• A MISSA TRADICIONAL EM LATIM
  • CONTATO

Dominum vobiscum

~ et cum Spiritu Tuo

Dominum vobiscum

Tag Archives: erros

A Missa no celeiro

26 Terça-feira Jun 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Doutrina, Da Liturgia, Da Santa Igreja

≈ Deixe um comentário

Etiquetas

abusos litúrgicos, analogia, batina, biblioteca, blasfêmias, carismatismo, católicos, celeiro, cristo, cura d'ars, deus, devoção, erros, heresias, igreja, liturgia divina, maria, missa, modernismo, parábolas, profanação, progressista padre, rcc, reflexão, religião, são joão maria vianney, vestibular

“No vilarejo de Dardilly, a Revolução [Francesa] passou quase despercebida. Um sacerdote ‘juramentado’ substituíra o venerado cura da paróquia, que se retratara da sua vergonhosa promessa depois de ter prestado o juramento [houve uma lei que obrigava todos os sacerdotes a prestarem juramento à nova Constituição, que subordinava totalmente a Igreja da França ao Estado. Mais da metade do clero recusou-se a prestar esse juramento;com isso, abriu-se uma profunda divisão entre ‘juramentados’ e ‘não-juramentados’]. Mas os Vianney não suspeitavam de que o novo pároco fosse um herege, até que o seu linguajar, mais político do que edificante, acabou por abrir-lhes os olhos. Pouco a pouco os fiéis foram abandonando a velha igreja. Começava a perseguição.

“Os camponeses acobertavam os sacerdotes proscritos. Davam-lhes um esconderijo, um disfarce e um pouco de alimento. Reuniam-se secretamente aos domingos, durante a noite; o caminho, às vezes, era longo. Um celeiro servia de igreja; um cocho, de altar; Cuidavam de não rezar em voz alta. O sacerdote expunha-se ao cadafalso; os fiéis às galés. Valia a pena ser cristão naquele tempo.”

Trecho do livro “O Cura d’Ars”, de Henri Ghéon.

São João Maria Vianney, o cura de Ars, viveu durante a Revolução Francesa. No trecho que tirei do livro de Henri Ghéon, podemos ver até que ponto aqueles cristãos fervorosos se arriscavam para poderem assistir à Santa Missa. Havia a opção de assistir a Missa com um sermão herético, mas isso não era opção para eles. Tinham Deus como prioridade. Sabiam colocar as coisas em seu devido lugar, e conheciam o valor da Missa para arriscar tudo por ela. E olha que a liturgia ainda era a da Missa de Sempre.

Muitas coisas aconteceram desde então. Hoje, não só temos que tomar cuidado com as doutrinas de certos sacerdotes por aí, como também temos que observar todos os aspectos da liturgia, o “depósito da Fé.” Em compensação, se o trabalho é duplo, os fiéis estão duplamente enfraquecidos. Quantos católicos atualmente teriam a coragem daqueles do tempo de São João M. Vianney? Aqueles que arriscavam seu pescoço para assistir à Missa no celeiro? Acho que o comodismo fala mais alto, ao menos para a grande maioria. E aqueles indignavam-se tão somente pelas heresias que chegavam aos seus ouvidos; estes, no entanto, contentam-se em ver fazerem do Calvário de Cristo uma Ceia do Diabo, nas suas mais variadas formas.

Sem querer ter a audácia de comparar-me com São João Vianney e sua piedosa família, mas pelo contrário, agradecendo a Nosso Senhor por ter me concedido conhecer bem a Fé que recebi no Batismo e a Missa em sua forma “extraordinária”, percebo essa semelhança dos católicos “tradicionais” com os contemporâneos deste venerado santo; hoje, precisamos, em muitas dioceses, privar-nos do luxo de poder ir na sua igreja paroquial, tão perto da sua casa, mas como aquelas pessoas, procurar uma Missa dignamente celebrada num lugar remoto da região.

Que temos muitos sacerdotes que não tem respeito pela Santa Missa, disso sabemos. Mas creio que temos mais ainda sacerdotes que têm medo de desagradar à “nova geração moderninha” de fiéis que gostam de uma missa mais animada, sem falar daqueles (me atentei para isso ontem, lendo um artigo sobre os problemas da RCC) que procuram fazer uma evangelização mais preocupada com quantidade do que qualidade, que encha sua Igreja e anime seus paroquianos. Afinal, que padre não quer ver a igreja lotada? Mas vejamos isto por um outro ponto de vista.

Escrevi este texto para ilustrar um pouco a situação daqueles que se dispõem a seguir o exemplo do Cura d’Ars:

“Imagine uma biblioteca. Uma grande biblioteca, bem organizada, com anos de história, silenciosa, própria para um bom estudo. Mesmo assim, está quase sempre vazia. O grupo que a frequenta é muito pequeno; no entanto, faz ótimo uso do material que a biblioteca tem a oferecer. Estudam muito, esforçam-se para aprender o máximo que puderem.

“Porém, um certo dia, aparece um novo bibliotecário. Este impressiona-se por ver uma biblioteca tão boa sendo tão pouco aproveitada. Decide fazer algo a respeito.

“Começa a trazer para a biblioteca, de vez em quando, algumas novidades mais ‘modernas’, tudo que o público jovem gosta: coleções sertanejas, baile do livro, afro-literatura, manuais da língua dos anjos… Logo, atraiu um pouco mais de gente, o que quase compensou o aumento de reclamações por parte daqueles antigos estudantes frequentadores do local devido o barulho e a bagunça que os novos frequentadores faziam. Os bibliotecários respondiam que era necessário algum sacrifício para que conseguissem que mais pessoas conhecessem a Biblioteca e eventualmente começar a estudar.

“Passando o tempo, vendo que aquilo aparentemente funcionava, os bibliotecários passaram a organizar mais novidades na biblioteca, inclusive alguns eventos que chocaram a comunidade, para uma biblioteca tão tradicional.

“O número de frequentadores só aumentava, o de estudantes, nem tanto; mas, mesmo assim, seria um ‘sucesso a longo prazo’. Mas os antigos alunos não se sentiam bem ali. De fato, nem parecia o mesmo lugar. De biblioteca, só tinha o nome no letreiro. O barulho, a sujeira, os livros tratados com desleixo; tudo aquilo os deixava muito tristes.

“Aos poucos, esses antigos frequentadores migraram e organizaram-se em grupos de estudos em casas e outras bibliotecas mais organizadas, embora ficassem em áreas isoladas da cidade.

“O que aconteceu no final? Estes estudantes passaram no Vestibular. Os outros, esqueceram-se de estudar, com tanta festa que tinha. Chegaram no dia do Vestibular e não sabiam nada; foram desclassificados pelo Grande Professor.”

Qualquer semelhança com a realidade NÃO É mera coincidência.

Classifique isto:

Compartilhe:

  • Tweet
  • Share on Tumblr
  • E-mail
  • Imprimir

Gostar disto:

Gosto Carregando...

Os Erros do Espiritismo e da Reencarnação

21 Segunda-feira Maio 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Doutrina

≈ Deixe um comentário

Etiquetas

alma, candomblé, católica, dúvidas, erros, espiritismo, espirito, fé, heresia, igreja, kardecista, psique, reencarnação, religião, sincretismo, umbanda

Recentemente, tenho visto uma onda de católicos (tanto os ‘não-praticantes’ quanto os de verdade) afiliarem-se ou mostrarem grande interesse e simpatia pelo Espiritismo. Com suas palavras e crenças açucaradas, para disfarçar seus erros, o Espiritismo oferece a todos a chance de viver uma vida de moleza com a consciência limpa de estar a caminho dos Céus. Como eu tenho muito trabalho em conseguir responder aos erros dos espíritas, e creio que muitos estão na mesma situação, peguei esse artigo no site Veritatis Splendor para me ‘preparar’ melhor. 🙂

—————————————————-

Psique e alma

Na psicologia moderna e no uso comum, entende-se por psique o conjunto das funções sensitivas, afetivas e mentais graças às quais o indivíduo tem experiência de si mesmo e da realidade externa. Este conjunto de funções se traduzem em representações de eventos, de fatos, de coisas e em necessidades, desejos, atos volitivos e intelectivos. O filósofo católico Jean Daujat evidenciou como foi a concepção cartesiana de alma (herdeira dos erros platônicos) criando uma grande confusão entre a religião e as ciências psicológicas porque considerou o corpo e a alma como duas substâncias entre si ligadas e não como dois princípios constitutivos de uma única substância.

Para Descartes, o homem é constituído por duas substâncias, um corpo material e um espírito puro: a alma habita no corpo, mas é independente e separada do corpo, uma espécie de piloto que guia a máquina – corpo. Esta concepção levou Descartes a dividir o estudo do ser humano em duas ciências: a fisiologia que estuda o corpo e a psicologia que estuda a alma.

Corpo e alma, na verdade, não são duas substâncias que se somam, mas os princípios constitutivos de uma única substância. Por isso, a psique não é o reino no qual age um espírito puro independente do corpo, mas é preciso considerar a existência da parte vegetal e animal da psique da qual se originam sensações e fantasias que fogem ao controle direto da vontade e da consciência e se situam abaixo da consciência (subconsciente). No subconsciente se situam, por exemplo, as imagens sensíveis que se encontram em nós sem que mantenhamos uma memória consciente: automatismos do instinto, automatismos adquiridos com o hábito, sentimentos (atrações, repulsões, agressividade, afetividade) que nos movem e nos influenciam e sobre os quais devemos, com esforço, dirigir a atenção da vontade e da inteligência para podermos tornar-nos conscientes e para poder guiá-los em direção ao que é bom objetivamente. A psique, então, não compreende apenas a parte da consciência e da vontade, mas também a parte do inconsciente – obviamente, entendido em sentido etimológico e não no sentido freudiano – na qual se move tudo o que há em nós de vegetal (vida orgânica) e de animal (funções da sensibilidade): isso constitui propriamente o subconsciente e é o lugar de onde se originam todos aqueles impulsos do comportamento situados abaixo da consciência.

No inconsciente se move também aquilo que há em nós de mais espiritual e do qual origina a manifestação da consciência e da vontade: a natureza imaterial da nossa própria alma e que constitui o supraconsciente.

Assim, há na alma uma estrutura e uma hierarquia extremamente complexa assim como a própria realidade humana, e nesta realidade profunda e misteriosa do ser humano tudo é ligado.

Da concepção cartesiana da alma como espírito puro independente do corpo e que constitui a psique, nasceu uma espécie de rivalidade entre a religião e as terapias psicológicas que, ao contrário, são autônomas e distintas nas suas respectivas esferas de ação. (1)

A distinção entre as realidades espirituais e as físicas, que se manifestam nas funções da psique, não deve, todavia, chegar ao limite da separação e, portanto, é desejável que se chegue a uma colaboração entre psicologia e religião com o objetivo de contribuir para melhorar a saúde da pessoa vista na sua totalidade física e espiritual.

A religião e, portanto, os sacerdotes, os moralistas e os teólogos devem ter em conta o fato de que muitas pessoas sofrem dificuldades no caminho do espírito por uma diminuição da liberdade determinada por mecanismos psicológicos errados e não de todo o consciente.

A psicoterapia deve ter em conta o fato de que nas zonas mais profundas da psique humana existe a memória e a necessidade do sagrado, e que o amor de Deus e a esperança da vida eterna representam a principal e mais potente motivação capaz de iluminar e encorajar o ser humano nas dificuldades da vida, capaz de suscitar e manter nele a vontade de curar, mesmo frente às dificuldades mais graves que superam as forças humanas.

São Tomás de Aquino, recorda Daujat, não caiu no erro de Descartes e, de acordo com Aristóteles, situou a ciência psicológica no campo da física de modo a não confundi-la com a metafísica. Mas o que é exatamente a alma e onde está localizada?

Platão localizava a alma no ponto de conjunção da medula espinhal com o cerebelo; Descartes na glândula pineal; J.C. Eccles – prêmio Nobel para a neurobiologia – nos módulos piramidais do córtex sensitivo-motor.

No entanto, para São Tomás de Aquino e para a doutrina da Igreja Católica – Concílio de Viena – a alma é o princípio vital do qual tem origem cada ação corpórea, a do aparelho locomotor como a da psique. A alma não está em um lugar particular do corpo porque é o arquiteto interior que dá forma à matéria informe, que estrutura a matéria de tal modo a fazê-la um ser vivo, é o princípio vital que unifica, organiza e harmoniza mesmo a menor parte do corpo penetrando na raiz e totalmente: pode-se dizer, com São Tomás de Aquino, que não é o corpo que contém a alma, mas é a alma que contém o corpo e o contém até quando continuem a permanecer em vida aqueles elementos corpóreos indispensáveis a assegurar a manutenção da unidade funcional do organismo.

Atualmente, a ciência médica considera que o organismo não esteja morto até quando reste o tronco cerebral em funcionamento, cuja vida assegura a manutenção da unidade funcional dos órgãos, embora numa condição de tipo vegetativo persistente. (2)

A existência da alma espiritual

Escreve São Pio X no seu Catecismo Maior: “a alma é a parte mais nobre do homem, porque é substância espiritual, dotada de intelecto e de vontade, capaz de conhecer a Deus e de possuí-lo eternamente. […] a nossa alma não se pode nem ver nem tocar porque é espírito. […] a alma humana não morre nunca: a fé e a própria razão provam que ela é imortal”. (3)

Sobre o termo alma, que deriva de ánemos (sopro, vento), se entende o princípio primeiro da atividade de todos os seres viventes.

No homem, a natureza da alma é imaterial, mesmo que ela informe o corpo e constitua com ele uma única substância: o modo de agir manifesta o modo de ser e algumas operações intelectivas e volitivas do ser humano, enquanto procedendo do corpo, transcendem o mundo material demonstrando que não podem ter o corpo como único sujeito.

A existência da alma espiritual é demonstrável por via lógico-dedutiva: ela se deduz da existência de três atividades humanas que transcendem o corpo e a própria matéria. Estas atividades são o conhecimento intelectivo (para não confundir com o simples conhecimento sensitivo), a autoconsciência ou consciência refletida ou reflexão, o desejo da felicidade absoluta e, portanto, da eternidade.

Conhecer no sentido intelectual não consiste no simples pegar, tocar, sentir ou ver as coisas com os sentidos e com o cérebro que é o centro de integração dos sentidos: o cérebro, de fato, é dotado de imaginação reprodutiva (capacidade de reproduzir o objeto visto), imaginação associativa (capacidade de associar as imagens dos objetos vistos) e memória (capacidade de conservar as imagens). Os sentidos têm a tarefa de registrar as coisas como se apresentam, mas somente a inteligência tem necessidade de colocar a pergunta “O que é isso?”.

Esta pergunta é o sinal de que, para o homem, nos dados provenientes dos sentidos resta um objeto a conhecer que os sentidos não podem capturar. Qual é, então, este objeto? Este objeto é a essência de uma coisa, aquilo pela qual uma coisa é o que é: o por quê existe e por que existe deste modo.

Por exemplo, enquanto com o olho vejo muitas plantas particulares, diferentes umas das outras, com o intelecto sou capaz de fazer abstração das diferenças das plantas particulares e de formar o conceito de planta que posso aplicar a todas as plantas, da salada ao pinheiro: primeiro processo abstrativo que capta a unidade extraindo-a da diversidade. O animal vê uma planta particular, mas é incapaz de conceber a característica unitária que junta todas as plantas. Em virtude desta capacidade abstrativa, o homem pode dizer: a planta pertence ao reino vegetal e não ao animal, como o cachorro, nem ao mineral, como o ferro. Ou seja, pode formular juízos que se aplicam a todas as plantas, a todos os animais, a todos os minerais. Para nós, seres humanos, esta operação de abstração intelectual é tão natural que não nos damos conta da existência desta capacidade pelos simples fato de que continuamente a colocamos em funcionamento de um modo todo natural, assim como colocamos para funcionar os nossos cinco sentidos. Esta capacidade abstrativa é mais evidente nos conceitos quantitativos de ordem físico-matemática, isto é, naqueles conceitos onde definimos a mensurabilidade das coisas pela sua grandeza. O comprimento, por exemplo, é uma palavra que serve para indicar uma propriedade comum das coisas (os objetos são mais ou menos longos), mas também para expressar a ideia ou modelo do comprimento que tem a propriedade do comprimento no grau máximo, isto é, infinitamente comprido. Esta medida máxima é uma ideia ou modelo que os sentidos não podem conhecer porque nenhum objeto que nós vemos ou tocamos tem totalmente esta propriedade, mas a recebe somente em parte de algo que transcende as próprias coisas: segundo processo abstrativo que consegue capturar a essência de um objeto sem o objeto particular, isto é, que consegue capturar a ideia diretriz, o projeto do qual teve origem a propriedade de uma coisa.

O nosso intelecto, assim, não somente conhece uma propriedade comum das coisas, pelas quais afirmamos que os objetos são mais ou menos longos – primeiro processo abstrativo que capta a unidade extraindo-a da diversidade – mas consegue também extrair desta propriedade unitária a sua medida máxima.

Depois do conhecimento sensitivo, então, o intelecto é capaz de obter um conhecimento ulterior e consegue ver, por exemplo, não somente que as coisas são mais ou menos belas, mas também conceber a ideia da beleza absoluta; consegue ver não somente que as coisas são mais ou menos compridas, mas também conceber a ideia do infinitamente comprido.

Quando definimos as coisas, a definição apresenta as coisas na sua essência e esta essência vem extraída fora da matéria, liberada da matéria (sem tempo, sem espaço), erradicada do seu contexto material, particular, limitado, finito. Por exemplo, quando digo que o homem é um animal racional, a definição do homem – animal racional – não implica, em si, nem dimensões, nem cores, nem idade, nem língua, ou seja, nada do que caracteriza os indivíduos singulares e que, portanto, não é comum a todos os homens.

Quando definimos as coisas, a nossa inteligência prescinde totalmente da matéria sensível. A definição apresenta as coisas na sua essência e abstrai de tudo aquilo que é sensível e material. Isso prova que a alma humana tira as essências do mundo da natureza e as “destemporaliza” e as “desespacializa”. (4)

Consideremos agora a autoconsciência ou o conhecimento refletido ou a reflexão: nós, seres humanos, não somente entendemos, mas entendemos que entendemos; junto ao scire, há o cum scire, isto é, junto à ciência existe a autoconsciência.

Uma faculdade puramente corpórea é estendida e conhece apenas de modo estendido, como uma parte pode retirar-se sobre outro, mas não o tudo sobre o tudo: o olho, sozinho, sem um espelho não pode ver a si próprio e o dente não pode morder a si mesmo. Ao contrário, a inteligência é consciente de si mesma, se retira completamente sobre si própria de modo a ser junto força cognitiva e objeto conhecido: o intelecto, para poder conhecer a si mesmo, deve se colocar de um ponto de vista diferente daquele do objeto de modo a poder observar-se como um objeto. De acordo com o princípio da não contradição (o qual diz que nenhuma coisa pode ser e não ser ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto), o intelecto, na operação da reflexão, pode ser ao mesmo tempo sujeito conhecedor e objeto conhecido, mas não pode sê-lo sob o mesmo aspecto: isto é, pode ser sujeito conhecedor e objeto conhecido, mas de pontos de consideração diferentes; sujeito conhecedor em algumas operações e objeto conhecido em outras.

A análise da vontade é análoga: também na vontade se verifica uma reflexão sobre si mesma, uma autovolição.

Como o intelecto conhece o seu conhecimento, assim a vontade pode querer a sua volição a qualquer custo: por exemplo, posso deixar de ler esse escrito apenas para querer demonstrar que o quero. (5)

Enfim, consideremos o desejo tipicamente humano da felicidade absoluta e, portanto, da eternidade. O ser humano deseja que os seus momentos de felicidade sejam tais para satisfazê-lo perfeitamente e tais, portanto, para não acabarem nunca. O desejo de felicidade absoluta comporta o desejo da imortalidade porque a felicidade absoluta não seria tal se tivesse que terminar com a morte. O desejo de imortalidade introduz  o conceito de um tempo diferente do atual onde a felicidade não tem fim e que chamamos eternidade. São Tomás de Aquino explica que se pode desejar algo – mesmo de novo – mas somente a partir de algo que já se conhece.

Por exemplo, posso desejar caminhar no ar porque conheço a possibilidade de caminhar em terra e conheço a existência do céu; posso desejar a existência de formas de vida no universo porque conheço duas coisas: a vida e o universo.

Posso desejar uma felicidade absoluta, isto é, livre de vínculos e de limitações e tal, portanto, para não terminar nunca porque existe já em mim algo que tende à perfeição e à eternidade. Todo sujeito dotado de conhecimento deseja continuar no ser no modo com o qual conhece o ser: aquele que conhece o ser de um momento deseja somente esta existência momentânea, aquele que conhece o ser perpétuo deseja ser sempre, e enquanto nenhum desejo natural pode ser vão, este sujeito conhecedor deve ser sempre.

O próprio suicídio não é uma negação do desejo de felicidade perfeita e, portanto, imortalidade.

Na maior parte dos casos, o suicídio não é um ato de amor pela morte em si própria, mas uma fuga à dor.

Em alguns casos raros, o suicídio é o fruto da soberba, isto é, da desordenada estima de si mesmo. O soberbo pode chegar a refutar a sua dependência ao Criador até o ponto de querer ser dono do momento de sua morte. O filósofo ateu Friedrich Wilhelm Nietzsche, em Assim Falou Zaratustra, chega a exaltar “a livre morte, que vem a mim, porque eu quero.”  Zaratustra não deseja a morte por si mesma, mas procura rebelar-se à sua condição de ser – mortal – dando-se a morte. (6)

A conexão entre a alma espiritual e o corpo

O homem é uma substância feita de alma e corpo; alma e corpo não são duas substâncias ligadas entre si, mas são a forma e a matéria da mesma substância homem.

Matéria e forma, em metafísica, são dois princípios constitutivos de uma mesma substância e não duas substâncias que se somam. Um pedaço de madeira, por exemplo, pode se tornar uma estátua ou uma cadeira, uma mesa. A madeira é a “matéria” que pode ter a “forma” da estátua ou da cadeira ou da mesa: a forma em metafísica não é o perfil externo de uma coisa, mas o princípio do ser de uma coisa, o ato que lhe confere uma determinada propriedade, que a faz ser aquilo que antes não era, que a organiza em um certo modo. A matéria, entretanto, é aquilo que vem organizado, aquilo que é capaz de receber um ato que lhe confira uma determinada propriedade. Depois que o material da madeira foi organizado em um certo modo, ele adquiriu uma forma: a forma de estátua ou de mesa ou de cadeira.

Dizer que a água é composta de oxigênio e de hidrogênio – isto é, de dois átomos que se unem – não é a mesma coisa que afirmar que a estátua é composta do material e da forma de estátua, porque a matéria e a forma da estátua não são duas substâncias que se somam, mas são dois princípios constitutivos de uma mesma substância.

A alma não está em um lugar particular do corpo, mas é forma corporis – a forma do corpo em sentido metafísico – isto é, o primeiro princípio que anima – põe em movimento – um ser de dentro, sem uma intervenção externa a ele, tornando-o um ser vivente. Se se observa um ser vivente em via de formação, tem-se que possui em si mesmo o princípio interior do seu desenvolvimento. Tal princípio interno apresenta, sobretudo, três características:

  1. Põe em movimento a matéria de dentro;
  2. Este trabalho de movimento e de desenvolvimento harmonicamente finalizado revela a presença de um projeto intrínseco ao vivente ou ideia – guia;
  3. Como os diversos órgãos e as diversas partes do corpo são unificadas em um todo perfeitamente organizado, tal característica se chama forma: com este termo se quer indicar não tanto a figura externa, mas o princípio intrínseco de determinação e de unificação. (7)

Por unidade substancial do ser humano, então, deve-se entender aquela situação na qual a alma não está em um lugar particular do corpo, mas é o princípio vital que informa toda a matéria do corpo.

A filosofia que nega a unidade substancial do ser humano (condenada pela Igreja Católica no Concílio de Viena, onde se afirma que a alma é forma corporis) é errada, porque termina, mesmo sem querê-lo, por negar aquilo que afirma, isto é, a existência da alma.

De fato, se a alma e o corpo fossem duas substâncias, cada uma tendo um ser próprio distinto do ser da outra substância, a alma seria como uma espécie de guia e o corpo (cérebro incluso) seria a máquina a se guiar.

Desta maneira, não se entende como o guiador, uma vez que tenha decidido – e se trataria de uma decisão espiritual tomada pela alma – levar a máquina a uma certa direção (por exemplo, de afrontar um perigo), se puxe atrás e não consiga fazê-lo.

Se o guiador (que seria a alma) não consegue guiar a máquina do corpo, uma vez que tenha decidido, isso significaria – e é a consideração do filósofo Baruc Spinoza – que a alma não existe por si mesma, mas seria apenas um atributo do corpo.

A concepção dualista – isto é, a concepção segundo a qual o corpo e a alma são duas substâncias ligadas entre si – termina por negar a existência da própria alma, isto é, o fato de que a alma possa existir por si mesma. (8)

Para as substâncias puramente corpóreas, não pode existir a forma sem a matéria: por exemplo, a estátua não pode existir sem o material que vem organizado em estátua.

Na substância homem, entretanto, por via das operações espirituais do intelecto e da vontade, a alma deve subsistir por si mesma de maneira espiritual, ainda que sem a matéria que informa: subsistir significa existir por si e não em virtude de um outro ser.

Enquanto em todas as substâncias corpóreas quem tem o ser é o composto de forma e de matéria, no homem quem tem o ser é a alma a qual comunica ao composto assim que a substância homem existe em virtude do ser da alma. Para o homem, cujas operações intelectuais e volitivas demonstram a existência de um elemento não corpóreo – que, portanto, tem uma subsistência espiritual – tal elemento, que chamamos alma, deve continuar a subsistir necessariamente, mesmo se vem privada do corpo que é a sua construção, o seu modo de ser.

A natureza espiritual da alma exige que a sua origem seja devida a uma intervenção direta de Deus. De fato, a alma não pode ser produzida por substância material pré-existente sendo-lhe superior; nem pode ser produzida pela substância espiritual pré-existente dos pais. De fato, este tipo de geração exigiria que o espírito dos pais comunicasse uma parte de si, mas isto não é possível, porque o espírito não é divisível como a matéria. A alma por isso é criada diretamente por Deus no mesmo momento no qual acontece a fecundação humana.

A ação imediata de Deus não é uma ação especial de tipo milagroso porque faz parte da ordem e do plano natural do universo criado. (9)

Esta unidade substancial do ser humano – situação em que a alma não está em um determinado local do corpo, mas é o princípio fundamental que informa a matéria do corpo – explica bem as relações que intervêm entre a realidade material e a espiritual.

Com a unidade substancial do ser humano entendem-se os motivos pelos quais o homem não consegue sempre fazer o que quer – e se trataria de uma decisão espiritual do eu dotado de consciência e vontade. Os motivos são dois: os defeitos corporais e as desordens da alma.

Defeitos do corpo: o homem em estado de coma não pode agir, o intelecto de uma criança deve aguardar o desenvolvimento do cérebro para se manifestar. Após a morte, o eu espiritual subsiste necessariamente, mas de um modo que não podemos ter alguma ideia ou experiência. Trata-se de um estado violento não natural a ele enquanto separado do seu modo de ser (o corpo) e por isso não pode agir no mundo dos corpos, porque o seu corpo é o seu meio ordinário de ação: a sua possibilidade de ação pode depender apenas da livre iniciativa de Deus.

Desordens da alma: a rebelião contra Deus produziu a rebelião das potências inferiores da alma (paixões) contra as superiores (razão e vontade) pelas quais o próprio homem não faz o bem que quer, mas o mal que não gostaria.

Escreve Santo Agostinho: “a alma manda que a mão se mova, e a coisa acontece assim imediatamente que mal se distingue o comando da execução: e a alma é espírito e a mão é matéria. A alma depois manda a si mesma querer: se trata da mesma alma, e ainda não obedece. Como isso? Por quê? A alma, digo, ordena querer: não ordenaria se não quisesse, e, no entanto, não executa aquilo que ela mesma ordena. (…)

Não é (…) incrível que aconteça de querer e de não querer ao mesmo tempo, porque é uma fraqueza da alma (…).” (10)

O pecado de Adão e Eva feriu a natureza humana pela qual o projeto interior – a ideia-guia, isto é, a alma criada por Deus – não pode realizar-se de maneira completa e ordenada com a natureza contaminada que se encontra à disposição. O pecado dos progenitores feriu a matéria vivente para transmitir aos filhos. Depois do pecado original, a alma de cada ser humano realiza um trabalho de movimento, de desenvolvimento e de formação sobre uma matéria vivente que foi feita privada dos benefícios particulares dos quais Deus a havia dotado para poder responder às exigências da própria alma: de fato, tal matéria tornou-se corruptível e carrega consigo a marca de um conflito evidente entre os vários componentes psíquicos. Um conflito que faz o apóstolo Paulo dizer que a carne tem desejos contrários ao espírito.

Depois do pecado original, o eu espiritual criado por Deus, dotado de consciência e vontade, animando uma matéria vivente contaminada, submete-se a uma situação de desordem, não em sua essência, mas em suas operações.

O espiritismo e a reencarnação

O espiritismo e a reencarnação pressupõem uma concepção dualística platônico-cartesiana de alma e corpo que nega a unidade substancial do ser humano e leva, como vimos, à posição errada do materialismo.

Somente a oração a Deus é o meio ordinário para poder se comunicar com a alma separada violentamente do seu corpo. A alma privada de seu corpo não pode agir no mundo dos corpos, salvo por iniciativa de Deus: as técnicas do espiritismo são uma evidente forçação do mundo do espírito porque pretendem obter com esforços humanos somente aquilo que Deus pode conceder e, portanto, são negativas do ponto de vista do equilíbrio psicológico e espiritual e, por último, existe a suspeita razoável de que eles não estejam imunes à intervenção diabólica.

Escreve Carlos Aldunate no seu livro – O cristão frente ao paranormal – “Provocar esses fenômenos significa entrar voluntariamente no estado particular de receptividade que se chama TRANSE. Nele, o médium deixa de lado o seu espírito crítico e se faz transportar da sua própria sensibilidade. Por isso, o transe é um estado degradado do homem. (…) O médium em transe suspende as próprias capacidades superiores, por estar permeável às forças do inconsciente inferior (…).

Essas forças são desconhecidas: podem vir do inconsciente do médium, do inconsciente do cliente ou do inconsciente coletivo. Podem vir também de um espírito desconhecido, porque não há nunca plena segurança que venham do espírito invocado. Podem, enfim, vir de um demônio.

Certamente, não podem vir de Deus, porque Deus não pode ser captado e obrigado a responder às nossas perguntas.

Cria-se facilmente uma dependência dos espíritos; dependência que pode resultar bastante funesta.

Conhecemos vários casos nos quais a invocação dos espíritos provocou obsessões com vozes, sensações corporais, impulsos ao suicídio etc. (…) Se uma atividade é essencialmente insalubre para o homem, é sinal de que ela não é conforme à sua natureza, não entra na intenção do Criador. Aquela atividade é simplesmente contra a ética; não se deve realizar.

Os perigos das práticas espíritas, os efeitos perniciosos que frequentemente produzem, nos advertem que eles não devem ser realizados. O transe sempre comporta uma diminuição da clareza intelectual, do espírito crítico e da liberdade humana; portanto, deriva sempre uma diminuição da responsabilidade, que é a característica própria do homem adulto e maturo.

O homem em transe é como um homem mais ou menos drogado, um homem diminuído. Este transe se verifica no médium e também na pessoa que o consulta e que entra na sugestão desencadeada pelo médium. (11)

A doutrina da reencarnação é, na sua realização prática, como uma roda que parte de um ponto para retornar ao lugar de partida. A diversidade dos seres é momentânea, presente apenas nas existências intermediárias que se manifestam entre a partida e a chegada: minerais, depois plantas, depois animais, depois homens entre eles desiguais e enfim a igualdade e isto é um espírito perfeito, idêntico. Segundo tal doutrina, os homens seriam mais ou menos avançados dependendo se estiverem mais ou menos próximos do ponto de chegada, que é similar ao pleroma gnóstico: o pleroma gnóstico é uma espécie de magma originário e indistinto e o gnóstico Basílides o chama abertamente de nada.

Na doutrina da reencarnação:

  1. Os homens não têm um ser próprio, uma identidade pessoal própria: de fato, eles não têm conhecimento das próprias existências anteriores, não podem traçar a própria continuidade e a própria unidade. Esta amnésia das existências precedentes está em contradição mesmo com a teoria da reencarnação, a qual pressupõe a existência de um espírito independente do corpo, isto é, de um espírito que está no corpo como uma substância de natureza completa e que, portanto, guia o corpo como o piloto guia a nave. De fato, se o espírito é uma substância em si mesma completa, no desencarnar deveria levar embora consigo as lembranças e, sem perder a posse delas, deveria entrar no novo corpo do mesmo modo como o piloto não perde as próprias lembranças no passar de uma nave a outra.
  2. A ignorância das existências anteriores torna inútil a reencarnação. De fato, considerando a ignorância das existências precedentes, não se vê de que modo a reencarnação possa servir a favorecer o progresso individual. Para os reencarnacionistas, a doutrina da reencarnação serviria para fazer progredir os indivíduos através das vidas sucessivas correspondentes ao seu estado de avanço espiritual: esta seria a chamada lei do Carma. Para que o avanço do espírito possa ter lugar, ele deveria ser perfeitamente consciente da experiência adquirida em cada uma das existências precedentes, mas como se pode realizar um tal progresso se o espírito perde a lembrança das existências precedentes?
  3. Os homens não têm mais uma verdadeira família: de fato, para a doutrina da reencarnação, os filhos já existiam antes que os genitores lhes concedessem um corpo no qual se encarnar. Antes de serem nossos – segundo tal doutrina – os filhos foram de outros genitores, que foram provavelmente também de outra família, de outra nação, de outra pátria, de outra raça. Os próprios genitores poderão se reencarnar em um corpo concedido a eles pelos filhos.
  4. Os homens não teriam mais uma verdadeira identidade sexual: de fato, a reencarnação pode acontecer num corpo sexualmente diferente do precedente.
  5. E não haveria verdadeira diferença entre o homem e o animal: porque podemos ter sido animais e podemos sê-los no futuro. (12)

Admitida a doutrina da reencarnação, se torna fácil, de um ponto de vista filosófico, justificar comportamentos desviados como o incesto, a homossexualidade, a zoofilia. Além do mais, deste núcleo filosófico reencarnacionista, é inevitável que tenham origem doutrinas contrárias à família e às justas e naturais desigualdades entre os homens.

Da doutrina da reencarnação deriva também uma concepção panteísta: o homem se salva por si através das sucessivas reencarnações e Deus termina por identificar-se com a soma de todas as coisas. Mas se não existe mais um Deus pessoal e transcendente, a natureza não é mais a obra do Criador, não é mais o fruto do logos, o resultado de um projeto racional e, portanto, não existiram mais nem verdade, nem leis, nem direitos absolutos, sagrados, invioláveis. A natureza se tornaria apenas uma espécie de material nascido do acaso, fruto de simples e momentâneas conexões de força, um material sobre o qual o mais forte tem o direito de exercer a sua força: ficaria um só direito e também um só dever, o da força.

Na realidade, o verdadeiro e autêntico domínio do homem sobre a natureza pode atuar somente através do conhecimento e o respeito das leis naturais.

A natureza não pode ser dominada atropelando-se as leis: a natureza se deixa dominar somente conhecendo-se as leis e as aplicando.

“O domínio concedido pelo Criador ao homem não é um poder absoluto, nem se pode falar de liberdade de ‘usar e abusar’, ou de dispor das coisas como melhor agrade.

A limitação imposta pelo mesmo Criador desde o princípio, e expressa simbolicamente com a proibição de ‘comer o fruto da árvore’ (cf. Gn 2,16), mostra com suficiente clareza que, no que diz respeito à natureza visível, estamos submetidos a leis não somente biológicas, mas também morais, que não se podem impunemente transgredir.” (13)

Algumas objeções científicas à reencarnação

A regressão hipnótica seria, para os reencarnacionistas, prova da reencarnação.

Na realidade, no subconsciente acontece uma reelaboração caótica de todos os dados recebidos durante a existência e é possível que haja uma identificação com dados, histórias e acontecimentos depositados e reelaborados no inconsciente, identificação induzida pelo hipnotizador: o influxo do hipnotizador é evidente no fato de que, se sugere ao sujeito um retorno à infância, este age e fala como um menino; se lhe sugere ter sido um animal, este fala e age como um animal; se lhe sugere voltar a uma outra vida, começa a elaborar a história de uma outra vida. Além disso, as histórias dos sujeitos em estado de hipnose são sugeridas mais ou menos conscientemente pelos próprios hipnotizadores.

De fato, os sujeitos hipnotizados por Keeton aceitam o esquema do hipnotizador deles: declaram que todos são reencarnados logo após a morte.

Aqueles hipnotizados por Arnall Bloxham transcorrem longos períodos nas esferas astrais. Aqueles de Helen Wambach escolhem o sexo antes de se reencarnarem e aqueles de Edith Fiore se reencarnam entre parentes que se odeiam.

As famosas experiências do Deja vu são facilmente explicáveis com dados e elaboração dos dados que ressurgem do subconsciente seguidos a associações emotivas induzidas por imagens, sensações, lugares, pessoas, situações que contêm elementos análogos àqueles depositados no subconsciente.

Além do mais, a própria parapsicologia fornece instrumentos analíticos para demonstrar como muitos casos de suposta reencarnação sejam na realidade fenômenos de possessão. (14)

Bruto Maria Bruti

Notas:

1) cfr Jean Daujat, Psycologie contemporaine et pensée chrétienne, Téqui, Paris 1976

2) cfr Pierre Marie Emonet O.P., Mirella Lorenzini O.P., Conoscere l’anima umana, elementi di antropologia filosofica, edizioni studio domenicano, Bologna 1997; cfr Gianfranco Basti, Il rapporto mente-corpo nella filosofia e nella scienza, ed. studio domenicano, Bologna 1991, in particolare da pag 265 a pag 269; cfr Tommaso d’Aquino S. Th., I,76,8c, eccetera; cfr Corrado Manni, Il risveglio dal coma? Attenzione a non dire eresie, Il Medico d’Italia, n.6, 7 marzo 1995, p. 9

3) San Pio X, Catechismo Maggiore, ed. Ares, Milano, sesta edizione 1987, n.50, 51, 52 p.22.

3) cfr San Tommaso D’Aquino, Summa Teologica I, q. 75, a. 5; citazione, Pierre –Marie Emonet O.P., Mirella Lorenzini O.P., Conoscere l’anima umana, elementi di antropologia filosofica, edizioni studio Domenicano, Bologna, 1997, p.71

4) cfr San Tommaso d’Aquino, Summa teologica I, q.75, a.5; citazione, Pierre- Marie Emonet O.P., Mirella Lorenzini O.P., Conoscere l’anima umana, elementi di antropologia filosofica, edizioni Studio Domenicano, Bologna, 1997, p.71

5) cfr San Tommaso d’Aquino II Sent. Dist.XIX q.I, 1, art.1; Summa contra Gentiles lib.II, cap.49; cfr Gabriele Paolo Carosi, Compendio di filosofia, ed. Paoline, Roma 1984, pp.396-397

6) cfr Ramòn Lucas Lucas, L’uomo spirito incarnato, compendio di filosofia dell’uomo, ed. San Paolo, Milano 1993, pag 314-330; cfr San Tommaso d’Aquino, Summa Teologica I, q. 75, a. 6

7) Pierre – Marie Emonet O.P., trad. it., in Pierre Marie Emonet O.P. e Mirella Lorenzini O.P., Conoscere l’anima Umana, ed. Studio Domenicano, Bologna 1997, pp.10-11.

8) cfr Armando Plebe, Storia del pensiero, vol.II, ed. Ubaldini, Roma 1970, pp.106-107

9) cfr San Tommaso d’Aquino, Summa Teologica I, q. 76, a. 1, q. 90, aa 2 –3; cfr Sofia Vanni Rovighi, Elementi di filosofia, vol. III, ed. La Scuola, Brescia 1963, pag 178; cfr Ramòn Lucas Lucas, L’uomo spirito incarnato, compendio di filosofia dell’uomo, San Paolo, Milano 1993, pp.288-299

10) S Agostino, Le Confessioni, ed. Paoline 1975, trad. di Aldo Landi, , libro VIII, cap. IX , p 257.

11) Carlos Aldunate, Il cristiano di fronte al paranormale, ed. Ancora, Milano, marzo ’94, pag.56-58

12) cfr Fernando Palmés S.J., Gli errori dello spiritismo, I Di oscuri, trad. it., Genova 1989, pp.388-392

13) Giovanni Paolo II, Sollicitudo rei socialis, n.3.

14) J. Head – L. Cranston, Il libro della reincarnazione, Milano 1980; H. Wambach, Life before life, New York 1979; E. Fiore, You Have Been Here Before, New York 1979; H. Sherman, Vivrai dopo la morte, Milano 1984.

Classifique isto:

Compartilhe:

  • Tweet
  • Share on Tumblr
  • E-mail
  • Imprimir

Gostar disto:

Gosto Carregando...

“A Rússia espalhará seus erros pelo mundo…”

30 Segunda-feira Abr 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Virgem Maria

≈ Deixe um comentário

Etiquetas

ateísmo, comunismo, erros, fátima, igreja, marxismo, mensagens, ortodoxa, rússia, segredos

Em 13 de outubro de 1917 ocorreu a última Aparição de Nossa Senhora em Fátima, tendo lugar, portanto, no presente mês, à derradeira comemoração desse acontecimento antes do ano 2000. Em vista do caráter relevante de tal data, no presente artigo é estabelecida uma relação entre a Mensagem de Fátima e o comunismo

·         Valdis Grinsteins

     

Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima que chorou em Nova Orleans (EUA)

“Não se deve misturar política com religião”.  É uma afirmação muito difundida, até certo ponto verdadeira,  mas que precisa ser analisada com cuidado. Hoje em dia, é claro, há um abuso no apresentar a religião como instrumento de transformação  política da sociedade. Fazem-se muitos dos adeptos da chamada Teologia da Libertação.

          Entretanto – numa visão completamente distinta –  a Igreja sempre ensinou que também os aspectos políticos, sociais, econômicos da vida humana devem estar impregnados de religiosidade. E que uma coisa não pode simplesmente ser separada da outra.

          Com efeito, a própria Mãe de Deus veio nos trazer em Fátima  uma mensagem de cunho essencialmente religioso, na qual figuram entretanto referências a problemas políticos de nosso conturbado século. Se uma doutrina político-social é contrária à Religião católica, estabelecendo, por exemplo, o Estado como uma instituição atéia, não nos deve causar surpresa que Nossa Senhora tenha verberado essa concepção.

Circunstâncias em que foram enunciadas  as profecias de Fátima

Em 1917, Nossa Senhora previu, em Fátima, uma Segunda Guerra Mundial, mais trágica do que a Primeira. Grande número de cidades foram devastadas nesse novo conflito, como Cisterna, na Itália, em fevereiro de 1944

O comunismo, como doutrina, é muito anterior às aparições de Fátima. O manifesto comunista de Marx já havia sido publicado há mais de 60 anos, quando ocorreram as aparições de Nossa Senhora, em 1917. Existiam, aqui e acolá, partidos comunistas, alguns deles mesclados com associações terroristas e anarquistas. Mas não tinham até então  conquistado o poder em nenhum país. Portanto, não haviam conseguido aplicar na prática suas catastróficas teorias político-sociais igualitárias.

          Na época das aparições de Fátima, o mundo encontrava-se em meio aos trágicos combates da Primeira Guerra Mundial, e a atenção da opinião pública estava toda voltada para o resultado desse embate, que iria decidir por muitos anos o destino da humanidade. Nessas circunstâncias, o problema de o comunismo alcançar o poder em alguma nação, e de lá difundir sua ideologia, atraía a atenção só de poucos círculos políticos especializados, e não a do grande público europeu ou americano. A maioria das pessoas achava que os grandes debates do século que começava se travariam a respeito da divisão dos territórios coloniais na África e Ásia, ou da luta ideológica entre monarquia e república; e não da luta entre comunismo e anticomunismo.

          Em sua Mensagem, Nossa Senhora quis focalizar o que seria o grande inimigo da Religião católica em nosso século, não tendo feito nenhuma menção à França, à Inglaterra ou à Alemanha, grandes potências da época envolvidas na guerra. Portanto, quando a Rússia ainda não havia sido dominada pelo comunismo, Nossa Senhora já advertira sobre o perigo da expansão dos erros dos quais essa nação seria o porta-estandarte.

Palavras de Nossa Senhora

          Vejamos quais foram as palavras de Nossa Senhora na aparição de 13 de julho de 1917: “A guerra  (Primeira Guerra Mundial) vai acabar, mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de  perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora dos primeiros sábados. Se atenderem aos meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja; os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas; por fim, o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz”.(*)

São Peterburgo, novembro de 1917: o assalto ao Palácio de Inverno representou um acontecimento simbólico da catastrófica implantação do comunismo na Rússia, e, a partir desse país, em todo o mundo

Da leitura dessas palavras surge uma primeira interrogação: por que Nossa Senhora não menciona o comunismo ou a Rússia comunista, e alude apenas à Rússia em geral? Na aparição de 13 de julho de 1917, o comunismo ainda não tinha conquistado o poder nesse país, pois o governo do Czar havia sido substituído pelo governo burguês de Kerensky, em março daquele ano. E foi só com a revolução de outubro de 1917 – dia 7 de novembro no calendário ocidental – que a Rússia caiu sob o jugo comunista. Na época das aparições, não teria sentido falar de Rússia comunista. Mas, no contexto da Mensagem fica claro que esse país transformar-se-ia num flagelo e, mais ainda, num flagelo anticatólico.

           Além disso, se não foi  o comunismo, quais teriam sido os erros que a Rússia difundiu em nosso século? Seriam os da chamada Igreja Ortodoxa? A hipótese é vácua, pois essa igreja permanece ali mumificada, sem verdadeira capacidade de expansão. Aliás, o pior aspecto dela foi ter-se dobrado servilmente – em muitos de seus elementos mais representativos – ao comunismo, servindo-lhe até de sustentação.

           Mais ainda. Foi a partir da Rússia que o comunismo realmente se difundiu pelo mundo, utilizando os grandes recursos do país e lançando mão dos eficientíssimos métodos de guerra psicológica revolucionária como arma de propaganda. Todas as nações que tiveram a infelicidade de serem dominadas pelo comunismo podem traçar a origem de sua desgraça, colocando como ponto de referência  a Rússia, seja pelo envio de armas e de agentes subversivos, seja pelo fato de terem sido ocupadas diretamente pelo Exército vermelho.

As profecias de Fátima já se realizaram?

           Podemos afirmar, então, que as profecias de Nossa Senhora já se cumpriram? Algumas sim, outras ainda não.

          Como a consagração pedida por Nossa Senhora a seu Imaculado Coração parece não ter sido realizada estritamente segundo os requisitos estabelecidos por Ela, nem a devoção da comunhão dos primeiros sábados foi suficientemente praticada, não se evitou a Segunda Guerra Mundial, a Rússia não se converteu e não houve paz.

          Ocorreu, pelo contrário – como Nossa Senhora previra – a grande difusão dos erros do comunismo, a partir da Rússia, pelo mundo inteiro. Fundaram-se partidos comunistas em todos os continentes. Foram lançadas as classes sociais umas contra as outras. Expandiu-se o terrorismo por todo o globo. Em nosso continente, Cuba não cessou de ser até agora  um foco de subversão que continua a difundir o vírus mortal do comunismo, especialmente em países da América Latina.

           Em todas as nações que o comunismo dominou, houve uma sistemática coerção da liberdade da Igreja que chegou até a perseguição. Proibiu-se a difusão da doutrina católica e a realização de atos de culto em público, escolas e estabelecimentos caritativos católicos foram confiscados, numerosos católicos foram aprisionados, torturados e muitos deles chegaram ao martírio. Recentemente ainda foram beatificados vários mártires, como o Bispo búlgaro Eugênio Bossilkov, as Carmelitas do Convento de Guadalajara, na Espanha, e o Cardeal Stepinac, da Croácia.

          Um  ponto, entretanto, da parte conhecida da Mensagem de Fátima, oferece certa dificuldade de interpretação. É a frase: “Várias nações serão aniquiladas”.  De fato, muitas nações foram dura e até durissimamente castigadas na Segunda Guerra Mundial, perdendo parcelas enormes de população, muitos territórios e, em alguns casos, até a independência. Mas parece não poder dizer-se simplesmente que foram aniquiladas, isto é, reduzidas a nada.

          Como, então, interpretar isso?

          Estudiosos da Mensagem de Fátima chamam a atenção para um fato. Nossa Senhora afirma que a Primeira Guerra Mundial iria acabar, mas que, como castigo dos pecados da humanidade,  no reinado de Pio XI começaria outra pior, o que já sucedeu. Será, então, que esse castigo aplacou a justiça divina justamente irritada contra os homens ou virá ainda um terceiro castigo?  Neste caso, esse novo castigo teria uma escala provavelmente maior (pois os pecados não têm senão aumentado) e determinaria, este sim, o fato de várias nações pura e simplesmente serem aniquiladas e desaparecerem da face da Terra?

          Reforça esta interpretação o fato de o aniquilamento de várias nações ser mencionado no trecho que fala das guerras promovidas pelo comunismo e não no contexto da Segunda Guerra Mundial. Ao que facilmente se objetará  que o comunismo já morreu. Não obstante,  o fato é que o marxismo nunca dominou tantos governos desde a queda do Muro de Berlim como agora. Dos 15 países da Comunidade Européia, 13 estão sob  governos social-democratas, socialistas ou de agremiações esquerdistas; na Rússia acaba de ser nomeado como primeiro-ministro um ex-agente da KGB; na Ásia, os comunistas clássicos continuam no poder na China, no Vietnã, na Coréia do Norte. Em nosso continente, além de Cuba e a Guiana serem oficialmente comunistas, a Venezuela é governada por um partido de esquerda e a Colômbia está seriamente ameaçada pelas guerrilhas marxistas. No Brasil, o MST – de orientação confirmadamente comuno-católica – vai assumindo cada vez mais as características de um movimento guerrilheiro de vastas proporções, que a qualquer momento pode surpreender a Nação.

          Mais subtil, porém não menos real, é a metamorfose do comunismo clássico e sua expansão pelo mundo, especialmente a partir da Revolução da Sorbonne, em 1968. É a Revolução Cultural de cunho esquerdista que vai desagregando toda a sociedade pela dissolução dos costumes, a disseminação da droga, o divórcio, o aborto, o homossexualismo, a imoralidade nos meios de comunicação social, etc.

          Diante desse panorama, como pensar que os castigos enunciados em Fátima tiveram seus dias encerrados com o término da Segunda Guerra Mundial?

          Lembremo-nos entretanto que a mensagem de Nossa Senhora  em Fátima conclui com uma entusiasmante promessa: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará!”  Coloquemos, pois, toda  nossa confiança nEla, nesta hora trágica e gloriosa para a Santa Igreja e a Civilização Cristã.

________________________________

*Antonio Augusto Borelli Machado,  As aparições e a mensagem de Fátima conforme os manuscritos da Irmã Lúcia,  Editora Vera Cruz Ltda., 35ª edição, São Paulo, 1993, pp. 46-47.

Fonte

Classifique isto:

Compartilhe:

  • Tweet
  • Share on Tumblr
  • E-mail
  • Imprimir

Gostar disto:

Gosto Carregando...

Quem tem medo do lobo mau?

30 Segunda-feira Abr 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Doutrina

≈ Deixe um comentário

Etiquetas

bom pastor, doutrina, erros, falsos, guto, heresia, história, homossexual, jesus, lobo, mau, ovelhas, papa, pedro, perdição, profetas, protestante

Guto e Pedro costumavam ser dois moleques levados. Jamais obedeciam o pai. Este porém, os educava de uma forma muito liberal. Nada de moralismo ou opiniões antiquadas. Era um pai moderno. Os dois irmãos só respeitavam com firmeza os pedidos do avô, Seu Bento.

A família dos meninos morava em uma região habitada por muitos lobos. Mas não eram lobos comuns. Além de ferozes, eles tinham traços dos pecados humanos, eram trapaceiros e manipuladores. O prato principal desses animais: crianças.

A pedido do avô, Guto e Pedro jamais brincavam próximos às florestas. Todas as vezes em que eles iam visitar seu Bento, o humilde senhor lhes contava as histórias antigas sobre como os lobos faziam para seduzir as crianças e devorá-las. Sempre muito atentos, os dois nunca ousavam questionar a veracidade daquelas histórias. Confiavam no avô.

Todavia, seu Batista, pai dos garotos, não gostava nenhum um pouco das histórias que seu Bento contava aos meninos. Achava aquilo ridículo. Fruto da imaginação de um velho retrógrado e preconceituoso. Para Batista, os lobos eram animais mal compreendidos. Precisavam apenas de carinho e amor.

Cansado de ver os filhos tão reprimidos por causa do que o avô lhes contava, seu Batista disse: “parem de bobagens, meus filhos, não podemos ser preconceituosos. Temos que ensinar o amor. Os lobos são criaturas bondosas, não há porquê vocês não brincarem nas florestas”.

Porém, ao perceber que Guto e Pedro continuavam a brincar longe dos limites das florestas, seu Batista os proibiu de visitar o avô.

Longe dos conselhos de seu Bento, Guto e Pedro começaram a ceder aos pedidos do pai. A cada dia eles avançavam um passo adentro da floresta. Até que então, chegaram a brincar dentro dela.

Certa tarde, enquanto corriam pelos bosques, ambos deram de cara com um enorme lobo. A princípio, ficaram assustados devido às enormes garras e dentes do bicho. Todavia, astuto como deveria ser, o lobo logo mostrou-lhes um desenho. Era a casa dos dois pequenos irmãos. Dela, saía um enorme feixe de luz que ascendia ao céu. O lobo disse-lhes então que aquilo representava a amizade entre os homens e os lobos. Após um longo diálogo, os meninos se despediram e voltaram para casa.

Ao chegar, contaram ao pai: “conhecemos um lobo, ele é muito legal”. O pai, seu Batista, todo satisfeito logo disparou: “tá vendo como aquelas histórias de seu avô eram bobagens? Se os lobos fizeram algo de ruim no passado era por causa da opressão e da intolerância que eles sofriam. Hoje não, hoje é tudo paz e amor”.

Após festejarem o fato, seu Batista pediu aos meninos que convidassem o lobo para tomar um café. Pedido feito, pedido aceito. Naquela mesma tarde o lobo os encontraria para o café.

Por volta das 21 horas, toca a companhia. Era o convidado. Pratos na mesa, o jantar estava servido. Conversas, risadas, trocas de elogios. Seu Batista sai da mesa e vai ao quarto pegar um presente que comprara para o ilustre novo amigo de seus filhos.

Neste instante, enquanto seu Batista procura o presente do animal, o lobo levanta-se em fúria e parte pra cima dos garotos. Não sobra-lhes tempo para reagir, acabam ambos devorados. Nas mãos e na boca do lobo, as marcas do crime: sangue!

Seu Batista, ao se deparar com aquela cena, grita desesperado: mas o que você fez? O lobo olha pra ele, olha pra suas mãos, chora e diz: “Eu sou vítima da sociedade opressora. Eu não queria fazer isso, fui obrigado. Eu apenas quero amar. Não é o que você ensina? Por que então você está condenando o meu amor?

Seu Batista, comovido com as palavras do lobo, abraça-o, começa a chorar e diz: “Meu filho, perdoe-me. Eu não queria fazer isso. Eu te amo e eu também só quero amar”. Os dois olham um nos olhos do outro, abraçam-se novamente e caminham rumo à floresta para selar a paz entre lobos e homens e a construção de uma nova era.

Obs: este texto é pura ficção. Qualquer semelhança é mera coincidência

Fonte

Classifique isto:

Compartilhe:

  • Tweet
  • Share on Tumblr
  • E-mail
  • Imprimir

Gostar disto:

Gosto Carregando...

“Sola Fide” (A fé basta!)

13 Segunda-feira Fev 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Doutrina

≈ Deixe um comentário

Etiquetas

erros, falhas, fide, fideísmo, incoerências, lutero, protestantismo, reforma, sola, tiago

Conceito

A Doutrina da sola fide ou “fé somente” afirma que é exclusivamente baseado na Graça de Deus, através somente da fé daquele que crê, por causa da obra redentora do Senhor Jesus Cristo, que são perdoadas as transgressões da Lei de Deus. (wikipédia)

Argumentação

Essa talvez seja a maior diferença entre as diversas denominações cristãs. O conceito por trás de toda essa discussão é a justificação. A Reforma Protestante criou o conceito da justificação apenas pela fé, ao contrário do que dizia a doutrina católica na época (e até hoje), que além da fé seriam necessárias boas obras. A premissa mais comum da Sola fide é a seguinte:

A justificação é somente por intermédio da fé.

Não há divergência em relação à necessidade da fé, pois todas as maiores denominações cristãs concordam que a fé é necessária para a justificação. O problema aqui, portanto, é em relação às boas obras: seriam elas necessárias para a justificação ou totalmente irrelevantes? Dessa forma, como discutir a premissa acima daria margem a desvios do assunto que causa a divergência, acho mais produtivo basear a crítica em uma outra premissa, que apesar de normalmente não ser encontrada de forma explícita, é o motivo central de toda a divergência:

  1. As boas obras são irrelevantes para a justificação.

Argumentos

Para analisar a premissa acima, devemos excluir a Tradição Católica da discussão, afinal, os reformadores não a reconhecem como fonte de doutrina. Portanto, decidi utilizar apenas argumentos bíblicos para analisar a questão. Mesmo sabendo que há argumentos para ambos os lados no Antigo Testamento, vou me ater somente ao Novo Testamento, que apesar de não desfazer a antiga aliança, faz uma nova aliança. Na Bíblia encontraremos argumentos a favor e contra a interpretação:

A favor

  • João 3,16: Jesus afirma que todo aquele crê terá a vida eterna.
  • Atos dos Apóstolos 16,30-31: quando o carcereiro pergunta a São Paulo o que é necessário para a salvação, a resposta é “crê no Senhor Jesus e serás salvo”.
  • Romanos 3,20-28: aqui, São Paulo deixa claro que o homem é justificado pela fé, sem as observâncias da lei.
  • Romanos 10,9-10: São Paulo afirma claramente que quem tiver fé será salvo, e que é crendo que se chega à salvação.
  • Romanos 11, 6: São Paulo afirma que a salvação não é pelas obras, mas pela graça.
  • Gálatas 2,16: São Paulo deixa bem claro que ninguém se justifica pela prática da lei, mas somente pela fé em Jesus Cristo, e que nenhum homem será justificado pela prática da lei.
  • Gálatas 3,11: aqui também fica bem claro que ninguém é justificado pela lei, mas pela fé.
  • Gálatas 3,23-26: aqui se afirma que a lei é o “professor” que nos leva à fé em Cristo, mas que depois de ter a fé, esse “professor” não é mais necessário.
  • Efésios 2,8-9: a salvação não provém dos nossos méritos nem das nossas obras.
  • I João 5,13: São João afirma que quem crê no Filho de Deus tem a vida eterna.

Contra

  • Mateus 5 (sermão da montanha): Neste trecho, além de citar as boas obras (versículo 16), Jesus afirma que não veio para abolir a lei, deixando claro que esta mantém sua importância (versículo 17). O versículo 20 é bem claro: quem não pratica a justiça não entrará no reino dos céus. Os versículos 23 a 26 deixam bem claro que a graça pode ser perdida e que é necessário pedir perdão para reconquistá-la. Por fim, no último versículo, vem o resumo de tudo: “sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito”, o que mostra que a lei continua tendo importância fundamental para a salvação.
  • Mateus 6,1-6: as boas obras receberão recompensas (versículos 4 e 6). Textos parecidos aparecem mais à frente, nos versículos 16 e 18
  • Mateus 6,15: Deus não perdoará aqueles que não perdoarem.
  • Mateus 7,16-20: na forma de parábola, Jesus afirma que as árvores que não dão bons frutos serão cortadas e lançadas ao fogo.
  • Mateus 7,21-27: Jesus deixa claro que nem todos os que creem serão salvos, mas somente os que põem os ensinamentos em prática.
  • Mateus 10,42: as boas obras terão recompensas.
  • Mateus 19,16-19: Quando perguntado sobre o que é necessário para ter a vida eterna, Jesus pede que o jovem observe os mandamentos.
  • Mateus 25,1-13 (parábola das dez virgens): o esposo rejeita as virgens que estavam com as lâmpadas apagadas, dando a entender que a graça pode ser perdida.
  • Mateus 25,14-30 (parábola dos talentos): manda jogar o “servo inútil” nas trevas porque ele não fez nada com os talentos que lhe foram confiados.
  • Mateus 25,31-46 (descrição do juízo final): Jesus deixa bem claro que os que não fizeram boas obras durante a vida serão mandados para o castigo eterno.
  • Lucas 19,12-27 (parábola das minas): semelhante à parábola dos talentos (provavelmente a mesma, contada de maneira ligeiramente diferente): aquele que não multiplicou as minas perdeu até a única mina que possuía.
  • Romanos 2: nos versículos 5 e 6, São Paulo afirma claramente que no dia do juízo final cada um será cobrado segundo suas obras. Isso é confirmado um pouco mais à frente, no versículo 12, que diz que seremos julgados pela lei. O versículo seguinte também é claro ao afirmar que serão tidos por justos os que praticam a lei.
  • Romanos 6,23: neste versículo, São Paulo deixa bem claro que o salário do pecado é a morte. Isso significa que ao pecar a graça é perdida, e portanto, a fé sozinha não basta para a salvação.
  • Romanos 13,2: aqui São Paulo afirma que a resistência à autoridade é motivo de condenação, deixando claro novamente que a fé sozinha não é bastante para obter a salvação.
  • I Coríntios 13: todo o capítulo exalta o valor a caridade, o que já seria um indício de sua importância, mas o versículo 2 não deixa dúvida alguma, ao deixar bastante explícito que a fé sozinha não basta. O último versículo também é bem claro ao colocar a caridade acima da fé.
  • I Timóteo 2,15: a salvação se dá através da fé, da caridade e da santidade.
  • I Timóteo 4,8: a piedade tem a promessa da vida presente e da futura.
  • Hebreus 12,4-17: São Paulo explica a importância da luta contra o pecado e do arrependimento, dizendo claramente no versículo 14 que sem a santidade ninguém pode ver o Senhor.
  • Tiago 2,14-26: aqui, São Tiago deixa bastante claro que a fé não basta, mas deve ser acompanhada de boas obras.
  • I Pedro 3,21: a salvação pela consciência boa.
  • I João 3,17-18: no primeiro versículo, São João afirma que quem não ajudar um irmão com necessidade não tem o amor de Deus, e no segundo versículo pede que não amemos somente com palavras, mas também com atos.

Crítica

Aqui colocarei trechos próximos dos trechos citados (dentro do mesmo contexto, portanto), que possam dar a entender que o trecho isolado não tem o sentido que aparentemente foi mostrado acima:

Trechos com argumentos a favor

  • João 3,16: apesar de falar que todo aquele crê terá a vida eterna, nos versículos seguintes Jesus condena as más obras (versículos 19 e 20) e exalta as boas obras (versículo 21).
  • Atos dos Apóstolos: não vejo contra-argumentos próximos a essa parte do livro. Porém, ao analisarmos o livro dos Atos dos Apóstolos como um todo, vemos que ele é uma narrativa da primeira geração de cristãos, e sua intenção principal e registrar fatos, e não descrever ou embasar doutrinas. Dessa forma, confiar cegamente em uma descrição como sendo o embasamento de uma doutrina me parece um ato imprudente, pois como o autor não tinha a intenção de embasar a doutrina, pode ter deixado de registrar outras partes da conversa, que foram suprimidas por não acrescentar nada ao contexto descritivo desejado.
  • Romanos: como apresenta trechos aparentemente contraditórios, essa epístola é analisada de forma mais detalhada, mais abaixo.
  • Gálatas: no capítulo 2, São Paulo afirma que se se a justiça pudesse ser obtida pela lei, então Cristo teria morrido em vão (versículo 21). Esse trecho parece ser justamente o argumento central de Paulo: a fé é absolutamente necessária à justificação, e a lei sozinha simplesmente não é suficiente. Em outras palavras: quem segue a lei mas não tem fé não está justificado. Dessa forma, me parece claro que a preocupação de São Paulo nessa epístola é em afirmar que a fé é indispensável, mas não negar a lei, ou afirmar que esta tornou-se dispensável. É também interessante notar que o capítulo 3 cita dois trechos do Antigo Testamento que reafirmam a importância da lei: Deuteronômio 27,26 no versículo 10 e Levítico 18,5 no versículo 12. Isso também dá a entender que a ênfase de Paulo está em lembrar a necessidade da fé, mas nunca negar a necessidade de seguir a lei. Olhando isoladamente os versículos 23 a 26 do capítulo 3, realmente parece que São Paulo pretende afirmar que lei foi revogada, mas se olharmos todo o contexto, em especial o conteúdo dos capítulos 2 e 3, vemos que não é exatamente isso que está sendo dito.
  • Efésios 2,8-9: os primeiros versículos deste capítulo mostram que o pecado leva à morte. O final do capítulo seguinte (3) também é claro ao afirmar que a caridade consolida a fé.
  • I João 5: logo em seguida, no versículo 16, São João afirma claramente que há pecados que levam à morte. Daí se deduz que a fé sozinha não é suficiente para a salvação. Os últimos versículos do capítulo 3 afirmam que é pela observância aos mandamentos que permanecemos em Deus.

Trechos com argumentos contrários

  • Não encontrei contra-argumentos próximos a nenhum dos trechos citados, à exceção da Epístola aos Romanos, comentada abaixo.

Textos aparentemente contraditórios

  • Romanos: como aparentemente temos argumentos contraditórios, temos que analisar a epístola mais profundamente, de forma a tentar entender a intenção de São Paulo de escrevê-la. Ao fazer essa análise, percebemos que a epístola foi feita para criticar a situação dos que dizem ter fé mas que não cumprem a lei. Portanto, fica claro que a intenção não foi afirmar que a lei é dispensável. Pelo contrário: percebe-se que a intenção foi enfatizar que quem diz ter fé deve agir conforme a lei. Além dos trechos já citados acima como argumentos contra a Sola fide, ainda há outros pontos da epístola que confirmam essa intenção:
    • 2,5-8: este trecho diz que Deus retribuirá a cada um segundo as suas obras.
    • 3,31: este versículo é bastante claro quando diz que de modo algum a lei é destruída pela fé, mas pelo contrário, a fé dá força à lei.
    • 6,1-2: este trecho mostra que devemos continuar observando a lei, mesmo já tendo fé. Os versículos 12 e 13, mais à frente, reafirmam que o pecado deve ser evitado.
    • 6,15: este versículo me parece o mais claro de todos,  pois mostra que quando São Paulo falou que o homem é justificado pela fé, sem as observâncias da lei, queria na verdade dizer que o homem que tem fé já não precisa se preocupar em cumprir a lei, porque isso já é uma consequência natural. Ou seja: o homem de fé não está dispensado de cumprir a lei. Pelo contrário: ao decidir se tornar um servo da justiça, também se comprometeu em manter-se afastado do pecado.
    • 8,13: aqui fica claro que quem vive segundo a carne há de morrer, o que mostra que a lei não está abolida.
    • 9,32: esse até parece ser um versículo a favor da Sola fide, mas São Paulo é claro ao afirmar que Israel não conseguiu a justificação porque buscava só obras e não a fé. Ou seja: o versículo mostra que obras sem fé não são suficientes para a justificação, mas de maneira alguma pretende dizer que as obras são desnecessárias.
    • 12 a 14: estes capítulos são inteiramente dedicados a citar obras, algumas que devem ser feitas e outras que devem ser evitadas pelos cristãos.

Conclusão

Vejo nos trechos que supostamente contêm argumentos a favor da Sola fide, textos que exaltam a fé, mas em momento nenhum vejo uma declaração explícita de que as boas obras são desnecessárias. Em todos os pontos onde essa interpretação pode ser dada, vemos que há trechos do mesmo livro que desfazem essa possibilidade de interpretação.

Outro ponto interessante é que esse conceito (de irrelevância das obras) praticamente inexiste nos Evangelhos. O único trecho aparentemente favorável a essa interpretação (João 3,16) é esclarecido ainda no mesmo capítulo. Mais um ponto importantíssimo é o levantado na epístola de Tiago: a fé sozinha não significa muita coisa, afinal os demônios também têm fé (Tg 2,19).

Fonte

Classifique isto:

Compartilhe:

  • Tweet
  • Share on Tumblr
  • E-mail
  • Imprimir

Gostar disto:

Gosto Carregando...

Buscar

Arquivos

  • Março 2014
  • Janeiro 2014
  • Setembro 2013
  • Agosto 2013
  • Abril 2013
  • Março 2013
  • Fevereiro 2013
  • Outubro 2012
  • Setembro 2012
  • Agosto 2012
  • Julho 2012
  • Junho 2012
  • Maio 2012
  • Abril 2012
  • Março 2012
  • Fevereiro 2012
  • Janeiro 2012

Temas

  • Da Doutrina
  • Da Liturgia
  • Da Santa Igreja
    • História da Igreja
  • Da Virgem Maria
  • Do Santo Padre, o Papa
  • Dos Santos e Santas
  • Uncategorized

Artigos Recentes

  • (sem título)
  • Conversas fraternais entre são Bonifácio e a abadessa Bugga
  • Carta de São Bernardo de Claraval à Melisende, rainha de Jerusalém

Sancta Sedes

Site da Santa Sé

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, socorrei a Igreja militante!

Ó Santa Rita de Cássia, advogada das causas impossíveis, rogai pela Igreja e pelo mundo!

“A mão da Igreja é doce também quando golpeia, pois é a mão de uma mãe.” S. Pio de Pietrelcina

"A mão da Igreja é doce também quando golpeia, pois é a mão de uma mãe." S. Pio de Pietrelcina

‎”Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica. Um me distingue, o outro me evidencia. É por este sobrenome que nosso povo é diferenciado dos que são chamados heréticos.” São Paciano de Barcelona

‎”Foi Sempre privilégio da Igreja, Vencer quando é ferida, Progredir quando é abandonada, e Crescer em ciência quando é atacada.” (Santo Hilario de Potiers, Dr. da Igreja).

‎"Foi Sempre privilégio da Igreja, Vencer quando é ferida, Progredir quando é abandonada, e Crescer em ciência quando é atacada." (Santo Hilario de Potiers, Dr. da Igreja).

Tags

aborto amor apostólica arquitetura ateísmo batina bispo bíblia castidade catolicismo catolico católica conversão cristianismo cristo cruz de deus devoção doutrina ecumenismo erros espirito eucaristia evangelho feminismo fátima fé heresias história igreja Igreja Católica inquisição jesus liturgia lutero mae maria matrimonio mentira mentiras missa mito mitos modernismo modéstia morte mosteiro mulher mulheres padre pai papa penitência piedade protestantismo pureza religiosa religião roma roupas sacerdote sacerdócio sacrifício salvação santa santidade santo santíssima são tradição vaticano verdade vida virgem

Blogroll

  • A Mentira dos Apocalipses protestantes
  • Aprendendo a Ser Católica
  • Caiafarsa
  • catolicoresp
  • Central de Obras do Cristianismo Primitivo
  • Companhia de Arte Sacra Mazzolini
  • Comunidade Missionária Mariana na Modéstia
  • Cram & Ferguson Architects
  • Duncan G. Stroik, arquiteto eclesiástico
  • Ecclesia Militans
  • Enciclopedia Catolica
  • Fraternidade Sacerdotal São Pio X
  • Fratres in Unum.com
  • Gardiner Hall Interiors
  • Marcantonio Architects
  • McCrery Architects
  • Medidas de Fé
  • Missa Tridentina em Brasília
  • New Liturgical Movement
  • Porque creio
  • Portanto Entretanto Todavia
  • Salvem a Liturgia
  • Salvem a Liturgia!
  • Segnatura Arte Sacra
  • SINAXE
  • Usagranda Arte Litúrgica
  • Veritatis Splendor
  • Vestimentas Luzar
  • ZENIT

Create a free website or blog at WordPress.com.

Privacy & Cookies: This site uses cookies. By continuing to use this website, you agree to their use.
To find out more, including how to control cookies, see here: Cookie Policy
  • Seguir A Seguir
    • Dominum vobiscum
    • Junte-se a 711 outros seguidores
    • Already have a WordPress.com account? Log in now.
    • Dominum vobiscum
    • Personalizar
    • Seguir A Seguir
    • Registar
    • Iniciar sessão
    • Denunciar este conteúdo
    • Ver Site no Leitor
    • Manage subscriptions
    • Minimizar esta barra
loading Cancelar
O artigo não foi enviado - por favor verifique os seus endereços de email!
A verificação do email falhou, tente de novamente
Lamentamos, mas o seu site não pode partilhar artigos por email.
%d bloggers like this: