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Seria a Igreja Ortodoxa anterior à Igreja Católica?

28 Sábado Set 2013

Posted by marcosmarinho33 in Da Santa Igreja, Do Santo Padre, o Papa, História da Igreja

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alexandria, antioquia, cismáticos, Constantinopla, Igreja Ortodoxa, jerusalém, papa, patriarcado, Primado de São Pedro, roma

Eu recebi um e-mail de um cristão ortodoxo que dizia:

>>>>>>Além disso, você fala da Igreja Ortodoxa como “quase tão antiga quanto a Igreja Católica.” Uma vez que a Cristandade começou no Oriente, e os patriarcados de Jerusalém, Antioquia, e Alexandria foram estabelecidos antes de Roma (o apóstolo Pedro até mesmo serviu, segundo algumas fontes, como bispo auxiliar em Antioquia) e já que estes patriarcados defendiam as visões teológicas de Constantinopla nas contendas que surgiram entre a Nova e a Antiga Roma, não seria simplesmente mais justo ver a Igreja Ortodoxa como a mais antiga? […] E como o cisma dos pré-calcedonianos antecede o cisma entre os quatro antigos Patriarcados e a Sé de Roma, tecnicamente não seriam também eles [pré-calcedonianos] mais antigos que a Igreja Romana?

Embora seja na Igreja de Jerusalém que o Cristianismo começou, aquela igreja (uma igreja judaico-cristã) deixou de existir entre 70 d.C. e 130 d.C. Depois de 130 d.C., todos os judeus (inclusive judeus cristãos) foram proibidos de entrar na cidade de Jerusalém, que foi renomeada como Élia Capitolina pelo Império Romano. Neste tempo, a Igreja de Jerusalém consistia em um corpo simbólico de cristãos gentios, que estava submetido à Sé metropolitana de Cesareia. Foi só no tempo de Constantino (dois séculos depois) que, novamente, foi dado a Jerusalém um lugar de importância honorífica. Entretanto, isso se deu por ser aquele um lugar de peregrinação. O reconhecimento como Patriarcado só aconteceu no Concílio da Calcedônia (451 d.C.), mas ela continuou sob a autoridade do metropolitano de Cesareia, que por sua vez respondia ao Patriarca de Antioquia. É por isto que o Concílio de Niceia (325 d.C.) declarou, no Cânon 7:

“Já que mandam o costume e a antiga Tradição que o Bispo de Élia (i.e., Jerusalém) seja honrado, que ele tenha a sucessão de honra, no entanto SEM o direito interno da metrópole (i.e., Cesareia).”

Isto está de acordo com o Cânone anterior (Cânone 6), que define os direitos patriarcais de Alexandria e Antioquia BASEANDO-SE no reconhecimento destes direitos pelo Bispo de Roma. Diz o Cânone 6:

“Prevaleçam os antigos costumes de que, no Egito, Líbia, e Pentápolis, o Bispo de Alexandria tenha jurisdição sobre todas estas, já que este também é o costume do Bispo de Roma. Igualmente, na Antioquia e nas outras províncias, que as igrejas retenham seus privilégios.” (Concílio de Niceia, Cânone 6)

Então, a autoridade patriarcal de Jerusalém é uma invenção do Concílio da Calcedônia. Não existia antes de 451.

O mesmo vale para a chamada autoridade patriarcal de Constantinopla. Apesar de lendas medievais, oriundas do Estado (e que não possuem nenhuma base histórica), Bizâncio não tinha nenhuma ligação com André ou qualquer Apóstolo, mas na verdade era uma igreja menor sob a jurisdição da Sé metropolitana de Hercúlea, na Trácia, que por sua vez era diretamente submetida a Roma. Foi com o I Concílio de Constantinopla que primeiramente tentou-se dar a autoridade patriarcal a Bizâncio (somente por ser a cidade imperial). Todavia, tanto Roma quanto Alexandria rejeitaram este decreto, e ele foi retirado. De acordo com a Tradição Apostólica, Roma tinha a primazia na Igreja universal, e Alexandria era a segunda após ela, esta última tendo a primazia no Oriente. Isto é afirmado por todos os padres que abordam o assunto, e mais claramente pelo Papa São Dâmaso I, que expediu o seguinte decreto em 382 – a fim de defender a posição de Alexandria como primaz no Oriente, que fora usurpada pelos bizantinos no Concílio de Constantinopla no ano anterior.

“Embora todas as igrejas católicas espalhadas pelo mundo formam uma só câmara nupcial do Cristo, não obstante, a santa Igreja romana foi colocada à frente não por decisões conciliares das igrejas, mas recebeu o seu primado pela voz evangélica de nosso Senhor e Salvador, o Qual diz: “Tu és Pedro…” (Mat 16:18-19). Além disto, tem também dentre sua companhia na barca dos eleitos, o beatíssimo Apóstolo Paulo que, junto com Pedro na cidade de Roma no tempo do César Nero, igualmente consagrou a sobredita santa Igreja Romana a Cristo Senhor; e por sua própria presença e por seu venerável triunfo, eles colocaram-na à frente de todas as outras de todas as cidades do mundo. A primeira Sé, portanto, é aquela do Apóstolo Pedro, a Igreja de Roma, que não tem mancha ou defeito, nem nada similar. A segunda Sé é a de Alexandria, consagrada em nome do apóstolo Pedro por Marcos, seu discípulo e Evangelista, o qual foi mandado ao Egito pelo Apóstolo Pedro, onde ele pregou a Palavra da Verdade e consumou seu glorioso martírio. A terceira Sé é a de Antioquia, a qual pertenceu ao beatíssimo Pedro, onde ele primeiro habitou antes de ir a Roma, e onde o nome de “cristãos” foi primeiro usado, como a um novo povo.” (Decreto de Dâmaso#3, 382 d.C.)

Essa é a antiga ordem – Roma, Alexandria e Antioquia, na ordem de primazia e autoridade. Foi somente em 700 d.C. – depois que Alexandria e Antioquia caíram nas mãos dos muçulmanos –, que Roma reconheceu o primado de Constantinopla no Oriente. Antes disso, a reivindicação era consistentemente negada, tanto por Roma quanto pelos outros patriarcas (embora Antioquia ocasionalmente aceitasse). Nada é tão contundente para mostrar isto quanto a condenação do Papa São Leão Magno ao Cânone 28 de Calcedônia, na qual diz:

“… nós também ordenamos e decretamos o mesmo em relação aos privilégios da santíssima Igreja de Constantinopla, a Nova Roma. Pois os Padres acertadamente garantiram privilégios ao trono da antiga Roma, porque esta era a cidade real. E os cento e cinquenta piíssimos Bispos deram iguais privilégios ao santíssimo trono da Nova Roma, julgando justamente que a cidade é honrada pela Autoridade Soberana e o Senado e goza de iguais privilégios como a antiga Roma imperial…” (Cânone 28, Calcedônia).

No entanto, o Papa Leão se recusou a concordar com este Cânone; e fazendo uso de um tipo de “veto parcial”, excluiu-o dos documentos conciliares. Aqui, o Bispo Anatólio de Constantinopla escreve ao Papa Leão, desculpando-se e explicando como o cânone veio a ser, dizendo…

“Quanto àquilo que o Concílio Ecumênico da Calcedônia recentemente ordenou em favor da igreja de Constantinopla, Sua Santidade esteja assegurada de que não tive culpa nisso, eu que desde a minha juventude sempre amei a paz e a quietude, mantendo-me na humildade. Foi o reverendíssimo clero da igreja de Constantinopla que estava ansioso por isto, e eles eram igualmente amparados pelos reverendíssimos sacerdotes daquelas partes, que concordavam com eles. Mesmo assim, toda a força de confirmação dos atos foi reservada à autoridade de Sua Beatitude. Portanto, que Sua Santidade tenha por certo de que eu não fiz nada que contribuísse no assunto, sabendo sempre que eu deveria evitar os luxos do orgulho e da cobiça.” – Patriarca Anatólio de Constantinopla ao Papa Leão, Ep 132 (sobre o Cânone 28 de Calcedônia).

Deste modo, o assunto estava encerrado; e, pelos próximos seis séculos, todas as Igrejas do Oriente falavam somente em 27 cânones de Calcedônia – o 28º Cânone foi anulado e invalidado pelo “veto parcial” de Roma. Isto é embasado por todos os historiadores gregos, como Teodoro o Leitor (escreve em 551 d.C.), João Escolástico (escreve em 550 d.C.), Dionísio Exíguo (também por volta de 550 d.C.); e por Papas como São Gelásio (c. 495) e Símaco (c. 500) – todos os quais falam somente em 27 cânones da Calcedônia.

Quanto à igreja de Antioquia, é verdade que a comunidade gentia de Antioquia é mais antiga que a comunidade gentia de Roma. Porém, a igreja de Roma em si (que começou como igreja judia) foi estabelecida por judeus peregrinos que se converteram ao Cristianismo no dia de Pentecostes (ver Atos 2:9-10), e tinha ministros judeus que lhe pertenciam e que se converteram muito antes de São Paulo (ver Romanos 16:7). Além disso, a primeira estadia de São Pedro em Roma teve lugar entre 42 d.C. (quando ele fugiu da Judeia – Atos 12:17) e 49 d.C., quando o Imperador Cláudio expulsou todos os judeus de Roma por causa de um tumulto acerca de alguém que o historiador romano Suetônio chama de “Chrestus” – claro mal-entendido de “Christus” (“Cristo”). Foi por isso que Pedro voltou a Jerusalém em Atos 15 para o Concílio de Jerusalém, que ocorreu em 49 d.C. Foi somente DEPOIS do Concílio de Jerusalém (ver Gálatas 2) que Pedro estabeleceu-se em Antioquia e tornou-se o primeiro Bispo de Antioquia (ele não era algum tipo de bispo “auxiliar”, como foi dito acima). Porém, uma vez que os judeus são readmitidos em Roma, Pedro volta para lá, e é aqui que ele e São Paulo confrontam o arqui-herege Simão o Mago, e onde eles juntos constroem a Igreja de Roma, síntese da igreja judia com a igreja gentia, e onde eles terminaram suas vidas como mártires. No entanto, só Pedro era a autoridade primacial ali – isto é, o bispo de Roma de facto. Assim, seu episcopado em Roma foi mais longo do que (e anterior) ao seu episcopado em Antioquia. Todos os Padres (Hipólito, Eusébio, Jerônimo, etc) o dizem. E, como diz Dâmaso acima, é daqui que os três originais patriarcados (Apostólicos) provêm. Por volta de 60 d.C., Pedro deixa Antioquia e volta para Roma. Fazendo isto, ele deixa seu discípulo Santo Evódio na Sé de Antioquia. Santo Evódio foi sucedido por Santo Inácio de Antioquia. Então, enquanto em Roma, Pedro enviou seu maior discípulo São Marcos para Alexandria, para ser o primeiro bispo (e seu próprio “legado”) lá. Ao fazer isto, Pedro, em essência, “triangula” o mundo conhecido. Sua própria Sé de Roma tinha a primazia e era a corte final de apelação, ao passo que administrava a Europa (e o Norte da África) diretamente. Alexandria teria o segundo lugar e o primado no Oriente, enquanto administraria a África Oriental, a Etiópia, a Arábia, e parte da atual Palestina. Antioquia, por fim, teria o terceiro lugar depois de Alexandria, e administraria diretamente a Ásia e o Oriente mais longínquo. Todavia, toda a relação dependia do quão eficientemente uma mensagem poderia ser mandada de Roma para o Oriente; isto porque, como pode ser facilmente visto num mapa romano, o caminho mais rápido de despachar uma mensagem para o Oriente era mandando-a de barco de Roma para Alexandria, e de Alexandria para a costa da Palestina até Antioquia. Este era o arranjo original, e como a Igreja primitiva operava. Os bizantinos perturbaram esta ordem original tentando equiparar a autoridade eclesiástica com a autoridade imperial.

Aqui, deve-se lembrar do fato de que a Cristandade bizantina não é a quintessência da Cristandade Oriental. Na Igreja Ortodoxa, não há representação da tradição copta, ou siríaca, ou maronita (libanesa), ou etíope, ou malankar (índia), ou armênia, ou caldeia (persa). A Igreja Católica, no entanto, possui todas estas tradições, bem como as tradições bizantina e antioquena, junto com as do Ocidente (romana e gálica). Além do mais, a presente teologia Ortodoxa nem sequer representa a totalidade da Cristandade grega, mas subordina a tradição greco-alexandrina à antioquena e à greco-capadócia. Se você aceitasse a sua herança alexandrina, não teria problema com a teologia do Filioque (propriamente dita). Logo, em suma, sua Ortodoxia não fala pelo Oriente inteiro, mas tão somente pela tradição antioquena-bizantina – isto é, uma parte do Oriente. E essa parte do Oriente pela qual você fala não é tão antiga quanto a herança apostólica de Roma.

>>>>>>E já que os Armênios também romperam a comunhão com a Igreja (com isso eu quero dizer a antiga grande Igreja) antes da separação de Roma, não seriam eles também mais antigos?

É verdade que, depois de 1054, Roma (e o resto da Europa Ocidental) deixaram de fazer parte do legado cultural do Império Bizantino, que era o herdeiro cultural direto do Império Romano. Porém, isto tem pouco, quase nada, a ver com a herança cristã e a Tradição Apostólica de Roma, que não depende das inovações de Constantino no século IV ou de seu estabelecimento de um Império cristão, mas antecede consideravelmente esta construção. Foi Bizâncio que rompeu com Roma, e não o contrário. Foi Fócio e seus planos imperiais que fizeram com que os bizantinos ignorassem e distorcessem seu prévio reconhecimento do primado romano, etc. Tente o quanto quiser, é simplesmente impossível reconciliar sua visão moderna, “Fócia”, com aquela dos padres bizantinos mais antigos como São Máximo Confessor, Teodoro Estudita, e outros que eram claramente “papistas” e que reconheciam a completa e total ortodoxia de Roma (ex. Filioque, etc.)

Aparentemente, Tertuliano serviu como sacerdote lá, e Jerônimo também visitou e serviu o Papa de Roma; mas o primeiro era originalmente de Cartago, onde ele também morreu; e o segundo era um monge de Belém, sob a jurisdição de Élia (Jerusalém) e Cesareia.

Como foi dito acima, Tertuliano tornou-se um herege montanista, e então rejeitou TODA autoridade episcopal. Então, não seria surpreendente que ele não defendesse o primado de Roma. No entanto, ele ainda testemunha para todos o primado Romano, através de seus protestos montanistas. Se o primado de Roma não fosse reconhecido, por que Tertuliano escarneceria do Papa Calisto chamando-o de “Pontifex Maximus” (isto é, a cabeça da religião estatal romana) e de “bispo dos bispos”? Além disso, por que eu e você podemos, hoje, receber o Sacramento da Confissão repetidamente, se Roma não tem a reconhecida autoridade de “ligar e desligar”?

Quanto a São Jerônimo, ele não estava sob a autoridade de Élia (Jerusalém), mas sim de Cesareia, que era o metropolitano para a atual Palestina. Cesareia respondia ao Patriarca de Antioquia, que por sua vez reconhecia o primado de Roma. No entanto, nos tempos de Jerônimo, o patriarcado de Antioquia estava dividido pelo cisma interno entre dois aspirantes a Patriarca. Jerônimo não tinha certeza a qual deveria se submeter. Então, ele escreveu o seguinte ao Papa São Dâmaso, em Roma:

“Já que o Oriente, estilhaçado como está pelas longas contendas entre seu povo, está aos poucos rasgando em pedaços a veste inconsútil do Senhor, ‘tecida de cima a baixo’, já que as raposas estão destruindo a vinha de Cristo, e já que entre vasos rachados que não guardam água alguma está difícil encontrar ‘a fonte selada’ e ‘o jardim fechado’, acredito que seja meu dever consultar a Cátedra de Pedro, e voltar-me à igreja cuja Fé fora enaltecida por Paulo. […] Minhas palavras são dirigidas ao sucessor do Pescador, ao discípulo do Crucificado. Assim como eu não sigo nenhum líder além de Cristo, assim eu não comungo com ninguém além de Sua Beatitude, que se assenta na Sé de Pedro. Pois eu sei que esta é a Pedra sobre a qual a Igreja foi construída! Esta é a casa onde só o Cordeiro Pascal pode ser corretamente comido. Esta é a Arca de Noé, e aquele que não se encontra nela vai perecer quando o dilúvio vier.” (Jerônimo, Epístola 15 – dirigida ao Papa Dâmaso I, c. 375 d.C.)

Nosso amigo ortodoxo continua:

>>>>>>Além disso, Cipriano de Cartago brigou com o Papa Estevão de Roma. Cipriano foi apoiado por toda a Ásia Menor, toda a África, toda a Grécia, toda a Arábia, e em geral todo lugar fora da diocese de Roma (embora ele também encontrasse apoio ali). O Papa Estevão, por sua vez, ameaçou essas igrejas com a excomunhão. Firmiliano de Cesareia, porém, passou a frente dele e o excomungou em favor de toda a Igreja. Cipriano foi martirizado, como você sabe, mas não estava em comunhão com Roma no momento.

É verdade que Cipriano teve um conflito amargo com o Papa Estevão sobre a questão do Batismo dos hereges – isto é, se os hereges que procuravam a comunhão com a Igreja Católica precisavam ser rebatizados ou não. Cipriano dizia que sim; Estevão dizia que não. Mais que isso, Estevão ensinava que havia “um só Batismo para a remissão dos pecados”; assim como a posição de Estevão (isto é, de Roma) fora adotada pelos padres niceno-constantinopolitanos no Credo! É a isso que esta afirmação do Símbolo de Fé se refere.

Entretanto, embora Cipriano acreditasse que o Papa Estevão estava errado, ele nunca excomungou o Papa Estevão, nem o bispo Firmiliano de Cesareia, na Capadócia. Durante toda a controvérsia, a posição de Cipriano era a de que todos os bispos eram livres para discordar neste ponto. Então, para Cipriano, o desacordo era sobre a soberania local de cada bispo. Em outras palavras, Cipriano via isso como um problema de oikonomia (literalmente, “administração da casa”) e disciplina local, e não como assunto formal da doutrina. É por isso que ele estava tão transtornado com as delcarações do Papa Estevão de que quem rebatizasse seria condenado. Porém, novamente, Cipriano NUNCA chamou Estevão de herege, e NUNCA rompe a comunhão com Roma. Ele apenas acreditava que Roma estava sendo injusta neste ponto, e que o Papa Estevão estava se intrometendo nos direitos próprios de Cipriano como bispo.

Quanto aos apoiadores de Cipriano, nem entre os bispos africanos ele tinha completo apoio. Na verdade, os bispos da Mauritânia que participaram do Concílio de Cartago seguiam o mesmo costume de Roma e não rebatizavam os hereges. É por isso que o concílio formalmente diz que os bispos são “livres para discordar” nesta matéria. E não só isso. Na conclusão do Concílio de Cartago, Cipriano manda legados ao Papa Estevão em Roma, pedindo-lhe para ratificar a decisão Africana. Por que faria isso se ele e seus colegas Africanos não reconheciam a autoridade romana? O Papa Estevão, no entanto, em um ato admitidamente pouco caridoso, recusou-se a receber a delegação africana. E é por ISSO que Cipriano voltou-se ao Oriente, tentando encontrar algum apoio ali.

No entanto, Cipriano não conseguiu encontrar ninguém no Oriente para apoia-lo, isto é, além de Firmiliano na Capadócia. Os dois patriarcados orientais de Alexandria e Antioquia ficaram do lado de Roma! Nós sabemos com certeza que Alexandria (na pessoa de São Dionísio) aceitou a ordem romana, pois, um ano depois da morte do Papa Estevão, o Patriarca Dionísio de Alexandria mandou uma carta para o seu sucessor, o Papa Sixto II, pedindo-lhe sua decisão acerca do caso de um egípcio, que era formalmente um herege, mas que procurara a comunhão com a Igreja, e que pedia para ser rebatizado porque acreditava que o batismo dos hereges não fora feito corretamente. Dionísio perguntou a Sixto se seria correto rebatizar este homem.

Então, Firmiliano na Capadócia era o único bispo oriental que tomou o partido de Cipriano contra o Papa Estevão. E ambos Cipriano e Firmiliano estavam errados! Depois os bispos de Cartago não mais rebatizaram hereges, e São Basílio Magno, sucessor de Firmiliano na Cesareia de Capadócia, também não rebatizou os hereges.

Quanto a Cipriano e Firmiliano, nenhum deles negou o primado de Roma. Por exemplo, mesmo criticando o Papa Estevão, Firmiliano escreveu:

“Mas quão grande é seu erro [do Papa Estevão], quão grande a sua cegueira, que diz que a remissão dos pecados pode ser conseguida nas sinagogas dos hereges, não perpetuando assim a fundação da única Igreja, que fora primeiramente estabelecida por Cristo sobre a Pedra […] E aqui, sobre este assunto, estou justamente indignado com esta insensatez aberta e manifesta de Estevão, logo ele que se orgulha tanto de seu lugar entre o episcopado, e sustenta que ele guarda a sucessão de Pedro, sobre quem as fundações da Igreja foram colocadas, introduz muitas outras pedras (os hereges), e constrói o novo prédio de muitas igrejas, ao manter por sua própria autoridade ele que há Batismo entre eles. Estevão, que se proclama ocupante da sucessão da Cátedra de Pedro, não é movido pelo zelo contra os hereges.” (Epístola de Firmiliano a São Cipriano, LXXV)

Em suma, Firmiliano não discute a dignidade que Estevão possui. Ele somente pensa que Estevão pessoalmente é indigno dela. Quanto a Cipriano, claramente também era um “papista”. Muito antes do conflito com Estevão, Cipriano escreveu o seguinte ao Papa Cornélio, em Roma:

“Com falsos bispos nomeados para si, eles (hereges novacianos) ousam mesmo viajar e levar suas cartas de cismáticos e blasfemos à Sé de Pedro e à principal igreja, na qual a unidade sacerdotal tem a sua origem; eles também não se lembram de que estes são Romanos, aqueles cuja fé fora enaltecida pelo Apóstolo, e a quem a fé herética não pode atingir.” (Cyp. ad Cornelius).

Para Cipriano, a Igreja de Roma era a “principal igreja” e a FONTE de unidade entre os bispos. Ele tinha como primacial a “Sé de Pedro” – porque seu bispo sucedia o próprio Pedro. De fato, em outros momentos, Cipriano chama Roma de “útero e a raiz da Igreja Católica”, e mesmo durante seu conflito com Estevão, Cipriano nunca abandonou esta visão. Por exemplo, na época da contenda, Cipriano mandou um informe a Estevão, dizendo-lhe que o bispo Marciano de Arles juntara-se ao partido do antipapa Novaciano. O Papa certamente já havia sido informado disso pelo bispo Faustino de Lyon e por outros bispos da Gália. Ainda assim, Cipriano (mesmo claramente não sendo nenhum fã de Estevão a essa altura) avisa o Papa, dizendo:

“Você deveria mandar muitas cartas íntegras aos nossos irmãos bispos da Gália, não permitindo mais que o obstinado e orgulhoso Marciano insulte nossa sociedade. […] Portanto mande cartas à província e ao povo de Arles, para que, excomungando Marciano, outro possa ser colocado em seu lugar […], pois todo o copioso episcopado é unido pela cola da concórdia mútua e pelo laço da unidade, para que se algum de nossos irmãos ameace cair em heresia e assim lacerar e devastar o rebanho de Cristo, os outros possam prestar socorro […] Pois embora haja muitos pastores, todos alimentamos um só rebanho.” (Cipriano, Ep. LXVIII)

Aqui, Cipriano está explicando ao Papa porque ele tomou a liberdade de interferir, e ele atribui ao Papa o poder de depor Marciano e ordenar uma nova eleição. Então, Cipriano NUNCA acreditou que Roma carecia de autoridade primacial ou que ele estivesse fora da comunhão com Roma.

>>>>>>O outro Africano, Agostinho, também não estava em comunhão com Roma quando morreu. Nem Tertuliano (embora se possa argumentar que ele era um herege, de qualquer forma).

Você está dizendo que Santo Agostinho de Hipona não estava em comunhão com Roma quando morreu? Me desculpe, Sr. Lawhorn, mas esta é uma afirmação ridícula, e você não tem absolutamente nenhuma razão para fazê-la. Você deve estar se referindo ao conflito de Agostinho com o Papa Zózimo, que ordenou a reabertura do caso contra Pelágio (inimigo de Agostinho) depois que o Papa Inocêncio condenara o pelagianismo. Porém, Zózimo também terminou condenando o pelagianismo. E ao passo que Agostinho claramente não estava satisfeito com Zózimo rever o caso, ele e seus irmãos africanos nunca romperam a comunhão com Roma por isso. Além disso, o Papa Zózimo morreu em 418 d.C., e Agostinho morreu em 430 d.C., 12 anos depois, e MUITO depois que a controvérsia já estava resolvida.

>>>>>>>E como a maioria dos primeiros Padres da Igreja escreveu em Grego e eram ou da Europa Oriental, ou da Ásia, ou da África, a Igreja Ortodoxa – que também considera estes Padres como santos, e descendentes diretos de si, e possui uma teologia idêntica à deles – parece ser a mais velha entre as duas [Igrejas].

Bem, como eu ilustrei acima, “aparências” podem enganar. Você não está vendo a história completa, nem avalia maduramente sua própria herança bizantina, que não representa integralmente a tradição Grega.

>>>>>>Quero dizer, sua teologia não é idêntica àquela dos Padres do Oriente ou mesmo dos primeiros Padres de sua próprio localidade, e parece mais ser um produto da Ortodoxia revisada e expandida por inovações.

É verdade que a Igreja do Ocidente usa algumas construções teológicas que não eram usadas pelos Padres de língua grega. Mas, e daí? Os Padres de língua grega baseavam sua linguagem filosófica na de Platão – um pagão. A Igreja do Ocidente (depois do Cisma) começou a pegar emprestada a linguagem filosófica de Aristóteles – outro pagão. É por isso que as Igrejas do Oriente e do Ocidente tem sido incapazes de comunicar-se entre si por tanto tempo. No entanto, não é a linguagem teológica que é importante, mas o conteúdo por detrás dela. E o conteúdo da Teologia Católica é completamente Apostólico. As “inovações” que você percebe são na forma, e não no conteúdo.

>>>>>>>>>>Acredito que escrever qualquer coisa em defesa da idade dos Coptas e dos Armênios é injustificável, já que a Igreja Ortodoxa os antecede de qualquer modo.

Existem cristãos no Egito e na Armênia muito antes de Bizâncio. Além disso, como eu disse acima, nós católicos temos Coptas e Armênios em comunhão conosco. É atualmente uma Igreja composta de gregos aqueus, gregos antioquenos, e eslavos. O resto do Oriente está fora da nossa comunhão, mas está representado na Unidade Católica.

Retirado de: A VIDA SACERDOTAL

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Exemplos do primado do Bispo de Roma no início da Igreja

27 Quarta-feira Mar 2013

Posted by marcosmarinho33 in Do Santo Padre, o Papa, História da Igreja

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Aniceto, Bispo de Roma, Era Apostólica, Estevão, História da Igreja, papa, patrística, Primado, Victor

“Quando Inácio de Antioquia estava a caminho de Roma para ser executado, em 110 d.C., ele escreveu uma carta aos romanos e falou com uma consideração particular da Igreja de Roma: ‘uma Igreja digna de Deus, digna de honra, digna de felicitação, digna de louvor, digna de sucesso, digna de santificação, e presidente na caridade, guardiã da Lei de Cristo, e ostentadora do Nome do Pai’.

“As Igrejas do Oriente e do Ocidente discordavam acerca da data da Páscoa, sendo que o Oriente optava pelo dia de 14 de Nisã (sem importar em que dia da semana caísse), e o Ocidente ficou com o Domingo após o 14 de Nisã. O Papa Aniceto e Policarpo, bispo de Esmirna, haviam debatido esta questão amigavelmente, mas uma crise surgiu em 180, quando um grupo de asiáticos em visita a Roma observou a data da Páscoa segundo o costume do Oriente. O Papa Victor desejava adaptar a data do Oriente para conformar-se com o Ocidente, o que causou protestos do bispo de Éfeso. Victor excomungou primeiro o grupo de asiáticos em Roma, e depois as dioceses da Ásia – ou ao menos ameaçou fazê-lo. Esta controvérsia é pertinente uma vez que Irineu escreveu ao Papa questionando a severidade de sua decisão. Irineu não questionou a autoridade do Papa de excomungar ou de intervir em outra diocese.

“Cipriano, bispo de Cartago, apelou para o Papa Estevão quando um outro bispo (Marcião de Arles) mostrou-se inflexível em reconciliar os lapsi [traidores] à Igreja, mesmo em leito de morte. A implicação é que o bispo de Roma podia intervir.

“Cipriano discordou do mesmo Papa Estevão sobre rebatizar os hereges. Cipriano pensava que eles deveriam ser rebatizados e o Papa Estevão defendia a inviolabilidade do Único batismo. O Papa ganhou o debate e a Igreja até hoje segue seu ensinamento, mas um cisma maior pode ter sido evitado devido ao fato de Cipriano ter morrido mártir e, portanto, tornou-se incapaz de tornar a discutir este assunto.

“O Papa Estevão é ainda outra vez chamado em apelo. Quando um bispo espanhol (Basilides de Emerita) foi deposto por um sínodo por haver sido um libellaticus (alguém que havia recebido um certificado de haver sacrificado aos deuses [para não ser condenado à morte]), ele apelou ao Papa para ser reintegrado, e conseguiu. A importância deste decisão reside no fato de um bipo espanhol haver considerado que Roma poderia prevalecer sobre um sínodo espanhol, e estava certo.”

Fonte: The Catholic Church Through the Ages, John Vidmar, OP. Paulist Press, 2005. [tradução livre]

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Entre o trono e o altar – Católica fiel às orientações do papa, a princesa Isabel abraça uma causa, alcança uma graça e se torna a redentora dos escravos no Brasil

28 Quinta-feira Jun 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Santa Igreja, Dos Santos e Santas, História da Igreja

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beatificação, brancos, católica, cristandade, D. Pedro II, escravismo, escravocrata, escravos, feminismo, Igreja Católica, igreja e estado, Leão XIII, Lei Áurea, libertação, monarquia, negros, Nossa Senhora Aparecida, papa, política, Princesa Isabel, religião, soberana, vaticano

O mequetrefe ironiza a anistia concedida em 1875 aos bispos durante a Questão Religiosa. Em destaque o duque de Caxias, presidente do Gabinete na época, cavalgando a Constituição, e a princesa.

O mequetrefe ironiza a anistia concedida em 1875 aos bispos durante a Questão Religiosa. Em destaque o duque de Caxias, presidente do Gabinete na época, cavalgando a Constituição, e a princesa.

Uma princesa de vassoura na mão varrendo a igreja? E ainda jogando no corpete de seu vestido o pó recolhido do chão? Apesar de estranha, a cena se passou em Guaratinguetá, em 1884. A personagem era a herdeira do trono de D. Pedro II, a princesa Isabel, que cumpria uma promessa feita anos antes à Virgem Aparecida. A graça alcançada era ter gerado filhos.

Em Petrópolis, a princesa também era vista frequentemente limpando templos católicos. De fato, ela se consumia em atividades religiosas. Cantava no coral da igreja, participava da adoração ao Santíssimo Sacramento, cuidava da ornamentação do altar. Não raro, passava o dia todo na igreja. E assim, aos poucos, começava a incomodar muita gente.

Além das práticas católicas, sua rotina era comum aos padrões das mulheres de seu tempo e de seu segmento social. Em sua casa, na Corte ou em Petrópolis, Isabel se dedicava com afinco ao cultivo de flores, tocava piano, recebia amigos e parentes, escrevia cartas. Ao lado do marido, o conde d’Eu (1842-1922), abria os salões de seu palácio em Laranjeiras para animados saraus e jantares. Mas, em meio a tudo isso, reinava uma forte religiosidade, que marcou não só sua história pessoal como também a própria História do Brasil.

A religião era uma espécie de óculos pelos quais Isabel olhava o mundo. Certa vez, ela censurou D. Pedro II por ter visitado uma sinagoga na Europa. Também implicou com sua visita àescritora George Sand (1804-1876), a quem considerava imoral. Sand era uma precursora do feminismo, defensora de ideias socialistas, famosa por suas roupas masculinas e seus casos amorosos. Uma figura bem diferente daquelas por quem, desde a infância, Isabel demonstrava admiração e devoção, como os reis e rainhas canonizados pela Igreja Católica.  São Luís de França e Santa Isabel, fosse a de Portugal ou a da Hungria, eram seus modelos. Em Caxambu, a princesa iniciou a edificação de uma igreja consagrada a Santa Isabel de Hungria. Em sua primeira viagem à Europa, fez questão de beijar as mãos de Santa Isabel de Portugal, cujo corpo encontrava-se preservado em um caixão. E conforme antiga tradição católica, além de comemorar seu próprio aniversário de nascimento, a princesa também celebrava e recebia presentes nos dias dedicados às duas santas suas homônimas e de quem descendia.

Para Isabel, o Brasil integrava a cristandade, cuja autoridade era o papa, a quem os governantes deviam respeito e submissão. Dessa forma, o exercício da política deveria estar diretamente associado à obediência a esse líder maior, preceito que determinava suas práticas religiosas cotidianas e mesmo sua conduta como regente do Império e herdeira do trono.

Durante a chamada “questão religiosa” (1872-1875), estopim das dificuldades de relação entre a Igreja e o Estado no país, a princesa tomou as dores dos bispos de Olinda e do Pará, presos em 1874 a mando de D. Pedro II por interditarem irmandades frequentadas por maçons. Os religiosos obedeciam a uma recomendação do papa não validada pelo imperador, chefe da Igreja no Brasil, conforme a Constituição do Império. Ao intervir na questão, Isabel questionou o pai. “Devemos defender os direitos dos cidadãos brasileiros, os da Constituição, mas qual a segurança de tudo isso se não obedecemos em primeiro lugar à Igreja?”.

Ospolíticos ligados ao Partido Liberal denunciavam as estreitas ligações entre a herdeira do trono, o episcopado brasileiro e o Vaticano. Como defensores da separação entre Igreja e Estado, viam em Isabel um futuro obstáculo ao seu modelo de sociedade. De fato, durante sua terceira regência (1887-1888), as discussões sobre a adoção do casamento civil, repudiado pelo catolicismo romanizado, foram trancadas no Senado.

Isabel usava sua posição privilegiada para ajudar os necessitados. Promovia concertos, bazares e leilões, mobilizando diversas redes de colaboradores, no Brasil e no exterior. Os recursos angariados eram destinados aos necessitados em maior evidência em cada momento: os refugiados da Guerra Franco-Prussiana (1870-1871) na Inglaterra, as vítimas da Grande Seca do Nordeste brasileiro (1877-1879) e os feridos nas batalhas da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

No Brasil, a princesa abraçou com fervor religioso ainda maior a causa da abolição. Acolheu e alimentou escravos fugitivos em seu palácio. Fomentou campanhas e criou livros de ouro para a subscrição de doações, com o objetivo era angariar fundos para a compra de alforrias. Sua motivação cresceu a partir de 1887, quando o episcopado brasileiro, afinado com as orientações papais, promoveu intensa campanha abolicionista. Por meio de cartas pastorais, os bispos convocaram os católicos do país a promover a libertação de escravos em honra ao jubileu sacerdotal do papa. Como católica fiel às orientações papais, a regente atendeu às suas súplicas. Assim, após uma queda de braço que envolveu a demissão do Gabinete Cotegipe, a Lei Áurea foi assinada em 1888. Dias depois, ainda como princesa regente, ajudou a organizar uma gigantesca missa campal em agradecimento pelo fim da escravidão.

Sem o apoio dos fazendeiros escravistas, a monarquia parecia ameaçada. Isabel confessou mais tarde saber dos riscos que corria. “Fui alertada de que o ato não era político. Mas […] a agitação entre os escravos era crescente. Leão XIII me pressionava e como poderia eu, batizada e livre, suportar que meus irmãos em Jesus Cristo continuassem escravos, enquanto podiam contar apenas comigo para libertá-los?”

A manutenção da escravidão gerava temores, como a eclosão de uma guerra civil entre abolicionistas e escravocratas, como ocorrera nos Estados Unidos, ou uma repetição do ocorrido no Haiti, onde os negros expulsaram os brancos. A libertação sonhada pela princesa seria ordeira e pacífica, de modo a evitar o pesadelo das convulsões sociais. A liberdade deveria ser uma doação e uma bênção. Como “redentora dos cativos”, a princesa via-se agora cumprindo o papel de governante católica com o qual se identificava desde a infância.

Meses depois da Lei Áurea, em setembro de 1888, a princesa recebeu a Rosa de Ouro, uma condecoração oferecida apenas a chefes de Estado em reconhecimento por sua fidelidade à Santa Sé. Por carta, o papa Leão XIII não só lhe agradecia como interpretava a assinatura da Lei como sinal de dedicação de sua “Filha muito amada” às orientações da Sé Apostólica. Nos meios católicos, a celebração em torno da entrega da Rosa de Ouro revestia-se de simbolismos. Para uns, seria o início do Terceiro Reinado, uma espécie de coroação antecipada e chancelada pela Igreja. Outros viam no episódio um novo momento de fundação. Era a “segunda missa no Brasil”, diziam. Mas o fato é que Isabel, durante a solenidade, causou constrangimento nos meios políticos liberais ao jurar fidelidade ao papa, um soberano estrangeiro.

No exílio, após a queda da monarquia, Isabel foi procurada por Silveira Martins (1835-1901), senador do Império entre 1880 e 1889. O assunto era a restauração da monarquia. A ideia era que o ex-imperador e a filha abdicassem em favor do príncipe D. Pedro, o filho mais velho da princesa. O rapaz tinha então 15 anos.  O plano era levá-lo de volta ao Brasil, sem a presença dos demais membros da família imperial.  A chefia do Estado seria entregue a um governo regencial até que o garoto atingisse a maioridade. O ex-imperador aceitou tudo de pronto, mas a princesa foi contra. “Embora brasileira, sou, antes de tudo, católica; e com relação a meu filho ir para o Brasil, jamais o confiarei a este povo[os políticos], já que o meu dever é a salvação de sua alma.” Irritado e desiludido, o político respondeu-lhe prontamente:“Então, senhora, seu destino é o convento!”

A princesa não chegou a herdar o trono de seu pai. No exílio na França, onde permaneceu até sua morte, em 1921, Isabel dedicou-se ainda mais à caridade e a um contato mais próximo com o Vaticano. Durante a velhice, promoveu diversas campanhas de ações beneficentes dirigidas aos brasileiros, tudo com auxílio de amigos e, principalmente, por meio de suas sólidas articulações com o episcopado. Mesmo impedida de ocupar o trono, ela “reinava” a seu modo e à distância. Na França, cultivava em seu palácio um jardim de plantas brasileiras e ensinava a língua portuguesa aos netos. Em seus aposentos, guardava com devoção os objetos que considerava mais sagrados: abandeira imperial brasileira, a coroa do Império, a Rosa de Ouro e uma imagem do Sagrado Coração de Jesus, maior devoção entre os católicos romanizados.

 

Robert Daibert Júnioré professor da Universidade Federal de Juiz de Fora e autor do livro Isabel, a ‘Redentora dos escravos’: uma história da princesa entre olhares negros e brancos (Edusc, 2004).

 

 

Saiba Mais – Bibliografia

CARVALHO, José Murilo de. D. Pedro II: ser ou não ser. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

LACOMBE, Lourenço Luiz. Isabel: a Princesa redentora. Petrópolis: Instituto Histórico de Petrópolis, 1989.

PRIORE, Mary Del. O Príncipe Maldito: traição e loucura na Família Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.

VIEIRA, Hermes. Princesa Isabel: uma vida de luzes e sombras. São Paulo: GRD, 1989.

Saiba Mais – Internet

www.idisabel.org.br

Fonte

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Devoção de Junho: O Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo

02 Sábado Jun 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Doutrina

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Sagrado Coração de Jesus

A devoção ao Coração de Jesus existe desde os primeiros tempos da Igreja, desde que se meditava no lado e no Coração aberto de Jesus, de onde saiu sangue e água. Desse Coração nasceu a Igreja e por esse Coração foram abertas as portas do Céu. 

História

Os Santos Padres muitas vezes falaram do Coração de Cristo como símbolo de seu amor, tomando-o da Escritura: “Beberemos da água que brotaria de seu Coração….quando saiu sangue e água” (Jo 7,37; 19,35).Na Idade Média começaram a considera-lo como modelo de nosso amor, paciente por nossos pecados, a quem devemos reparar entregando-lhe nosso coração (santas Lutgarda, Matilde, Gertrudes a Grande,Margarita de Cortona, Angela de Foligno, São Boaventura, etc.).

No século XVII estava muito expandida esta devoção. São João Eudes, já em 1670, introduziu a primeira festa pública do Sagrado Coração.

Em 1673, Santa Margarida Maria de Alocoque começou a ter uma série de revelações que a levaram à santidade e ao impulso de formar uma equipe de apóstolos desta devoção. Com seu zelo conseguiram um enorme impacto na Igreja.

Foram divulgados inúmeros livros e imagens. As associações do Sagrado Coração subiram em um século, desde meados do XVIII, de 1000 a 100.000. umas vinte congregações religiosas e vários institutos seculares foram fundados para estender seu culto de mil formas.

O apostolado da Oração, que pretende conseguir nossa santificação pessoal e a salvação do mundo mediante esta devoção, contava já em 1917 com 20 milhões de associados. E em 1960 chegava ao dobro em todo o mundo, passando de um milhão na Espanha; suas 200 revistas tinham 15 milhões de inscrições. A maior instituição de todo o mundo.

A Oposição a este culto sempre foi grande, sobretudo no século XVIII por parte dos jansenistas, e recebeu um forte golpe com a supressão da Companhia de Jesus (1773).
Na Espanha foram proibidos os livros sobre o Sagrado Coração. O imperador da Áustria deu ordem que desaparecessem suas imagens de todas as Igrejas e capelas. Nos seminários era ensinado: “a festa do Sagrado Coração provocou um grave mancha sobre a religião”.

A Europa oficial rejeitou o Coração de Cristo e em seguida foi assolada pelos horrores da Revolução francesa e das guerras napoleônicas. Mas depois da purificação, ressurgiu de novo com mais força que nunca.

Em 1856 Pio IX estendeu sua festa a toda a Igreja. Em 1899 Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus (o Equador tinha se consagrado em 1874).

E a Espanha em 1919, em 30 de maio, também se consagrou publicamente ao Sagrado Coração no Monte dos Anjos. Onde foi gravado, sob a estátua de Cristo, aquela promessa que fez ao pai Bernardo de Hoyos, S. J., em 14 de maio de 1733, mostrando-lhe seu Coração, em Valladolid (Santuário da Grande Promessa), e dizendo-lhe: “Reinarei na Espanha com mais Veneração que em muitas outras partes” (Até então a América também era Espanha).

Consagração ao Sagrado Coração

Me entrego e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo, minha pessoa e vida, ações, dores e sofrimentos para que utilize meu corpo somente para honrar, amar e glorificar ao Sagrado Coração.Este é meu propósito definitivo, único, ser todo d’Ele, e fazer tudo por amor a Ele, e ao mesmo tempo renunciar com todo meu coração qualquer coisa que não lhe compraz, além de tomar-te, Ó Sagrado Coração, para que sejas ele o único objeto de meu amor, o guardião de minha vida, meu seguro de salvação, o remédio para minhas fraquezas e inconstância, a solução aos erros de minha vida e meu refúgio seguro à hora da morte.

Seja, Ó Coração de Bondade, meu intercessor ante Deus Pai, e livra-me de sua sabia ira. Ó Coração de amor, ponho toda minha confiança em ti, temo minhas fraquezas e falhas, mas tenho esperança em tua Divindade e Bondade.

Tira de mim tudo o que está mal e tudo o que provoque que não faça tua santa vontade, permite a teu amor puro a que se imprima no mais profundo de meu coração, para que eu não me esqueça nem me separe de ti.

Que eu obtenha de tua amada bondade a graça de Ter meu nome escrito em Teu coração, para depositar em ti toda minha felicidade e glória, viver e morrer em tua bondade. Amém

Santa Margarida Maria Alacoque

Ato para desagravar e consagrar-se ao Sagrado Coração

Ó Coração clementíssimo de Jesus, divino propiciatório pelo qual prometeu o Eterno Pai que ouviria sempre nossas orações! Eu me uno a Vós para oferecer a Vosso Eterno Pai este meu pobre e mesquinho coração, contrito e humilhado em seu divino acatamento, e desejo reparar prontamente suas ofensas, em especial as que recebeis continuamente na Eucaristia, e as que eu por minha desgraça também tenho cometido.Quisera, divino Coração, lavar com lágrimas e apagar com sangue de minhas veias a ingratidão com que todos pagamos vosso terno amor. Junto a minha dor, ainda que leve, com aquela angustia mortal que fizeste com que vós, no horto, suasse sangue apenas com a memória de nossos pecados.

Oferecei-o, Senhor, ao Vosso Eterno Pai unido a vosso amabilíssimo Coração. Dai-lhe infinitas graças pelos grandes benefícios que nos faz continuamente, e supra vosso amor a nossa ingratidão e esquecimento.

Concedei-me a graça de apresentar-me sempre com grande veneração ante o acatamento de vossa divina Majestade, para ressarcir de algum modo as irreverências e ultrajes que em vossa presença me atrevi a cometer, e que de hoje em diante em ocupe com todo meu contato, em atrair com palavras e exemplos muitas almas que o conheçam e gozem as delícias de vosso coração.

A partir deste momento me ofereço e dedico totalmente a dilatar a glória deste sacratíssimo e dulcíssimo Coração. Escolho-o como alvo de todos meus afetos e desejo, e a partir de agora para sempre constituo nele minha perpétua morada, reconhecendo-o, adorando-o e amando-o com todos meus anseios, como que é o Coração de meu amabilíssimo Jesus, de meu Rei e Soberano Dono, Esposo de minha alma, Pastor e Mestre, verdadeiro amigo, amoroso Pai, Guia seguro, firme Amparo e Bem-aventurança. Amém

Oferecimento

Meu dulcíssimo Jesus, que em vossa infinita e dulcíssima misericórdia prometestes a graça da perseverança final aos que comungarem em honra de vosso Sagrado Coração as nove primeiras sextas feiras do mês seguidos: recordai a vossa promessa, e a mim, indigno servo vosso, que acabo de receber-vos sacramentado com este fim e intenção, concede-me que morra detestando todos os meus pecados, esperando em vossa inefável misericórdia e amando a bondade de vosso amantíssimo Coração. Amém.Coração de Jesus, casa de Deus e porta do céu, tende piedade de nós.
Pai nosso…

Coração de Jesus, rico em todos os que vos invocam, tende piedade de nós.
Pai nosso…

Coração de Jesus, esperança dos que morrem em Vós, tende piedade de nós.
Pai nosso…

Liturgia

A liturgia é o culto público, quer dizer, os atos sagrados que por instituição de Cristo ou da Igreja, em seu nome, são realizados seguindo os livros litúrgicos oficiais.Evidentemente refletem de modo autêntico o sentir e a fé da Igreja. Na liturgia são verificados especialmente a potestade de magistério. Quando o magistério propõe aos fiéis como devem render culto a Deus, tem uma particular assistência do Espírito Santo para não equivocar-se e oferecer um caminho certo e seguro de santificação, já que se trata da mais importante finalidade da Igreja.

Onde principalmente se ensina aos fiéis a doutrina e a vida cristã, é na Missa. Pois, bem, o culto público ao Sagrado Coração, foi canonizado em 1765 por Clemente XIII, ao introduzir sua festa litúrgica, com Missa e ofícios próprios.

Este ensinamento, mediante a liturgia, é dada pela Igreja com frases suas ou com frases tomadas da Escritura (quer em seu sentido próprio, quer em seu sentido ajustado). Nas recentes modificações introduzidas com novas leituras e o evangelho na nova missa do Sagrado Coração , o tema bíblico dominante é o do amor a Cristo que se apresenta como Bom Pastor.

A importância que a Igreja concede atualmente ao Sagrado Coração, esta sublinhada pela categoria de sua festa, solenidade de primeira classe, das quais há somente 14 ao ano no calendário universal.

Além disso, a festa de Cristo Rei, também solenidade de primeira classe, esta estreitamente unida à espiritualidade do Sagrado Coração. Pio XI declarou ao instituí-la que precisamente a Cristo é reconhecido como Rei, por famílias, cidades e nações, mediante a consagração a seu Coração. E determinou que em tal festa fosse renovado todos os anos a consagração do mundo ao Coração de Cristo.

Toda esta atitude litúrgica da Igreja tem a finalidade de estimular nossa prática cristã pondo especial interesse em celebrar sua festa: comungando, assimilando seus ensinamentos, utilizando as orações litúrgicas, a consagração, etc. Como dizia Pio XI na encíclica Quas primas: “As celebrações anuais da liturgia têm uma eficácia maior que os solenes documentos do magistérios para formar ao povo nas coisas da fé”.

Consagração da Família aos Sagrados Corações de Jesus e Maria

Santíssimos corações de Jesus e Maria,
unidos no amor perfeito,
como nos olhais com carinho e misericórdia,
consagramos nossos corações,
nossas vidas, e nossas famílias a Vós.
Conhecemos que o belo exemplo
de Vosso lar em Nazaré foi um modelo
para cada uma de nossas famílias.
Esperamos obter, com Vossa ajuda,
a união e o amor forte e perdurável
que vos destes.

Que nosso lar seja cheio de alegria.
Que o afeto sincero, a paciência, a tolerância,
e o respeito mútuo sejam dados livremente a todos.

Que nossas orações
incluam as necessidades dos outros,
não somente as nossas.
E que sempre estejamos próximos dos sacramentos.

Abençoai a todos os presentes
e também aos ausentes,
tantos os vivos como os defuntos;
que a paz estejam conosco,
e quando formos provados,
concedei a resignação cristã
à vontade de Deus.

Mantende nossas famílias perto
de Vossos Corações;
que Vossa proteção
especial esteja sempre conosco.

Sagrados Corações de Jesus e Maria,
escutai nossa oração.
Amém.

Promessas

Principais promessas feitas pelo Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarita de Alacoque:

1.Às almas consagradas a meu Coração, lhes darei as graças necessárias para seu estado.
2.Darei paz às famílias.
3.As consolarei em todas suas aflições.
4.Serei seu amparo e refúgio seguro durante a vida, e principalmente na hora da morte.
5.Derramarei bênçãos abundantes sobre seus projetos.
6.Os pecadores encontrarão em meu Coração a fonte e o oceano infinito de misericórdia.
7.As almas tíbias se tornarão fervorosas.
8.As almas fervorosas serão rapidamente elevadas a grande perfeição.
9.Abençoarei as casas em que a imagem de meu Sagrado Coração estiver exposta e for honrada.
10.Darei aos sacerdotes a graça de mover os corações empedernidos.
11.As pessoas que propagarem esta devoção, terão escrito seu nome em meu Coração e jamais será apagado dele.
12.A todos os que comungarem nove primeiras Sextas-feiras do mês contínuos, o amor onipotente de meu Coração lhes concederá a graça da perseverança final.

A grande promessa: a Eucaristia

Entre as muitas e ricas promessas que Jesus Cristo fez aos que fossem devotos de seu Sagrado Coração, sempre chamou a atenção a que fez aos que comungassem em sua honra as nove primeiras sextas-feiras do mês seguidos. É tal, que todos a conhecem com o nome da Grande Promessa.A Devoção ao Coração divino de Jesus Cristo começou a ser praticada, em sua essência, já no início da Igreja, pois os Santos tiveram muito presente, ao honrar a Jesus Cristo, que tinha manifestado seu Coração, símbolo de seu amor em momentos augustos. Contudo, esta devoção, em sua forma atual, deve-se às revelações que o próprio Cristo fez a Santa Margarida Maria (1649-1690), sobretudo quando em 16 de junho de 1657, descobrindo seu Coração, disse-lhe:

“Eis aqui este Coração que amou tanto aos homens, que não omitiu nada até esgotar-se e consumir-se para manifestar-lhes seu amor, e por todo reconhecimento, não recebe da maior parte mais que ingratidão, desprezo, irreverências e tibieza que têm para mim neste sacramento de amor”.

Então foi quando Jesus deu a sua servidora o encargo de que se tributasse culta a seu Coração e a missão de enriquecer ao mundo inteiro com os tesouros desta devoção santificadora. O objeto e fim desta devoção é honrar o Coração adorável de Jesus Cristo, como símbolo do amor de um Deus para nós; e a vista deste Sagrado Coração, abrasado de amor pelo homens, e ao mesmo tempo desprezado por estes, nos deve mover a amá-lo e a reparar a ingratidão de que é objeto.

Entre as práticas que compreende esta devoção, conformes com o fim da mesma, sobressai a da Comunhão das nove primeiras sextas-feiras do mês, para conseguir além da graça da penitência final, segundo a promessa feita pelo próprio Sagrado Coração a Santa Margarida Maria, para todos os fiéis.

Eis aqui a promessa:

Uma Sexta feira, durante a Sagrada Comunhão, disse estas palavras a sua devota serva:

“Eu te prometo, na excessiva misericórdia de meu Coração, que meu amor todopoderoso concederá a todos os que comungarem nove primeiras sextas feiras do mês seguidos a graça final da penitência; não morrerão em pecado nem sem receber os sacramentos, e meu divino Coração lhe será asilo seguro naquele último momento”.

O que é necessário fazer para obter esta graça:

Comungar nove primeiras sextas-feiras do mês seguidos em graça de Deus, com intenção de honrar ao Sagrado Coração de Jesus.

Como pode ser feita:

Pela manhã pode ter a Comunhão geral em boa hora, e à tarde uma função mais ou menos breve e solene ao Coração de Jesus expondo ao Santíssimo, explicando ou lendo a intenção do mês, o algo sobre ela, rezando as ladainhas ou algum ato de desagravo ou de consagração. Caso de se poder fazer isto à tarde, pode ser feito tudo pela manhã na Missa de Comunhão ou na Missa vespertina se houver.

Quando não há função ou culto público ou não se pode assistir a ele, faça-o em particular o que se faz por outros em público. Para o qual se pode rezar a oração que segue adiante, e além disso as ladainhas do Coração de Jesus ou alguma consagração ao Coração de Jesus.

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Famílias com dois ou mais filhos são mais felizes, assegura autoridade vaticana

29 Terça-feira Maio 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Doutrina, Da Santa Igreja

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aborto, anticoncepcionais, atualidades, Cardeal Ennio Antonielli, doutrina, família, filhos, gravidez, igreja, lei natural, matrimonio, mulher, papa

Cardeal Ennio Antonielli

MADRI, 29 Mai. 12 / 01:16 pm (ACI/EWTN Noticias)

O Presidente do Pontifício Conselho para a Família, Cardeal Ennio Antonelli, assinalou que uma pesquisa feita por este dicastério revelou que as famílias que têm dois ou mais filhos são as que se declaram mais felizes e são as que mais contribuem à sociedade.

Durante sua participação no VI Congresso Mundial das Famílias, que se realizou do dia 25 ao 27 de maio em Madri (Espanha), o Cardeal Antonelli se adiantou uma semana à apresentação do documento, que será feita durante o Encontro Apostólico Mundial das Famílias com o Papa Bento XVI, em Milão.

A autoridade vaticana assinalou que, ante as alternativas de cuidar da família ou trabalhar, “a mulher não deve ser forçada a escolher entre uma e outra esfera. A contribuição da mulher à sociedade é indispensável”.

“Conciliar família e trabalho é uma responsabilidade de ambos os cônjuges. É decisão de ambos determinar quanto tempo cada um tem que ter para dedicar-se à casa e quanto tempo para dedicar-se ao trabalho”.

O Cardeal Antonelli indicou que a família natural é um bem para as pessoas e para a sociedade, por isso “permanecerá sempre. Não é uma instituição do passado, mas sim e sobre tudo, do futuro”.

Para o Presidente do Pontifício Conselho para a Família, a estrutura essencial da família é válida sempre, e remarcou a importância de que o matrimônio sempre esteja aberto ao dom da vida.

Ao referir-se aos ataques contra a família, o Cardeal assinalou que ante o predomínio do discurso relativista, prevalece a consideração da lei natural.

“O positivismo jurídico assegura que o único que vale é a lei da maioria. Não é certo. A razão descobre que ser homem ou ser mulher não é somente um fato fisiológico. A pessoa humana é uma unidade corpórea e espiritual”, afirmou.

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Festejos de Santa Rita

23 Quarta-feira Maio 2012

Posted by marcosmarinho33 in Dos Santos e Santas

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Devoto de Santa Rita que sou, não poderia deixar de participar dos festejos de Santa Rita na paróquia dedicada a ela, aqui em Brasília. Minto, na verdade poderia sim. Mas achei que valia a pena ir lá, afinal era o dia dela, e é meu primeiro ano que tenho devoção a ela, nunca havia ido em uma de suas igrejas,enfim… Lá fui eu.

Estátua de 50m de Santa Rita no Rio Grande do Norte – 20m maior que o Cristo Redentor.

Meu maior medo era da liturgia. Mas, em comparação com os absurdos que vemos a torto e a direita, foi até tranquilo. Quem estragava mais era a equipe de canto. A Missa foi tão bom quanto poderia ser dadas as condições, digamos assim. Mas falando  de algo interessante, lá havia uma relíquia de Santa Rita *-* rezei meu terço diante dela. Depois, descobri que era um pedaço do hábito de S. Rita, que o pároco ganhou de presente quando foi a Cássia. Disseram-lhe que o povo brasileiro é muito devoto de S. Rita, até mais que os italianos. (o que de fato não é de hoje, já que, com especial indulto do Papa, construiram-se capelas em honra a Santa Rita em diversos lugares do Brasil colônia, ainda que esta só tenha sido oficialmente canonizada em 1900!).

Foi muito bom a experiência de ficar, de certo modo, desta amiga junto de Cristo. Pesquisando por aí, achei um pequeno texto muito interessante sobre Sta. Rita, no site Portal São Francisco (já tenho até medo quando falam do pobre do Francisco, já que os TLs e RCCs amam abusar dele para seus planos maléficos), mas o texto é seguro kkk Aqui está:

AS MENSAGENS DE SANTA RITA

Não existem livros, cartas ou diários escritos por Santa Rita. A sua mensagem provém de sua vida simples e heróica. Santa Rita é uma grande evangelizadora. Ela não anuncia a si mesma, mas o Senhor Jesus e a força do seu Mistério Pascal de cruz e Ressurreição. Santa Rita é a manifestação vigorosa do Espírito Santo, que fala e age também na Igreja e no mundo de hoje.
1. MENSAGEM ÀS MULHERES

Santa Rita, antes de mais nada, quer transmitir sua mensagem às mulheres de todas as idades e condições, porque ela conhecer pessoalmente os papéis femininos de filha, esposa, mãe, viúva e religiosa.

Santa Rita anuncia à mulher, o evangelho da liberdade, liberdade der ser ela mesma, de defender a própria dignidade e a de quem é mais fraco.

Ela proclama o evangelho da interioridade, porque sem esta, não existe liberdade, e as coisas passageiras podem facilmente seduzir e escravizar o coração.

Santa Rita encarna o evangelho do serviço, porque somente quem perde a própria vida por amor a encontra verdadeiramente.

Santa Rita de Cássia

Anel Nupcial de Santa Rita: “Formado por duas mãos que se entrelaçam. Tem um grande valor simbólico, pois recorda que um amor autêntico exige fidelidade.”

Santa Rita anuncia aos esposos o evangelho da fidelidade ao próprio cônjuge.

Ela proclama o evangelho do perdão, porque quem erra anda errante e somente será ajudado se não for condenado por nós.

3. MENSAGEM AOS PAIS

Aos pais, Santa Rita anuncia o evangelho da coerência, porque, de fato, só se é educador pelo exemplo.

Ela anuncia o evangelho da confiança, para que, a família, egoisticamente, não se feche ao futuro e não destrua a vida.

Ela proclama o evangelho da oração, porque abrir-se a Deus, significa construir a própria família sobre a rocha.

4. MENSAGEM AOS JOVENS

Santa Rita se dirige aos jovens de hoje como uma mãe aos próprios filhos.

Ela anuncia aos jovens o evangelho da esperança, porque a vida tem sentido, porque Deus nos ama e não nos deixa sozinhos.

Ela proclama o evangelho da obediência, porque somente partindo da humildade se constroem grandes coisas

Santa Rita anuncia aos jovens o evangelho da generosidade, porque com esforço próprio pode-se superar a lógica do ódio e da violência.

5. MENSAGEM A QUEM SOFRE

A quem sofre Santa Rita anuncia o evangelho da proximidade do Deus Crucificado, Consolador e Salvador.

Ela proclama o evangelho da fortaleza em carregar a própria cruz junto a Cristo.

Santa Rita encarna o evangelho da compaixão, porque sofre com quem sofre e socorre todo sofrimento com a sua poderosa intercessão.

6. MENSAGEM AOS CONSAGRADOS

À pessoa consagrada (religiosos e religiosas) Santa Rita anuncia o evangelho da alegria que surge da doação total a quem vale muito mais do que o cêntuplo: o Senhor Jesus.

Ela proclama aos consagrados o evangelho da comunhão, porque na tensão em configurar-se a Cristo “não mais exista homem ou mulher, e todas as divisões sejam superadas”.

Enfim, a todas as pessoas que encontra, Santa Rita anuncia o evangelho da paz universal, para que sejamos todos sempre irmãos e irmãs, filhos e filhas do mesmo Pai.

Fonte: www.santarita-oar.org.br

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Precisamos de santos COM véu e COM batina!

19 Sábado Maio 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Santa Igreja, Dos Santos e Santas

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batina, bispo, clero, freira, hábito, igreja, juventude, monge, monja, padre, papa, rcc, santos de calças jeans, véu

Pra quem quer que tenha escrito a “Carta aos Jovens”, a dos “Santos de Calças Jeans” (que NÃO FOI o Beato Papa João Paulo II) gostaria de dizer que não estamos em condições nenhuma de dizer isso… vide o vazio nos nossos seminários e conventos! Me lembrou o caso recente de uma irmã dos Estados Unidos apelando pra Internet pra achar noviças pro seu convento, porque há DÉCADAS não aparece nenhuma.

Por isso, precisamos SIM de santos COM hábito, COM véu, COM batina…

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“A mão da Igreja é doce também quando golpeia, pois é a mão de uma mãe.” S. Pio de Pietrelcina

"A mão da Igreja é doce também quando golpeia, pois é a mão de uma mãe." S. Pio de Pietrelcina

‎”Cristão é meu nome e Católico é meu sobrenome. Um me designa, enquanto o outro me especifica. Um me distingue, o outro me evidencia. É por este sobrenome que nosso povo é diferenciado dos que são chamados heréticos.” São Paciano de Barcelona

‎”Foi Sempre privilégio da Igreja, Vencer quando é ferida, Progredir quando é abandonada, e Crescer em ciência quando é atacada.” (Santo Hilario de Potiers, Dr. da Igreja).

‎"Foi Sempre privilégio da Igreja, Vencer quando é ferida, Progredir quando é abandonada, e Crescer em ciência quando é atacada." (Santo Hilario de Potiers, Dr. da Igreja).

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