa.

(Fonte: http://fratresinunum.com/tag/medjugorje-a-historia-definitiva/)

Sua Santidade, o Papa Bento XVI, não consegue acreditar em tantas aparições, quase diárias. A Igreja NÃO reconheceu as supostas aparições de Medjugorje, portanto, é vedado aos católicos que continuem crendo nisso. Muitos protestantes afirmam que o demônio usa o nome da Virgem para corromper os católicos,algo que antes dos fenômenos de Medjugorje, era algo digno de riso.

Strong belief: About 20,000 pilgrims at medjugorje in 2001 celebrating the twentieth anniversary of when six children said they had seen the virgin on the hillsideDe fato, o jornal não-católico Daily Mail já diz: “Medjugorje se tornou o centro de peregrinação católica ilícito mais visitado do mundo”.

http://www.dailymail.co.uk/news/article-1052230/Pope-finally-launches-crackdown-worlds-largest-illicit-Catholic-shrine-suspends-dubious-priest.html

————

O site Fratres in Unum nos traz a notícia de que ainda neste ano teremos finalmente um parecer de Roma sobre o assunto:

Em 6 ou 7 meses terminarão os trabalhos da comissão que desde 2010 investiga, sob os cuidados do Cardeal Camilo Ruini, o “fenômeno Medjugorje”. É o que informa o vaticanista Andrea Tornielli. Os resultados das investigações serão submetidos à Congregação para a Doutrina da Fé e, posteriormente, ao Papa Bento XVI, para que se dê a última palavra sobre as supostas aparições que causam controvérsia desde 1981.

Até o momento, os bispos de Mostar, diocese a que pertence Medjugorje, continuamente desautorizaram as ditas aparições. Em 1991, a Conferência Episcopal da antiga Iugoslávia afirmou a respeito dos eventos: “non constat de supernaturalitate”, em uma tradução literal, “não consta a sobrenaturalidade”.

A Comissão chefiada pelo Cardeal Ruini acaba de entrevistar todos os alegados videntes em Roma. Apesar do segredo em torno dos procedimentos, considera-se provável nos sacros palácios que o parecer seja mantido: “non constat de supernaturalitate”. O que significa, segundo o Cardeal Angelo Amato, uma desaprovação. Mas não necessariamente uma condenação ou proibição de peregrinações e tudo o mais que gira em torno da pequena cidade da Bósnia e Herzegovina.

Provavelmente, a Santa Sé procurará manter vivo o que os fiéis buscam ao visitar o local, isto é, a administração dos sacramentos e a devoção a Nossa Senhora. Esclarecendo, contudo, que as mensagens não são sobrenaturais. Resta ainda saber se o parecer tratará daquelas mensagens que, segundo católicos proeminentes, inclusive da hierarquia, destoam da doutrina católica. Algo necessário, mas que por circunstâncias políticas pode sequer ser abordado. Quem viver, verá.

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A Resposta Católica: As missas inculturadas são permitidas?

14 Terça-feira Fev 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Doutrina, Da Liturgia, Da Santa Igreja

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abusos, catequese, celebração, concílio, costumes, cruz, cultura, etnias, eucaristia, formação, hábitos, inculturação, litúrgicos, missa, morte, padre, paixão, redentor, sacrifício, santa, santo, se, seminários, vaticano

Com cada vez mais frequência, ouvem-se notícias de missas exóticas, utilizando elementos das culturas locais: gauchesca, árabe, afro, sertaneja etc. Essas missas são permitidas? São válidas? Como a Santa Sé lida com essa questão? É possível introduzir elementos regionais no Santo Sacrifício da Missa?

“A missa é um memorial do Senhor Jesus. É um memorial perfeito em que sua Presença viva nos mantém vividamente conscientes Dele. É também um banquete divino, em que Deus provê a mesa com o seu próprio corpo e o seu próprio sangue. Mas é mais do que um memorial e mais do que um banquete. É sobretudo um sacrifício.” Assim, não se deve permitir que a missa seja profanada, dessacralizada, subtraída do sagrado, pelo contrário, que o direito de cada fiel a assistir a missa de acordo com o rito aprovado seja exercido sempre e cada vez mais. É a vontade do Papa, é o mandamento de Cristo. Obedeçamos.

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Vaticano ‘desenha as regras’ para se vestir na igreja

31 Terça-feira Jan 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Liturgia, Da Santa Igreja

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bom, decência, igreja, liturgia, modéstia, regras, roupas, senso, vaticano, vestimentas

Fonte: http://cristaocomprometido.blogspot.com/2011/02/regras-do-vaticano-como-se-vestir-para.html

Regras do Vaticano: Como se vestir para a Santa Missa

Pedi licença para copiar à Graziella Martins, autora do blog “Aprendendo a ser Católica”( http://comosercristacatolica.blogspot.com), o artigo abaixo que achei muito legal.
De minha parte fico cada vez mais impressionado com os trajes que as pessoas usam para ir as Missas; são minis-saias(minis mesmos), decotes, bermudas, shorts e por aí vai…O modernismo, trajado (com o perdão do trocadilho) de evolução necessária para atrair fiéis as igrejas está acabando com o sentido do Sagrado…
Eis o artigo:


Como se vestir para ir na Igreja Católica?

O Vaticano nos dá a resposta.
Todos nós sabemos que o Vaticano tem regras severas sobre o vestuário, tanto em São Pedro quanto nos Museus
As pessoas não podem andar trajando roupas curtas (saias ou shorts acima do joelho), nem decotadas ou sem mangas, ombros expostos ou costas de fora (regra que deveria ser seguida em todos os Templos da Igreja Católica).
Ocorre que, apesar disso, parece que algumas pessoas se faziam de analfabetas e teimavam em andar trajando roupas inadequadas e indecentes.
Como lidar com essas pessoas?
O Vaticano resolveu, literalmente, desenhar as regras para os “analfabetos”.
Tomara Deus os nossos sacerdotes sigam o exemplo do Vaticano e não permitam que as pessoas entrem na Igreja e se aproximem da Eucaristia vestidos de forma indecente.
Tomara Deus os católicos se conscientizem de sua importância e da importância do seu Corpo como Templo do Espírito Santo, da importância da Eucaristia e comecem a vestir-se de forma digna, de forma que desmonstrem que são filhos e filhas de Deus.
Homens: Nada de bermuda, chapéu e camisa sem manga na Igreja.Coloquem calças e camisas com manga.
Mulheres: Nada de tomara-que-caia, decote, costas nuas, ombros e barriga à mostra, mini-saia ou shorts curtos na Igreja. Coloquem saias, calças ou bermudas que sejam, pelo menos, até o joelho e camisas com manga e sem decotes, sem costas nuas.

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Igrejas modernas, “feias como o pecado” X Igrejas tradicionais, antecâmaras do Céu

24 Terça-feira Jan 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Santa Igreja

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antigo, arquitetura, artificial, barroco, beleza, bonito, catedral, céu, ecumenico, espiritualização, feio, futurismo, gótica, igrejas, ii, laico, maneirismo, modernismo, moderno, modismo, pecado, templos, tradicional, tradicionalismo, vago, vaticano

[texto tirado de: http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?IDmat=B1D30CD4-3048-560B-1C40426C34447D00&mes=Agosto2006&pag=1 ]

Igrejas modernas, “feias como o pecado”
X
Igrejas tradicionais, antecâmaras do Céu

Para arquiteto americano, muitos sentem, mas poucos dizem: as igrejas modernas criam um ambiente que leva à perda da fé. Em sentido contrário, as igrejas antigas, fiéis à tradição, estimulam a fé e a piedade, tornam atraente a virtude e alimentam o desejo do Céu.

Luis Dufaur
Por certo o leitor já terá visto igrejas católicas em estilo moderno ou modernizado, ou mesmo entrado em alguma delas. Que impressão causam? Para muitos, as formas e estilos artísticos não tradicionais causam mal-estar psicológico. Por isso, não raramente lamentam-se, e confessam ter saudades dos estilos antigos. Se o leitor conhece gente assim, ou é um deles, encontrará aqui algo que lhe explicará muitas coisas.

Faltava a publicação de um estudo que apontasse com clareza, conhecimento, seriedade e respeito o que a nova arquitetura católica tem de censurável. Michael S. Rose, jovem arquiteto americano, doutor em Belas Artes pela Brown University (dos EUA), pôs o dedo na ferida. E a repercussão foi vasta. Seu livro, Feia como o pecado — Por que transformaram nossas igrejas de lugares sagrados em salas de reunião, e como voltar atrás(1), tornou-se leitura de referência. Na esteira desse sucesso, o autor publicou Em camadas da glória: o desenvolvimento orgânico da arquitetura das igrejas católicas através das épocas(2) e entrou na lista dos best sellers do “New York Times”.

No texto que segue, o primeiro livro será citado com a letra U (de Ugly, feia), seguida do número da página. E o segundo livro será citado com a letra T (de Tiers, camadas), também seguida pela página correspondente.

Ambiente arquitetônico influencia tendencialmente os fiéis

Michael S. Rose

Michael S. Rose

Constatou que os fundamentos dos estilos católicos para construir igrejas ao longo de dois milênios foram contestados e expulsos pela nova arquitetura eclesiástica. Não é uma divergência de gostos, preferências, comodidade ou custos, segundo o autor. Trata-se de uma oposição medular entre dois modos de considerar a ordem do Universo, da Redenção e da Igreja, aplicados à arquitetura.
Embora Dr. Rose seja católico, escreveu sua obra do ponto de vista de um arquiteto. Identificou os princípios e usos que guiam os profissionais quanto à feiúra arquitetônica religiosa moderna. Vasculhou na tradição e na história da Igreja as razões pelas quais um templo é católico independente de estilos, escolas e eras históricas. Encontrou um tesouro de doutrinas — algumas reveladas por Deus, e muitas outras elaboradas pelo Magistério tradicional da Igreja.

As duas concepções passam mensagens antagônicas, através de formas estéticas, cores, proporções, num sem-número de elementos simbólicos materiais. Elas modelam o modo de sentir, de praticar e de aderir à fé e atingem algo muito íntimo: o próprio modo de ser de quem freqüenta as igrejas.

Como isso acontece? Rose o mostra, historiando a origem de ambas concepções.Dr. Rose timbra em ressaltar: “Um postulado básico que os arquitetos aceitaram durante milênios é que o ambiente arquitetônico tem a capacidade de influenciar profundamente a pessoa, o modo como ela age e sente, o que ela é” (T, 9). E acrescenta: “A arquitetura da igreja afeta o modo mediante o qual o homem pratica o culto; o modo de prestar culto afeta o que ele crê; e o que ele crê afeta não somente sua relação pessoal com Deus, mas o modo como se comporta na vida diária” (U, 7).

Fidelidade das igrejas antigas às origens bíblicas e canônicas

O arcabouço do templo católico foi ditado por Moisés durante a travessia do deserto. Ele mandou que os judeus demarcassem nos acampamentos um espaço retangular sagrado. Numa extremidade era montada a tenda, ou tabernáculo, que continha a Arca da Aliança com as Tábuas da Lei. Diante da tenda, erigia-se o altar do sacrifício. Este esquema guiou a construção, pelo rei-profeta Salomão, do Templo de Jerusalém, completado em 966 a.C.

Durante as perseguições romanas, os primeiros cristãos foram constrangidos a se congregarem em casas ou nas catacumbas. Quando obtiveram a liberdade em 313, com o edito de Milão, do Imperador Constantino, eles escolheram para suas igrejas os altos, ricos e imponentes edifícios chamados basílicas. Eram as construções mais próximas do Templo ideal. Possuíam cinco naves e uma abside reservada para os magistrados, a qual apresentava o chão elevado. Os cristãos acrescentaram um transepto para que a planta do edifício formasse uma cruz. No cruzamento dos braços da Cruz instalaram o altar. Em Roma, podem-se visitar algumas das mais famosas dessas basílicas, como a de São Paulo fora dos Muros, São João de Latrão e Santa Maria Maggiore.

Igreja Na. Sra. da Conceição, Ouro Preto - MG

Essas basílicas cristianizadas constituíram o ponto de partida do estilo românico. Neste, o teto plano foi substituído pelos arcos de meio ponto que nos remetem à abóbada celeste. Surgiu depois o estilo gótico, com a ogiva que acena para alturas infinitas. Ele é hierático, sacral e solene; lógico, matizado e requintado; um resumo da ordem do Universo.

O estilo barroco deu ênfase ao movimento, às cores e à estatuária, manifestando aos fiéis a proximidade do mundo sobrenatural com o terreno. Luminoso, cálido e acolhedor, contrapôs-se à visão do protestantismo: ressequida, hirsuta, cinzenta e utilitária. Podemos apreciá-lo em inúmeras igrejas coloniais brasileiras.

Planta de S. Maria Maggiore

O século XIX misturou os estilos, e até viu renascer o gótico. A variedade foi pasmosa, mas o espírito e o ambiente das igrejas católicas continuou sempre marcado pelo recolhimento, a sacralidade e a unção sobrenatural, sinais da aprovação divina. Esta continuidade, explica o autor, deve-se a que todos eles respeitaram os princípios da tradição arquitetônica católica.

Origens protestantes das igrejas católicas modernas

Na primeira metade do século XX apareceram igrejas em estilos modernos, desprovidas desse espírito. Como foi isso possível?

O arquiteto americano mostra que o protestantismo, estéril por natureza, foi incapaz de gerar um estilo arquitetônico próprio. Seus heresiarcas fundadores preferiram galpões sem graça. Porém, os pastores heréticos conservaram antigas igrejas católicas usurpadas, para se darem ares de credibilidade. É a razão pela qual, no Brasil, eles construíram alguns templos de inspiração neogótica.

Até que, em meados do século XIX, um movimento interno no protestantismo reivindicou prédios mais consentâneos com o seu espírito. Esses templos foram construídos focalizando leitura e reunião, e não o sacrifício do altar. Eles imitam anfiteatros e auditórios. Surgiu assim uma arquitetura “deliberadamente não-eclesiástica, sem altar, sem tabernáculo e sem presbitério” (T, 99).

Tendência análoga processava-se no modernismo católico. “Após a II Guerra Mundial, os católicos começaram a experimentar novas formas e configurações. […] Algumas destas experiências foram inspiradas pelo movimento liturgicista católico, e dirigidas por líderes da arte e da arquitetura modernista […]. A estatuária foi evitada, a estrutura de basílica foi descartada e o sagrado não foi mais diferenciado do profano. Utilizando linhas retas e geometrias abstratas, arquitetos como Rudolph Schwartz e Dominikus Bohm criaram ‘espaços de culto’ frios e secos muito antes que estas experiências atingissem o seu auge nas décadas que seguiram o Concílio Vaticano II” (T, 100-101). Nessas “experiências”, a piedade e a unção sobrenatural desapareceram.

Le Corbusier cria igrejas-máquina, ou de pesadelo

O arquiteto suíço Le Corbusier criou dois exemplos típicos da nova arquitetura em sintonia com a nova teologia. “Sua Notre Dame du Haut (1950-1954) em Ronchamp, França, é talvez o epítome de uma igreja desenhada como uma escultura abstrata.

O mosteiro dominicano de La Tourette (1951), […] com seus espaços áridos e opressivos, foi um fracasso monumental” (T, 101-102).(3) Le Corbusier sustentava que a casa é uma “máquina para morar”.

Mosteiro dominicano de La Tourette

Portanto, máquina, e não a figura humana, seria o paradigma para a arquitetura. Este critério insano “foi aplicado na arquitetura eclesiástica católica dos anos 60, enquanto que a Igreja, desorientada como foi pelo novo movimento litúrgico, sucumbiu à idéia de que a arquitetura da nova igreja deveria explorar os materiais e os métodos modernos.

Catedral do Rio de Janeiro

Então, a maioria das obras desta época foram efetuadas com aço, vidro e concreto, desenhadas como grosseiras massas, obedecendo à forma de conchas, navios, arcas e outros temas náuticos; ziggurats, naves espaciais, colméias, toldos de índio, artefatos para pouso lunar, e vários tipos de origami” (T, 102).(4)

Entre esses templos revolucionários, Dr. Rose cita a catedral do Rio de Janeiro. Igreja cônica, algo sem precedentes no catolicismo, lembra ela os templos babilônicos, dos quais o maior foi a Torre de Babel (T, 100).

Catedral de Maringá.

O autor alude também à catedral de Brasília — que compara a uma torre para esfriar água — e à de Maringá, cuja forma cônica reporta-se ao satélite soviético Sputnik, lançado em 1957.

Protótipos para o século XXI causam horror

O desconcerto e o mal-estar cresciam. Mas o pior estava por vir.

Igreja do Jubileu 2000

No ano 2000, segundo o arquiteto americano, três projetos visaram marcar a arquitetura do novo milênio. O primeiro foi a Igreja do Jubileu 2000,  na paróquia romana em Tor Tre Teste, construída pelo arquiteto Richard Meier. Dela “se diz que foi concebida pela diocese de Roma como um protótipo para o III Milênio”. Reúne uma “série de paredes de concreto retilíneas e curvilíneas recheadas com vidro, todas num plano horizontal, como se o prédio pudesse ser arrancado qualquer dia e transportado a alguma outra superfície” (T, 104). Para os críticos, evoca mais a Opera de Sydney ou uma sala protestante perfeitamente puritana.

Catedral de Nossa Senhora, de Los Angeles, EUA.

Catedral de Nossa Senhora, de Los Angeles, EUA.

O segundo foi a catedral de Nossa Senhora, de Los Angeles, EUA. Teve-se em vista uma catedral que “com o seu aspecto grosseiramente volumoso, contrastes agudos, estrutura assimétrica desprovida de ângulos retos, rompesse deliberadamente com a continuidade histórica de dois milênios de arquitetura católica para as igrejas. Mas paga tributo aos últimos cinqüenta anos de estruturas para escritório, banais e sem inspiração, que têm poluído a paisagem do centro de Los Angeles e da maioria das outras cidades americanas” (T, 105).

A terceira grande experiência foi a Catedral Christ the Light, em Oakland, Califórnia. O projeto vencedor, de Santiago Calatrava, propôs “uma concha gigante semi-aberta, uma caixa torácica ou pança de uma baleia. Foi a primeira catedral que iria ter um teto retráctil. […] “The San Francisco Chronicle” descreveu a proposta como ‘uma estrutura de costelas de aço pintado, vidro e concreto, que parece tão futurista como os restos de um esqueleto de uma criatura pré-histórica corcunda’” (T, 106-107).

Após descrever a divergência existente nas origens das duas tendências, o autor desce aos pormenores das oposições.

Notre Dame de Paris, arquétipo de catedral católica

Catedral de Notre Dame

A arquitetura eclesiástica católica bem sucedida é uma corporificação material das doutrinas da fé.

Dr. Rose exemplifica isso com a catedral Notre Dame de Paris. Ela é a jóia-da-coroa da Cidade Luz, o verdadeiro epicentro, a alma da capital francesa. Solene e maternal, ela irradia sua influência a partir da Île de la Cité, como uma grande dama a partir do palácio, no centro do seu feudo. Ela é a representação do Cristianismo na sua totalidade: desde o império universal de Nosso Senhor Jesus Cristo até os sofrimentos dos precitos no inferno. Nela, o peregrino percebe a luta entre o bem e o mal, entre o sagrado e o profano, entre o eterno e o passageiro. Notre Dame, ele insiste, é arte no sentido mais nobre do termo, é arquitetura da mais alta classe, um “lugar sagrado” que espelha as realidades eternas.

Visibilidade, hierarquia e simbolismo da igreja

Para os construtores de igrejas, diz Dr. Rose, as palavras de Cristo são normativas. E o Divino Mestre ensinou no Sermão das Bem-aventuranças: “Não pode se esconder uma cidade que está situada sobre um monte. Nem os que acendem uma luzerna a metem debaixo do alqueire, mas põem-na sobre o candeeiro, a fim de que ela dê luz a todos que estão na casa” (Mt 5, 14-15). Por isso, a igreja não pode ficar dissimulada ou escondida. A igreja tem que sobressair no panorama. Esse destaque deve ser audível também. Os sinos lembram a presença de Nosso Senhor na Terra, convocam à oração, marcam os acontecimentos transcendentais da vida, espantam os demônios.

Porque é sagrada, a igreja tem uma superioridade natural sobre os prédios profanos que a circundam. O bom encaixe estético e hierárquico foi bem alcançado com uma transição harmônica. Onde possível, uma praça ou um largo, que pertencem à esfera temporal, faz o primeiro espaço de transição. Logo vem o átrio, pátio aberto que lembra o átrio do Templo de Salomão, e que pertence à igreja.

Rosácea

A fachada é o rosto da igreja. Ela evangeliza, ensina, catequiza. Na Idade Média, bastava ao catequista explicar o significado das inúmeras estátuas e cenas entalhadas na pedra, para dar aulas perfeitas sobre as verdades fundamentais da fé, as virtudes e os vícios opostos, a História Sagrada, a ordem do Universo, a hierarquia das ciências, etc.

No coração da fachada de Notre Dame encontra-se a rosácea. Ela forma a coroa da Santíssima Virgem. A rosa é emblema de Nossa Senhora. Na Idade Média, quase todas as catedrais foram dedicadas à Mãe de Deus.

A rosácea é denominada “olho de Deus”, porque antecipa a visão beatífica. Representa também a perfeição, o equilíbrio e a harmonia da alma purificada, que se prepara para ingressar no Reino Celeste eternamente.

A nave, símbolo da Arca da Salvação e da maternidade da Igreja

O nártex (vestíbulo sob o coro) é o primeiro espaço sagrado da casa de Deus. Também é conhecido como galilé, porque dali parte a procissão que, no início da Missa, dirige-se até o altar, simbolizando a jornada de Cristo desde a Galiléia até Jerusalém, rumo ao sacrifício do Calvário. No nártex, a água benta lembra o batismo, a necessidade do perdão dos pecados, e tem efeito exorcístico sobre o demônio e as tentações.

A nave encarna a “Arca de Salvação”. A Igreja, Ela própria, é essa arca, a Barca de Pedro. Simboliza também o seio materno, pois a Igreja gera as almas para o Céu.

Confessionário

Ela é ainda imagem do Corpo Místico de Cristo posto a serviço de sua cabeça: Deus Nosso Senhor. Um famoso diagrama coloca o Crucificado sobre a planta de uma igreja típica. Sua divina cabeça repousa no presbitério, os braços no transepto, o corpo e as pernas na nave. As colunas da nave representam os Apóstolos, e as colunas do cruzeiro simbolizam os quatro Evangelhos.

Os genuflexórios servem para a posição corporal essencial do culto: a genuflexão, que é própria da adoração, necessária para se obter o perdão dos pecados.

São Carlos Borromeo recomendou que os confessionários sejam situados nas partes laterais da igreja; que o penitente nele esteja ajoelhado, separado do confessor por uma tela, numa posição onde possa ver o presbitério.

O púlpito, de preferência hexagonal, encontra-se no lado norte da igreja, à direita de quem entra. Como no hemisfério setentrional o norte é o lado menos luminoso, simboliza as trevas, a barbárie e o erro, que os sermões devem dissipar, ou devem ser eliminados pela pregação destemida das verdades evangélicas. Também no lado norte deve situar-se a pia batismal, pois as crianças que ali chegam ainda não pertencem à Igreja. As igrejas devem apontar para o Oriente, pois de lá veio o Salvador, e por ali chegará em sua segunda vinda, em pompa e majestade.

A indispensável posição monárquica do presbitério

Crucifixo

A arca de salvação está ordenada em função do presbitério, local do altar do sacrifício e do tabernáculo, que está dirigido para o Oriente. É o equivalente cristão ao Santo dos Santos dos hebreus, no deserto e no Templo de Salomão.

O nível do presbitério é mais alto que o da nave. A ele se destinam os mais ricos materiais e a arte mais elaborada. Desta forma, lembra-se ao fiel que a Igreja é hierárquica, composta de membros diferentes, sendo Nosso Senhor a cabeça, representado pelo Papa, bispos e sacerdotes, e com os religiosos e leigos cumprindo suas funções na Igreja militante.

O arquiteto Ralph Adams Cram explicou que “cada linha, cada massa, cada detalhe deve ser concebido e disposto para exaltar o altar, conduzir a ele” (U, 84). Outro elemento indispensável no presbitério é um Crucifixo, que o Abade Suger chamava de “estandarte da salvação”.

As funções do coro e dos vitrais nas igrejas

Coro de igreja

O Concílio de Trento dispôs que o coro e os instrumentos ficassem na galeria acima do nártex. Não é desejável que músicos e coristas sejam visíveis. Eles devem ir à igreja como fiéis, e não como artistas. As “vozes desencarnadas” do coro evocam o canto dos anjos, proveniente de cima para baixo e ressoando de modo belo nas abóbadas da igreja.


Vitral da Catedral da Sé, SP.

Os vitrais ocupam um lugar especial na arquitetura eclesiástica. O Abade Suger, na Idade Média, chamou-os “janelas radiantes que iluminam as mentes dos homens de maneira que, por meio da luz, possam chegar à percepção da luz divina”. Ele dizia serem “sermões que tocavam o coração, através dos olhos, ao invés de entrar pelo ouvido” (U, 77). Toda outra forma artística no recinto sagrado, como pintura e escultura, está concebida para ser vista sob uma luz filtrada. O artista deve pintar com a luz de Deus, explica o Dr. Rose. Quando o sol se põe, através dos vitrais a luz projeta figuras multicolores no interior da igreja, criando uma sensação do além, uma faísca da beleza do Céu.

O contraste do modernismo: igrejas “sem-rosto”

Cristo Rei, Abindgon, Virgínia

A seguir, o autor fornece exemplos da revolução da arquitetura eclesiástica moderna em seu país, os EUA, e que apresenta casos análogos no Brasil.

A igreja moderna não pode ser localizada a olho nu nem pelo som dos sinos. Uma sinalização Church Parking (estacionamento da igreja) avisa que a estrutura ao lado é uma “casa de culto”, e o mapa confirma que é uma moderna igreja católica.

A fachada dessa igreja é sem-rosto. Não evangeliza, não ensina, não catequiza. Até se confunde com outros prédios da rua. A fachada é sem-rosto porque concebida para ser só uma “pele da ação litúrgica”, no linguajar da nova arquitetura. É uma estética agnóstica, que não reflete nem a tradição católica nem a História.

Santa Edwiges, Cracóvia

Arquitetos e consultores de projeto litúrgico — LDC, sigla do inglês Liturgical design consultant — de igrejas modernas evitam os símbolos católicos como o Crucifixo ou a cruz latina. No máximo, quando colocam a cruz, ela aparecerá como um signo a ser decifrado –– por exemplo, na estrutura metálica que sustenta a vidraça exterior.

Espaços interiores mudam, segundo o capricho da moda

São Leonardo, Ohio

A arquitetura moderna apresenta portas semelhantes às de um prédio público ou supermercado. Sandra Schweitzer, LDC na renovação da catedral dos SS. Pedro e Paulo, em Indianápolis, EUA, explicou: “Substituímos as portas pesadas, grossas, de metal, pelas portas de vidro que dizem ‘vocês são sempre bem-vindos aqui’” (U, 101). Essas portas inculcam a idéia de que o prédio não é sagrado, observa Rose.

Após essas portas, a igreja moderna inclui um espaço vasto e vazio. É um local de reunião após a Missa, bem iluminado e despojado. Se há algum objeto de devoção, situa-se num canto, junto a um bebedouro, às toaletes ou a um telefone público. Nesse espaço pode encontrar-se uma fonte batismal estilo banheira. [foto 18]

São João Vianney, Ohio

Nos anos 80, o progressismo exaltou o batismo de imersão. A forma preferida foi a sauna, conhecida pelo nome comercial Jacuzzi. Na verdade, como escreveu a consultora de desenho litúrgico Christine Reinhard, a pia batismal “desde o Vaticano II, tem girado um pouco por toda a igreja. De início, os litúrgicos julgavam fundamental que ela ficasse bem visível. Agora, o consenso é que a visibilidade é o menos importante…” (U, 105). Um muda-muda caprichoso e errático, próprio de uma religiosidade em contínua evolução rumo ao ignoto.

A partir dos anos 90, tornou-se moda incluir obras de arte temporárias de “símbolos universalmente reconhecíveis”, como o pagão e gnóstico yin-yang, quadros de “modelos contemporâneos”, de “testemunhas do batismo”, projeções ou encenações. Os personagens e os temas vão mudando sobre um fundo laicizante ou esquerdizante: Martin Luther King ou o teólogo contestatário Karl Rahner, por exemplo.

Interior decapitado, sem ponto monárquico

Michael Rose descreve o ambiente típico de uma igreja americana moderna. As cadeiras circundam o altar. Não há genuflexórios, e as poltronas convidam a cruzar as pernas, passar o braço por cima do espaldar do vizinho ou pôr os pés no respaldo da frente. As posturas informais calham bem com a atmosfera criada pela nova arquitetura. Não há espírito de oração nem reverência. Não há arte sacra. Há burburinho e bate-papo entre os fiéis. Uns procuram amigos e parentes com o olhar, e trocam “tchauzinhos”. Não há ponto monárquico. Não raro o altar está baixo demais para ser visível. O sacerdote, quando senta, desaparece. Se alguém está lendo, só se fica sabendo por causa das caixas de som.

A igreja moderna não é hierárquica: tudo é igual. Não há lugar sagrado. O presbitério não se distingue da nave. Esta foi decapitada. É mais um local de reunião. A igreja de Cristo Rei, em Las Vegas, é reconfigurada de tempos em tempos. Por vezes o altar está no centro, outras vezes junto a uma das paredes. As cadeiras, ora em torno do altar, ora dispostas em asas. Os paroquianos não sabem o que os espera a cada domingo.

O atril ou ambão (pequena tribuna em forma de plano inclinado, onde se colocam livros ou pautas para serem lidos) está em alguma parte perto da mesa. Cantores e músicos se exibem num local proeminente, em que possam aparecer destacadamente. Coro, pianista, guitarrista, violinista, baterista ficam olhando para a assembléia. O chamado “ministério da música” é mais perceptível que o do altar. E como o agradável e o comum são objetivos da nova arquitetura, a música também tem que ser prazenteira e popular. Os cânticos dos fiéis são abafados pelo sistema de som.

O altar não faz referência ao sacrifício, assemelha-se a uma mesa de jantar. Não há iconografia sacrifical, e poucas vezes um Crucifixo destacado. Na hora da comunhão, muitos leigos distribuem as hóstias; e se colocam em tantos lugares, que é difícil escolher de qual deles se aproximar.

Quando a Missa termina, os fiéis saem conversando, rindo. Em instantes o “espaço de culto” fica abandonado, folhetos cobrem as cadeiras e o chão fica como após o término de partida de beisebol. Domina a sensação de vazio.

Santuário de Marylake, Canadá

E o Santíssimo Sacramento? Nas últimas décadas, a tendência foi levá-lo para uma sala à parte. O tabernáculo do novo estilo pode assemelhar-se a uma gaiola de passarinhos ou até a um totem, como no convento agostiniano de Nossa Senhora das Graças, em Ontário, Canadá. Outros são cilíndricos ou cônicos, conhecidos como “torres do sacramento”. O ambiente em torno nada tem de sacral, acolhedor, nobre ou elevado, e não convida à adoração.

Igrejas deliberadamente não-igrejas

O que há na cabeça dos desenhistas desses “espaços de culto”? Rose reproduz axiomas de um maître-à-penser da arquitetura eclesiástica moderna, Edward Sövik. Este arquiteto luterano de Minnesota desenhou mais de 400 projetos para igrejas católicas e protestantes. Ele forjou o conceito de não-igreja, ou casa do povo: uma estrutura que poderia não ser uma igreja e onde o povo pode ter seu culto. Portanto, um recinto o mais descaracterizado possível, sem respeitabilidade nem beleza.

Para Sövik, “se o local é reservado para a liturgia, logo vai ser interpretado como ‘casa de Deus’, vai ser visto como um lugar santo, enquanto outros locais serão vistos como profanos ou seculares” (U, 157). A santidade e a sacralidade da ‘casa de Deus’ é o mal a ser evitado!

Pe. Richard Vosko

O padre católico Richard Vosko, LDC da nova catedral de Los Angeles, EUA, explicou à imprensa que não quis criar um lugar sagrado, mas uma “forma arquitetônica que possa acolher formas rituais de uma religião, seja ela judaica, católica, muçulmana, ou não seja nada” (U, 170). Portanto, válida para qualquer crença ou erro: para falsos deuses!

“Móveis e instrumentos simbólicos, pregou ainda Sövik, devem ser portáteis, variados, para serem trocados, mudados de lugar ou abandonados, na medida que o desejarem os paroquianos do futuro” (U, 157). Tudo deve ser perecível, banal, incapaz de transmitir tradições, tidas como um mal a evitar.

Vias para uma contra-revolução na arquitetura católica

Dr. Rose não fica na crítica. Ele propõe normas de ação positivas aplicadas em paróquias dos EUA. Lá, o desprezo pelas cafajestices arquitetônicas alimentou a tendência para que as igrejas voltem a ser como eram. Rose refere o caso da igreja de São Patrício em Forest City, Missouri. Ela foi modernizada por dentro com painéis de compensado. A Via Sacra, o velho altar, imagens e objetos sagrados desapareceram. Em 1999, o pároco, Pe. Joseph Hughes, iniciou a restauração. Objetos como a lâmpada do Santíssimo, o tabernáculo e os candelabros, piedosamente guardados pelos fiéis, foram reaproveitados.

Onde o altar principal foi poupado, diz Rose, deve-se reinstalar o Santíssimo Sacramento no tabernáculo, removendo as modernidades acrescentadas, elaboradas em geral com materiais de segunda classe e já caducos. Restaurado o ponto monárquico, não é difícil devolver a hierarquia, a sacralidade e a beleza à igreja.

No lugar em que os altares foram demolidos, a restauração poderá ser uma oportunidade para se desenhar e construir algo ainda mais rico e mais belo do que o original, segundo o autor. Assim ocorreu na catedral São Paulo, de Worcester, e em várias igrejas históricas na diocese de Victoria, Texas.

Nas igrejas novas, como a arquitetura moderna montou estruturas tipo “use e jogue fora”, Rose propõe aplicar esse princípio e jogar fora os acréscimos modernosos. A seguir, deve-se dar à igreja um senso hierárquico, definindo um presbitério, uma nave, elevando um altar-mor, corrigindo as assimetrias, expurgando os ares de auditório ou teatro.

No tocante às igrejas tão ousadas que nem adianta reformar, Rose lembra que foram feitas para durar pouco e servir para outras funções. Então, que se construam no mesmo lugar outras igrejas, fiéis à estética antiga.

Michael Rose menciona novos grupos de arquitetos formados em prestigiosas universidades, e que desenvolvem projetos inspirados nas obras-primas dos séculos de glória da Igreja e de acordo com as necessidades do século XXI. [fotos 21 e 22]

Mas isso não é tudo.

Formação da opinião católica, inclusive do clero

Vitral de Notre Dame de Paris

Para dar estabilidade à recuperação do patrimônio arquitetônico católico, é necessária uma campanha de formação do clero e dos fiéis. Como no caso do tratamento de alcoólatras, o primeiro passo é que eles admitam que andaram mal. Ou seja, admitam serem feias e antifuncionais, banais e incapazes de inspirar a religião, as igrejas novas pós-Vaticano II. O segundo passo consiste em identificar a causa do problema: as agendas teológicas que desejam mudar (desfigurar!) o rosto do catolicismo.

O terceiro passo é “remover o câncer”, ou seja, os LDCs devem deixar de interferir na hora de construir ou renovar as igrejas. Quarto: contratar arquitetos que tornem manifesta a fé no prédio da “casa de Deus”. Quinto: bispos, sacerdotes e leigos devem engajar-se na preservação e enriquecimento das igrejas com os melhores materiais razoavelmente disponíveis. Por fim: educar seminaristas, clérigos e leigos sobre o significado da igreja e sua íntima relação com a fé católica.

Dr. Rose conclui que os católicos do século XXI podem corrigir a calamitosa situação atual e impulsionar um renascimento da arquitetura sagrada, recuperar os tesouros do passado no seu esplendor original e erigir novas igrejas, belas, duráveis, verdadeiros vasos de significado para as gerações vindouras de fiéis.

O autor restringe-se a seu campo de arquiteto e faz um balanço substancioso de quase um século de Revolução Cultural na arquitetura religiosa.

Ele não aborda diretamente a crise que grassa na Igreja Católica. Neste contexto, a restauração para a qual ele acena merece encorajamento, compreendendo-se porém que, sem a penitência e sincera conversão pedida por Nossa Senhora em Fátima, não se recuperará a plenitude de sanidade e glória na Igreja.

Sem essa conversão profunda, o sadio movimento — auspiciado pelo talentoso arquiteto Michael Rose — poderá impor um retrocesso parcial à Revolução Cultural religiosa, mas à la longue poderá ser tragado pela voragem progressista. Pois o foco causador da revolução estética é o processo de autodemolição, denunciado por Paulo VI, em curso na Igreja. Sem que este cesse, nada de durável poderá realizar-se. Tal autodemolição seria fatal, caso não existisse a promessa infalível de Nosso Senhor, de que as portas do inferno jamais prevalecerão contra a Igreja.

E-mail do autor: luisdufaur@catolicismo.com.br

_____________

Notas:

1. Michael S. Rose, Ugly as Sin — Why they changed our churches from sacred places to meeting spaces and how we can change them back again, Sophia Institute Press, Manchester, NH, 2001, 239 pp. (Citado no texto com a letra U).

2. Michael S. Rose, In Tiers of Glory: the Organic Development of Catholic Church Architecture Through the Ages, Mesa Folio Editions, 2004, 135 pp. (Citado com a letra T).

3. Nesse mosteiro acabou se suicidando o dominicano frei Tito de Alencar, religioso envolvido com a guerrilha no Brasil.

4. Origami: arte milenar japonesa, que consiste em dobrar papel a fim de formar objetos sem o auxílio de tesoura ou cola.

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Cardeal Ranjith: “é chegado o momento para que sejamos valentes em trabalhar para o retorno da verdadeira liturgia”

20 Sexta-feira Jan 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Liturgia, Da Santa Igreja

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Carta do Cardeal Ranjith à Foederatio Internationalis Una Voce 

Primeiramente, quero expressar meu agradecimento a todos vocês pelo zelo e entusiasmo com que promovem a causa da restauração das verdadeiras tradições da Igreja.

Como vocês sabem, é a adoração que aumenta a fé e sua realização heroica na vida. É o meio pelo qual os seres humanos se elevam ao nível do transcendente  e eterno: o lugar de um encontro profundo entre Deus e o homem.

Por esta razão, a liturgia nunca pode ser criada pelo homem. Porque se adoramos da maneira que queremos e estabelecemos as normas nós mesmos, então corremos o risco de recriar o bezerro de ouro de Aarão. Temos que insistir constantemente na adoração como a participação naquilo que Deus mesmo faz, pois, do contrário, corremos o risco de nos envolvermos na idolatria. O simbolismo litúrgico nos ajuda a nos elevarmos por cima do que é humano ao que é divino. Neste sentido, é minha firme convicção de que o Vetus Ordo, para o encontro com Deus na liturgia, representa plenamente a maneira mais satisfatória, que  chamam mística e transcendente. Portanto, é chegado o momento para nós de não só renovar a nova liturgia através de câmbios radicais, senão também estimular mais e mais a volta do Vetus Ordo, como um caminho para uma verdadeira renovação  da Igreja, que foi o que os padres sentados no Concílio Vaticano II tanto desejaram.

A leitura cuidadosa da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, Sacrosanctum Concilium mostra que as alterações introduzidas na liturgia mais tarde, nunca estiveram na mente dos padres do Concílio.

Assim, é chegado o momento para que sejamos valentes em trabalhar por uma verdadeira reforma da reforma e também para um retorno da verdadeira liturgia da Igreja, que se desenvolveu ao longo de sua história bimilenar em um fluxo contínuo. Desejo e rezo para que se suceda.

Que Deus abençoe seus esforços com o êxito.

+ Malcolm Cardeal Ranjith

Arcebispo de Colombo

24/8/2011

texto retirado de: http://www.montfort.org.br/

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‎”Foi Sempre privilégio da Igreja, Vencer quando é ferida, Progredir quando é abandonada, e Crescer em ciência quando é atacada.” (Santo Hilario de Potiers, Dr. da Igreja).

‎"Foi Sempre privilégio da Igreja, Vencer quando é ferida, Progredir quando é abandonada, e Crescer em ciência quando é atacada." (Santo Hilario de Potiers, Dr. da Igreja).

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