Carta do Cardeal Ranjith à Foederatio Internationalis Una Voce
Primeiramente, quero expressar meu agradecimento a todos vocês pelo zelo e entusiasmo com que promovem a causa da restauração das verdadeiras tradições da Igreja.
Como vocês sabem, é a adoração que aumenta a fé e sua realização heroica na vida. É o meio pelo qual os seres humanos se elevam ao nível do transcendente e eterno: o lugar de um encontro profundo entre Deus e o homem.
Por esta razão, a liturgia nunca pode ser criada pelo homem. Porque se adoramos da maneira que queremos e estabelecemos as normas nós mesmos, então corremos o risco de recriar o bezerro de ouro de Aarão. Temos que insistir constantemente na adoração como a participação naquilo que Deus mesmo faz, pois, do contrário, corremos o risco de nos envolvermos na idolatria. O simbolismo litúrgico nos ajuda a nos elevarmos por cima do que é humano ao que é divino. Neste sentido, é minha firme convicção de que o Vetus Ordo, para o encontro com Deus na liturgia, representa plenamente a maneira mais satisfatória, que chamam mística e transcendente. Portanto, é chegado o momento para nós de não só renovar a nova liturgia através de câmbios radicais, senão também estimular mais e mais a volta do Vetus Ordo, como um caminho para uma verdadeira renovação da Igreja, que foi o que os padres sentados no Concílio Vaticano II tanto desejaram.
A leitura cuidadosa da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, Sacrosanctum Concilium mostra que as alterações introduzidas na liturgia mais tarde, nunca estiveram na mente dos padres do Concílio.
Assim, é chegado o momento para que sejamos valentes em trabalhar por uma verdadeira reforma da reforma e também para um retorno da verdadeira liturgia da Igreja, que se desenvolveu ao longo de sua história bimilenar em um fluxo contínuo. Desejo e rezo para que se suceda.
Que Deus abençoe seus esforços com o êxito.
+ Malcolm Cardeal Ranjith
Arcebispo de Colombo
24/8/2011
texto retirado de: http://www.montfort.org.br/