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Essa é uma técnica para tentar demonstrar que os Evangelhos não são válidos devido às suas diferenças, e podem vir mais ou menos dessa forma:

  • NEO-ATEU: Qual dos 4 Evangelhos é o verdadeiro?
  • REFUTADOR: Os quatro.
  • NEO-ATEU: Mas há diferença entre eles, alguns fatos são relatados de forma diferente! Então os Evangelhos não podem ser válidos!

Assim, pede-se uma amostra de diferenciação entre os Evangelhos, e o neo-ateu pode apresentar vários, como o Evangelho de João, que relata que dois anjos estavam presentes no sepulcro vazio de Cristo(João 20,12) e o de Mateus, que relata que havia apenas um anjo(Mateus 28,2), e isso invalida a veracidade dos Evangelhos. Obviamente, ele pode apresentar outras diferenças nos relatos.

O grande problema aqui é que os neo-ateus precisam conhecer um pouco mais sobre testemunhos. Em qualquer tipo de narrativa de Testemunho é esperado que haja discrepâncias, pois algumas pessoas dão mais ênfase a algumas partes, e outras dão prioridade a outras. Desde que os testemunhos não sejam opostos, não há problema em diferenciar-se os relatos em casos de ordem dos acontecimentos, por exemplo(desde que não sejam diferenças gritantes, obviamente). O caso dos anjos também não é diferente: O relato de haver um anjo não exclui a possibilidade de haverem dois anjos, e a diferença entre esses dois relatos é esperada.

Em qualquer tipo de testemunho, os relatos com pequenas discrepâncias são esperados, já que é difícil que as pessoas se lembrem de todos os detalhes e dos mesmos detalhes, mas que elas citem coisas diferentes devido a suas personalidades diferentes, pois prestavam atenção em coisas diferentes e isso leva a lembranças levemente diferentes. Essas lembranças distintas fazem com  que os relatos sejam, também, distintos.

A suspeita de fraude ocorre em duas situações: (1) Quando os relatos são mutuamente excludentes ou (2) Quando eles são idênticos. Quando eles são excludentes é perceptível o motivo, já que um lugar não pode estar vazio e cheio ao mesmo tempo. Se um diz que o local não tinha ninguém, e o outro diz que ele estava lotado então percebe-se um problema: A discrepância é grande demais!

Porque, então, desconfiam de relatos idênticos? Porque é exatamente isso que se espera de pessoas que combinaram e ensaiaram a mentira antes de contá-la. Se os relatos são idênticos, os dois acharam todas as coisas igualmente importantes? Isso não é um tanto esquisito? É de se esperar que eles tenham dado mais importância a detalhes diferentes, e isso faz com que o relato deles seja distinto. Diferenças nas falas, detalhes e, dependendo do tempo decorrido após o evento, até na ordem de algumas coisas(exemplo: Jogamos bola e depois almoçamos é diferente de almoçamos e depois jogamos bola. Contudo, se isso ocorreu há bastante tempo não é de surpreender que haja uma confusão na ordem desses acontecimentos) não são nada surpreendentes. Esquisito seria se eles conseguissem lembrar das coisas de modo exatamente igual.

E não sou eu que estou dizendo isso, tenham isso em mente, não fui eu que percebi essas coisas. Isso é usado em testemunhos reais, pois separam-se os dois(ou mais) que estiveram presentes e mandam que eles contem a história, levando em conta os fatores que citei e fazem o julgamento dos testemunhos de acordo com os elementos que citei.

Conclusão:

O neo-ateu, ao tentar demonstrar uma invalidade nos evangelhos, acaba confirmando o relato dos evangelistas! Basta lembrar que discrepâncias pequenas nos relatos são esperados, e que só haveria problema se os relatos fossem mutuamente excludentes ou idênticos e a tese neo-ateísta está derrubada.