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Recentemente, em minha paróquia, aconteceu a Missão Mariana dos Arautos do Evangelho. Deixando de lado as heterodoxias internas que este grupo possa apresentar, devo dizer que fizeram um trabalho impressionante, como disse meu pároco, “algo que não se acreditava possível de fazer.”
Eles iniciaram sua missão numa segunda-feira (30/04) a noite, com a Santa Missa de abertura, e terminaram no Domingo (05/05), também a noite, com a Santa Missa de encerramento. Nem uma semana completa foi. Devo acrescentar que muitas pessoas nem sequer sabiam do que estava acontecendo.
Santuário dos Arautos
Bom, no tempo em que eles ficaram aqui, todos os dias começavam e terminavam com a Santa Missa. Novus Ordo, é verdade, mas muito bem celebrada. Com direito a Canto Gregoriano, paramentos litúrgicos dignos, patena na hora da comunhão, e o que mais percebemos, é claro, a falta do “Paz de Cristo!”, de palmas e etc. Alguns abusos aqui e ali, mas de qualquer modo, bem melhor que o geral. (Olha o que a situação nos faz dizer… eleger como ótimo aquele que simplesmente é menos pior.)
Enfim, ainda que com falhas, eles foram a experiência mais forte e próxima que as pessoas de minha paróquia tiveram com a Tradição. Desde a liturgia até o modo de conduzir a procissão, era no mínimo ‘curioso’ como eles o faziam.
Na Missa de encerramento, com a Coroação de Nossa Senhora, a igreja estava tão cheia, tão cheia, que de fora não se via as portas da igreja: só se via gente, gente e mais gente. Até uma menina de véu apareceu!
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Quase uma semana depois do encerramento, no Sábado (12/05), nossa Paróquia sedia mais um evento, a passagem da Cruz e Ícone da JMJ – Jornada Mundial da Juventude, que neste fim de semana estava percorrendo as cidades do Distrito Federal.
Meu grupo (o Praesidium Jovem da Legião de Maria) ficou responsável de rezar o Angelus (sim, no tempo pascal) durante a meia hora que a Cruz e o Ícone estariam conosco. Eu, particularmente, não estava interessado em ir, mas já que nos incumbiram desta tarefa, nós fomos.
Estava previsto que o evento começaria com uma Vigília das 8h as 11h, quando chegaria a Cruz, que ficaria até 11h30 e partiria então pro Recanto das Emas. Vale lembrar que esses símbolos da JMJ estão percorrendo o mundo, vieram diretamente do Papa, estão diretamente ligados a juventude, estão sendo anunciados desde meses atrás, e enfim, tem tudo pra chamar a atenção da comunidade, até mesmo daqueles que não são muito de Igreja. Tanto que eles tiveram direito a 2 dias de festa na Esplanada de nossa Capital. O dia de Nossa Senhora de Fátima, porém, não teve tanta sorte.
Chegando a igreja que receberia a Cruz, vi que estavam montando um palco em frente a entrada da igreja. Percebi que tinha um poster do Papa, alguns enfeites, e -eis que vejo- a terrível bateria. Aquilo, como sempre, foi uma visão de embrulhar o estomago. É sinal de que algo ruim vai acontecer.
Bom, depois vi que o evento não era só da minha Paróquia, mas (pelo que pude ver) de várias, senão todas as paróquias de Samambaia. Toda hora chegavam padres, e alguns, devo acrescentar, sem a menor distinção de um sacerdote.
Aí, sobem três meninas vestidas com roupas a la Gennie, a gênia da lâmpada mágica, com cores vibrantes como as meninas super poderosas. Elas eram as animadoras, pelo que vi. Aí, começou o ‘aquecimento’. Uma música de torturar os ouvidos e uma dancinha de querer arrancar os olhos, ficavam repetindo até que chegassem a Cruz e o Ícone. Me pergunto se se portariam desse jeito se no lugar da Cruz tivesse o próprio Cristo crucificado, e no lugar do Ícone, sua Mãe Santíssima… tenho medo que a resposta seja sim.
Aí, um dos sacerdotes com menos cara de sacerdote, vestiu sua alva, pôs a estola, e foi fazer companhia as 3 meninas coloridas, lá no palco. E então dançou, cantou, pulou, bateu palminhas… me senti como num show do Marcelo Rossi! Os outros foram menos ‘animadinhos’, mas não vi ninguém repreendendo a atitude. Pelo contrário, tenho certeza que tudo havia sido planejado com antecedência.
E então, depois de um momento de ‘animação e descontração’, chegam a Cruz e o Ícone. Nem preciso dizer a desorganização que foi pra ver quem levava, quem buscava, quem fazia corrente em volta… típico!
Mais um pouco de animação, e então começa a celebração (calma, não foi a Santa Missa, graças a Deus!). O tema foi respeito a vida, em virtude da recente aprovação do aborto dos anencéfalos. Tudo foi normal, na medida do carismatismo. Até que chegou a hora de eu ir rezar o Angelus (único motivo pelo qual eu estava ali). Acho que esqueceram de avisar o padre que nós íamos rezar, e ele começou e terminou a oração. E nós, ficamos com cara de tacho atrás dele. Subimos e descemos. Fim da história.
Depois, mais um pouco de bagunça, bagunça, a Cruz deu uma volta no estacionamento onde estávamos, aí a Benção final, terminada com a bagunça final. Aí levaram a Cruz embora.
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Pode parecer sem sentido ter dito tudo isso, mas deixe-me fazer algumas comparações. Em primeiro lugar, é interessante notar que esses dois eventos aconteceram no mesmo lugar. Mesma capela de Nossa Senhora de Fátima.
No entanto, o primeiro movimentou a paróquia todinha, LOTOU a capela que já não é pequena, ainda que só tivesse sido avisado no Domingo anterior a abertura das Missões e tivesse sido restrito só pra nossa Paróquia. A chegada da Cruz e do Ícone, no entanto, era, ou melhor, deveria ter sido, um evento quase histórico na comunidade. Teve a presença de todas as comunidades de Samambaia, um planejamento bem maior, enfim, ‘outro nível’.
Porém, qual conseguiu mais ‘público’?
Em qual podemos ver ‘Deus chamando os jovens’?
É na nova evangelização a la modinhas?
Ou foi na experiência mais próxima com a Tradição que a Paróquia já teve?
Só mais um relato pra mostrar aquilo que todos nós já sabemos. Esse modernismo travestido de igreja não dá em nada, não ‘edifica’ nada, não é ‘encontro verdadeiro com Jesus’, como afirma ser.
Jovem não quer inovação. Jovem quer é TRADIÇÃO!

Jovens da KJB (Organização Jovem da Fraternidade São Pio X)