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“Sola Scriptura” – Somente a Escritura (Bíblia)

13 Segunda-feira Fev 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Doutrina

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bíblia, canon, católica, contradições, doutrina, escrituras, evangélicos, heresias, incoerências, lutero, magistério, papa, protestantismo, reforma, sagradas, scriptura, sola, tradição

Conceito

Sola scriptura é uma frase em latim, cujo significado é “somente a Escritura”.

(wikipédia)

Argumentação

Não há muito o que inventar:

  1. A Bíblia é a única fonte de doutrina cristã (*).

(*) Por “doutrina cristã”, entenda-se “tudo o que um cristão precisa saber para se salvar”, ou “tudo o que Deus queria que você soubesse”, ou algo parecido. Está mais ou menos esclarecido nos comentários, mas qualquer problema, é só perguntar.

Crítica

A Sola Scriptura é auto-contraditória

Logo de início já temos um problema insolúvel: a Sola Scriptura é, em si, uma doutrina cristã. O problema é que a Sola Scriptura não aparece em lugar algum da Bíblia. Daí se conclui que a Sola Scriptura não pode ser fonte de doutrina cristã. Ou seja: como a Bíblia não ensina a Sola Scriptura, então a Sola Scriptura nega a si mesma como fonte de doutrina cristã, sendo auto-contraditória, e portanto inválida.

Só isso já bastaria para dar um veredito, mas os problemas não acabam aqui.

A Sola Scriptura leva ao relativismo bíblico

Se a Bíblia é a única fonte de doutrina, então ela é a única coisa em que um cristão deve confiar. Daqui surge outro problema sério: quem já leu pelo menos alguns trechos da Bíblia sabe que sua interpretação não é fácil, e que é muito comum que duas pessoas interpretem o mesmo trecho de formas diferentes, às vezes até contraditórias. Então, como saber qual das interpretações é a correta? Não posso recorrer à explicação de outra pessoa, pois isso feriria a Sola Scriptura: essa outra pessoa não pode ser fonte de doutrina cristã. Daí se concluiria que não há apenas uma verdade, pois qualquer interpretação da Bíblia seria correta, mesmo quando houver duas interpretações contraditórias de um mesmo trecho. Isso acaba levando a uma forma de relativismo bíblico, o que seria um grande absurdo para qualquer doutrina séria.

Portanto, se a Bíblia é realmente a verdade revelada, então tem que haver uma única interpretação dela, ou haverá várias “verdades” diferentes. Dessa forma, para que se tenha uma doutrina coerente, tem que haver uma autoridade externa à Bíblia, que diga qual é a maneira correta de se interpretar a Bíblia. Essa autoridade externa seria uma fonte de doutrina, o que contraria a Sola Scriptura.

A Bíblia é subordinada à Tradição Católica

O cânon bíblico é uma fonte de doutrina. Porém, a Bíblia não contém seu próprio cânon, que foi definido pela Tradição Católica. Portanto, para que aceitemos a Bíblia como infalível, devemos aceitar também que há pelo menos uma outra fonte de doutrina: o concílio que definiu o cânon bíblico. Essa aceitação contraria a Sola Scriptura.

As primeiras gerações de cristãos não tinham base doutrinária

Se a Sola Scriptura está correta, então os primeiros cristãos viviam sem nenhuma base doutrinária, pois o cânon bíblico só foi definido no século IV. Isso inclui os próprios apóstolos.

A própria Bíblia nega a Sola Scriptura

O último versículo do evangelho de João afirma claramente que há inúmeras verdades históricas que não estão escritas na Bíblia.

No quarto capítulo da epístola aos Filipenses, São Paulo pede claramente que pratiquem o que aprenderam, receberam, ouviram e observaram. Se a Sola Scriptura fosse uma preocupação de São Paulo, certamente apareceria nesse trecho. É interessante notar que além de recomendar a observação de meios não escritos de transmissão da doutrina, simplesmente nem se menciona a exigência de seguir algo que esteja escrito.

Outra visão

Há uma outra visão, menos radical que a apresentada, chamada de “Prima Scriptura” (primeiro a Escritura), que afirma que a Bíblia é apenas a mais importante fonte de doutrina cristã. Ou seja: por essa visão, a Bíblia não seria a única fonte de doutrina cristã, mas está acima de todas as outras. Essa visão evita a contradição implícita, pois não nega que haja doutrina cristã fora da Bíblia.

Porém, ainda temos um grave problema aqui: como explicado anteriormente, o cânon bíblico não existiria sem a Tradição Católica, e portanto a Bíblia está necessariamente subordinada à Tradição, não podendo ser superior a ela. Mesmo os outros cânones existentes estariam necessariamente subordinados à autoridade da pessoa ou grupo que o definiu, e portanto podem ser vistos como uma autoridade secundária.

Conclusão

A Sola Scriptura traz consigo tantas contradições graves, que se torna impossível tratá-la como uma doutrina confiável.

Fonte

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“Sola Fide” (A fé basta!)

13 Segunda-feira Fev 2012

Posted by marcosmarinho33 in Da Doutrina

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erros, falhas, fide, fideísmo, incoerências, lutero, protestantismo, reforma, sola, tiago

Conceito

A Doutrina da sola fide ou “fé somente” afirma que é exclusivamente baseado na Graça de Deus, através somente da fé daquele que crê, por causa da obra redentora do Senhor Jesus Cristo, que são perdoadas as transgressões da Lei de Deus. (wikipédia)

Argumentação

Essa talvez seja a maior diferença entre as diversas denominações cristãs. O conceito por trás de toda essa discussão é a justificação. A Reforma Protestante criou o conceito da justificação apenas pela fé, ao contrário do que dizia a doutrina católica na época (e até hoje), que além da fé seriam necessárias boas obras. A premissa mais comum da Sola fide é a seguinte:

A justificação é somente por intermédio da fé.

Não há divergência em relação à necessidade da fé, pois todas as maiores denominações cristãs concordam que a fé é necessária para a justificação. O problema aqui, portanto, é em relação às boas obras: seriam elas necessárias para a justificação ou totalmente irrelevantes? Dessa forma, como discutir a premissa acima daria margem a desvios do assunto que causa a divergência, acho mais produtivo basear a crítica em uma outra premissa, que apesar de normalmente não ser encontrada de forma explícita, é o motivo central de toda a divergência:

  1. As boas obras são irrelevantes para a justificação.

Argumentos

Para analisar a premissa acima, devemos excluir a Tradição Católica da discussão, afinal, os reformadores não a reconhecem como fonte de doutrina. Portanto, decidi utilizar apenas argumentos bíblicos para analisar a questão. Mesmo sabendo que há argumentos para ambos os lados no Antigo Testamento, vou me ater somente ao Novo Testamento, que apesar de não desfazer a antiga aliança, faz uma nova aliança. Na Bíblia encontraremos argumentos a favor e contra a interpretação:

A favor

  • João 3,16: Jesus afirma que todo aquele crê terá a vida eterna.
  • Atos dos Apóstolos 16,30-31: quando o carcereiro pergunta a São Paulo o que é necessário para a salvação, a resposta é “crê no Senhor Jesus e serás salvo”.
  • Romanos 3,20-28: aqui, São Paulo deixa claro que o homem é justificado pela fé, sem as observâncias da lei.
  • Romanos 10,9-10: São Paulo afirma claramente que quem tiver fé será salvo, e que é crendo que se chega à salvação.
  • Romanos 11, 6: São Paulo afirma que a salvação não é pelas obras, mas pela graça.
  • Gálatas 2,16: São Paulo deixa bem claro que ninguém se justifica pela prática da lei, mas somente pela fé em Jesus Cristo, e que nenhum homem será justificado pela prática da lei.
  • Gálatas 3,11: aqui também fica bem claro que ninguém é justificado pela lei, mas pela fé.
  • Gálatas 3,23-26: aqui se afirma que a lei é o “professor” que nos leva à fé em Cristo, mas que depois de ter a fé, esse “professor” não é mais necessário.
  • Efésios 2,8-9: a salvação não provém dos nossos méritos nem das nossas obras.
  • I João 5,13: São João afirma que quem crê no Filho de Deus tem a vida eterna.

Contra

  • Mateus 5 (sermão da montanha): Neste trecho, além de citar as boas obras (versículo 16), Jesus afirma que não veio para abolir a lei, deixando claro que esta mantém sua importância (versículo 17). O versículo 20 é bem claro: quem não pratica a justiça não entrará no reino dos céus. Os versículos 23 a 26 deixam bem claro que a graça pode ser perdida e que é necessário pedir perdão para reconquistá-la. Por fim, no último versículo, vem o resumo de tudo: “sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito”, o que mostra que a lei continua tendo importância fundamental para a salvação.
  • Mateus 6,1-6: as boas obras receberão recompensas (versículos 4 e 6). Textos parecidos aparecem mais à frente, nos versículos 16 e 18
  • Mateus 6,15: Deus não perdoará aqueles que não perdoarem.
  • Mateus 7,16-20: na forma de parábola, Jesus afirma que as árvores que não dão bons frutos serão cortadas e lançadas ao fogo.
  • Mateus 7,21-27: Jesus deixa claro que nem todos os que creem serão salvos, mas somente os que põem os ensinamentos em prática.
  • Mateus 10,42: as boas obras terão recompensas.
  • Mateus 19,16-19: Quando perguntado sobre o que é necessário para ter a vida eterna, Jesus pede que o jovem observe os mandamentos.
  • Mateus 25,1-13 (parábola das dez virgens): o esposo rejeita as virgens que estavam com as lâmpadas apagadas, dando a entender que a graça pode ser perdida.
  • Mateus 25,14-30 (parábola dos talentos): manda jogar o “servo inútil” nas trevas porque ele não fez nada com os talentos que lhe foram confiados.
  • Mateus 25,31-46 (descrição do juízo final): Jesus deixa bem claro que os que não fizeram boas obras durante a vida serão mandados para o castigo eterno.
  • Lucas 19,12-27 (parábola das minas): semelhante à parábola dos talentos (provavelmente a mesma, contada de maneira ligeiramente diferente): aquele que não multiplicou as minas perdeu até a única mina que possuía.
  • Romanos 2: nos versículos 5 e 6, São Paulo afirma claramente que no dia do juízo final cada um será cobrado segundo suas obras. Isso é confirmado um pouco mais à frente, no versículo 12, que diz que seremos julgados pela lei. O versículo seguinte também é claro ao afirmar que serão tidos por justos os que praticam a lei.
  • Romanos 6,23: neste versículo, São Paulo deixa bem claro que o salário do pecado é a morte. Isso significa que ao pecar a graça é perdida, e portanto, a fé sozinha não basta para a salvação.
  • Romanos 13,2: aqui São Paulo afirma que a resistência à autoridade é motivo de condenação, deixando claro novamente que a fé sozinha não é bastante para obter a salvação.
  • I Coríntios 13: todo o capítulo exalta o valor a caridade, o que já seria um indício de sua importância, mas o versículo 2 não deixa dúvida alguma, ao deixar bastante explícito que a fé sozinha não basta. O último versículo também é bem claro ao colocar a caridade acima da fé.
  • I Timóteo 2,15: a salvação se dá através da fé, da caridade e da santidade.
  • I Timóteo 4,8: a piedade tem a promessa da vida presente e da futura.
  • Hebreus 12,4-17: São Paulo explica a importância da luta contra o pecado e do arrependimento, dizendo claramente no versículo 14 que sem a santidade ninguém pode ver o Senhor.
  • Tiago 2,14-26: aqui, São Tiago deixa bastante claro que a fé não basta, mas deve ser acompanhada de boas obras.
  • I Pedro 3,21: a salvação pela consciência boa.
  • I João 3,17-18: no primeiro versículo, São João afirma que quem não ajudar um irmão com necessidade não tem o amor de Deus, e no segundo versículo pede que não amemos somente com palavras, mas também com atos.

Crítica

Aqui colocarei trechos próximos dos trechos citados (dentro do mesmo contexto, portanto), que possam dar a entender que o trecho isolado não tem o sentido que aparentemente foi mostrado acima:

Trechos com argumentos a favor

  • João 3,16: apesar de falar que todo aquele crê terá a vida eterna, nos versículos seguintes Jesus condena as más obras (versículos 19 e 20) e exalta as boas obras (versículo 21).
  • Atos dos Apóstolos: não vejo contra-argumentos próximos a essa parte do livro. Porém, ao analisarmos o livro dos Atos dos Apóstolos como um todo, vemos que ele é uma narrativa da primeira geração de cristãos, e sua intenção principal e registrar fatos, e não descrever ou embasar doutrinas. Dessa forma, confiar cegamente em uma descrição como sendo o embasamento de uma doutrina me parece um ato imprudente, pois como o autor não tinha a intenção de embasar a doutrina, pode ter deixado de registrar outras partes da conversa, que foram suprimidas por não acrescentar nada ao contexto descritivo desejado.
  • Romanos: como apresenta trechos aparentemente contraditórios, essa epístola é analisada de forma mais detalhada, mais abaixo.
  • Gálatas: no capítulo 2, São Paulo afirma que se se a justiça pudesse ser obtida pela lei, então Cristo teria morrido em vão (versículo 21). Esse trecho parece ser justamente o argumento central de Paulo: a fé é absolutamente necessária à justificação, e a lei sozinha simplesmente não é suficiente. Em outras palavras: quem segue a lei mas não tem fé não está justificado. Dessa forma, me parece claro que a preocupação de São Paulo nessa epístola é em afirmar que a fé é indispensável, mas não negar a lei, ou afirmar que esta tornou-se dispensável. É também interessante notar que o capítulo 3 cita dois trechos do Antigo Testamento que reafirmam a importância da lei: Deuteronômio 27,26 no versículo 10 e Levítico 18,5 no versículo 12. Isso também dá a entender que a ênfase de Paulo está em lembrar a necessidade da fé, mas nunca negar a necessidade de seguir a lei. Olhando isoladamente os versículos 23 a 26 do capítulo 3, realmente parece que São Paulo pretende afirmar que lei foi revogada, mas se olharmos todo o contexto, em especial o conteúdo dos capítulos 2 e 3, vemos que não é exatamente isso que está sendo dito.
  • Efésios 2,8-9: os primeiros versículos deste capítulo mostram que o pecado leva à morte. O final do capítulo seguinte (3) também é claro ao afirmar que a caridade consolida a fé.
  • I João 5: logo em seguida, no versículo 16, São João afirma claramente que há pecados que levam à morte. Daí se deduz que a fé sozinha não é suficiente para a salvação. Os últimos versículos do capítulo 3 afirmam que é pela observância aos mandamentos que permanecemos em Deus.

Trechos com argumentos contrários

  • Não encontrei contra-argumentos próximos a nenhum dos trechos citados, à exceção da Epístola aos Romanos, comentada abaixo.

Textos aparentemente contraditórios

  • Romanos: como aparentemente temos argumentos contraditórios, temos que analisar a epístola mais profundamente, de forma a tentar entender a intenção de São Paulo de escrevê-la. Ao fazer essa análise, percebemos que a epístola foi feita para criticar a situação dos que dizem ter fé mas que não cumprem a lei. Portanto, fica claro que a intenção não foi afirmar que a lei é dispensável. Pelo contrário: percebe-se que a intenção foi enfatizar que quem diz ter fé deve agir conforme a lei. Além dos trechos já citados acima como argumentos contra a Sola fide, ainda há outros pontos da epístola que confirmam essa intenção:
    • 2,5-8: este trecho diz que Deus retribuirá a cada um segundo as suas obras.
    • 3,31: este versículo é bastante claro quando diz que de modo algum a lei é destruída pela fé, mas pelo contrário, a fé dá força à lei.
    • 6,1-2: este trecho mostra que devemos continuar observando a lei, mesmo já tendo fé. Os versículos 12 e 13, mais à frente, reafirmam que o pecado deve ser evitado.
    • 6,15: este versículo me parece o mais claro de todos,  pois mostra que quando São Paulo falou que o homem é justificado pela fé, sem as observâncias da lei, queria na verdade dizer que o homem que tem fé já não precisa se preocupar em cumprir a lei, porque isso já é uma consequência natural. Ou seja: o homem de fé não está dispensado de cumprir a lei. Pelo contrário: ao decidir se tornar um servo da justiça, também se comprometeu em manter-se afastado do pecado.
    • 8,13: aqui fica claro que quem vive segundo a carne há de morrer, o que mostra que a lei não está abolida.
    • 9,32: esse até parece ser um versículo a favor da Sola fide, mas São Paulo é claro ao afirmar que Israel não conseguiu a justificação porque buscava só obras e não a fé. Ou seja: o versículo mostra que obras sem fé não são suficientes para a justificação, mas de maneira alguma pretende dizer que as obras são desnecessárias.
    • 12 a 14: estes capítulos são inteiramente dedicados a citar obras, algumas que devem ser feitas e outras que devem ser evitadas pelos cristãos.

Conclusão

Vejo nos trechos que supostamente contêm argumentos a favor da Sola fide, textos que exaltam a fé, mas em momento nenhum vejo uma declaração explícita de que as boas obras são desnecessárias. Em todos os pontos onde essa interpretação pode ser dada, vemos que há trechos do mesmo livro que desfazem essa possibilidade de interpretação.

Outro ponto interessante é que esse conceito (de irrelevância das obras) praticamente inexiste nos Evangelhos. O único trecho aparentemente favorável a essa interpretação (João 3,16) é esclarecido ainda no mesmo capítulo. Mais um ponto importantíssimo é o levantado na epístola de Tiago: a fé sozinha não significa muita coisa, afinal os demônios também têm fé (Tg 2,19).

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Santo do Dia: Santo Odilo (962-1049)

19 Quinta-feira Jan 2012

Posted by marcosmarinho33 in Dos Santos e Santas

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católica, cluny, cristo, deus, igreja, monástica, mosteiro, odilo, reforma, religioso, santo, virgem

Santo Odilo

Odilo nasceu em 962, na cidade francesa de Auvergne. Seu pai era Beraldo, da nobre família Mercoeur e sua mãe Gerberga. Narra a tradição, que a sua vida espiritual começou na infância, aos quatro anos de idade. Era portador de uma deficiência nas pernas que o impedia de andar. Certa vez, sua governanta o deixou sentado na porta da igreja, enquanto foi falar com o padre. Odilo aproveitou para rezar e se arrastou até o altar, onde pediu à Virgem Maria que lhe concedesse a graça de poder caminhar. Neste instante, sentiu uma força invadir as pernas, ficou de pé e andou até onde estava a empregada, que, junto com o vigário, constatou o prodígio.

Assim que terminou os estudos ingressou no Mosteiro beneditino de Cluny, em 991. Tão exemplar e humilde foi seu trabalho que, quando o abade e santo Maiolo sentiu que sua hora era chegada, elegeu-o seu sucessor, em 994. Este cargo, Odilo ocupou até a morte.

Ele era um homem de estatura pequena e aparência comum, mas possuía uma força de caráter imensa. Soube unir suas qualidades inatas de liderança e diplomacia, com a austeridade da vida monástica e o desejo de fazer reinar Cristo sobre a terra. Desta maneira conseguiu, num período difícil de conflitos entre a Igreja e o Império, realizar a doutrina de paz e fraternidade pregadas no Evangelho. Exerceu sua influência sobre os dois, de modo que se estabeleceu a célebre “trégua de Deus”, conseguida, grande parte, por seu empenho.

Como alto representante da Igreja que se tornara, era procurado e consultado tanto pelos ilustres da corte como pelos pobres do povo, atendendo a todos com a mesma humildade de um servo de Cristo. A sua caridade era ilimitada, tanto que, para suprir as necessidades dos famintos e abandonados, chegava a doar as despensas do mosteiro. Até a valiosa coroa, presenteada pelo imperador Henrique II, e os objetos sagrados da Abadia foram vendidos, quando a população se viu assolada pela peste, em 1006. Mesmo assim os recursos foram insuficientes, então, Odilo se fez um mendigo entre os mendigos, passando a pedir doações aos príncipes e à aristocracia rica, repassando para a população flagelada.

No trabalho religioso, aumentou a quantidade dos mosteiros filiados à Abadia de Cluny, que de trinta e sete passaram a ser sessenta e cinco. Naquela época, Cluny se tornou a capital de uma verdadeira reforma monástica, que se difundiu por toda a Europa e, pode-se dizer que Odilo, quinto abade de Cluny, era considerado o verdadeiro chefe da cristandade, porque o papado teve de se envolver com os problemas políticos da anarquia romana.

Em 998, por sua determinação, todos os conventos beneditinos passaram a celebrar “o dia de todas as almas”. Data que Roma implantou para todo o mundo católico em 1311, com o nome de “dia de finados”. Foi ainda eleito Arcebispo de Lion pelo povo e pelo clero, chegando a ser nomeado pelo Papa João XIX, mas recusou o cargo.

Em 31 de dezembro de 1049, morreu com fama de santidade, no mosteiro de Souvigny, França. O seu culto foi reconhecido pela Igreja e incluído no calendário dos beneditinos de todo o mundo, cuja comemoração passou do dia 2 de janeiro para 19 de janeiro.

fonte: http://www.paulinas.org.br/

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‎”Foi Sempre privilégio da Igreja, Vencer quando é ferida, Progredir quando é abandonada, e Crescer em ciência quando é atacada.” (Santo Hilario de Potiers, Dr. da Igreja).

‎"Foi Sempre privilégio da Igreja, Vencer quando é ferida, Progredir quando é abandonada, e Crescer em ciência quando é atacada." (Santo Hilario de Potiers, Dr. da Igreja).

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