Etiquetas
adereços, antiguidades, batina, bispo, cardeal, castidade, celibato, entrega, escolha, hierarquia, moda, modéstia, mundano, padre, papa, pureza, roupas, sacerdote, sangue, símbolos, tradição, vestimenta
A batina ou sotaina é uma veste eclesiástica, própria de diáconos, presbíteros, bispos e seminaristas. Tradicionalmente, possui 33 botões de alto a baixo, representando a idade de Cristo, e cinco botões em cada punho, representando as cinco chagas de Cristo. Pode ser usada com uma faixa à cintura, cuja cor varia segundo o grau na hierarquia católica. Sua cor mais comum é o preto, usado por seminaristas, diáconos e presbíteros, com um colarinho branco. O preto representa a morte para o mundo, e o branco, a pureza.
Padres
Veste comum dos sacerdotes em geral, bem como dos seminaristas e diáconos transitórios. Em regiões de clima quente, é permitido que se use batinas de cores mais claras, como cinza, creme ou branco. A mozeta é a peça que cobre os ombros e o pescoço, pode ser circular ou retangular. No século 7, quando foi criado, ela era uma espécie de capuz que simbolizava a disciplina dos sentidos e do pensamento do sacerdote. A faixa que eles levam na cintura representa rins cingidos, ou seja, castidade.
Bispos
Bispos usam batina preta ou violácea, com filetes vermelhos e faixa violácea. Também há a possibilidade de usar uma batina toda roxa. Além disso, alguns bispos também usam a batina com detalhes vermelhos, própria de cardeais. Outros, por sua vez, usam a batina comum preta, sem detalhes, no seu dia-a-dia.
Cardeais
Já os cardeais usam batina preta ou vermelha, com filetes e faixa vermelhos. O vermelho representa o sangue que eles estão dispostos a perder pelo Santo Padre e pela Santa Igreja. Também há a possibilidade de usar uma batina toda vermelha.
Papa
O Papa veste batina inteiramente branca. Isso se deve ao fato de que São Pio V, que era dominicano, quando foi eleito Pastor Universal da Igreja, não queria deixar seu hábito. A partir daí, tornou-se padrão entre os Papas.
O uso da batina por clérigos católicos tem início com a preservação da parte destes das vestes talares dos antigos romanos. A cor preta padronizou-se a partir do seu uso pela Companhia de Jesus. Desde o Concílio Vaticano II, é permitido ao clérigo católico a opção da camisa clerical, mas a batina continua sendo sua veste eclesiástica própria, e a Igreja recomenda que na medida do possível não seja dispensada.
*Monges e Frades
Hábito é o nome que se dá à determinadas vestes de ordens monásticas, que variam de acordo com a Ordem. As ordens religiosas são a forma mais comum da vida consagrada na Igreja. Umas das mais comuns são:
Franciscano: Hábito como de um eremita, representa a pobreza e desapego das coisas do mundo, com um cordão na cintura e frequentemente um capuz. Feita normalmente de tecidos simples, duráveis, identifica de longe o franciscano, que ao exemplo do pobrezinho de Assis, procura afastar-se o máximo dos bens materiais para alcançar maior glória espiritual. Lembra-nos das palavras do Senhor: “Enviou-os a pregar o Reino de Deus e a curar os enfermos. Disse-lhes: Não leveis coisa alguma para o caminho, nem bordão, nem mochila, nem pão, nem dinheiro, nem tenhais duas túnicas” (Lucas 9, 2-3). Uma curiosidade é que o hábito de São Francisco era originalmente cinza, diferente da maioria das representações que vemos hoje.
Franciscanos
Carmelita: Constituído por um hábito marrom, encimado pelo Escapulário de Nossa Senhora e por vezes com uma capa amarela por cima, estas vestes são uma das mais antigas da história das Ordens, remontando a aparição da Virgem Maria no Monte Carmelo. Esta ordem é a primeira Ordem a ter Nossa Senhora como sua padroeira por excelência, daí sua relação direta com o Escapulário.
Carmelita
Beneditino: O hábito dos monges de São Bento é geralmente preto, composto por túnica, cinto, escapulário, e capuz, e um traje maior para a adoração pública. Durante a Idade Média, os beneditinos eram chamados de Monges Negros. Se o preto da batina representa a morte para o mundo, isso fica mais evidente nesta ordem, que tem por base o “ora et labora” (reza e trabalha), que sempre se caracterizou como eremitas que se retiravam do mundo para uma maior e mais perfeita união com Deus.

Beneditinos
Dominicano: O historiador dominicano William Hinnebusch afirma que “a vestimenta, a cor e o corte expressam a pobreza, castidade e obediência (que o frade) assumiu”. O hábito da ordem é composto por túnica, escapulário e capuz brancos, juntamente com capa e capuz negros, cinto de couro e rosário. O capuz costumava ser simplesmente acoplado ao escapulário, mas tornou-se desvinculado deste e evoluiu para uma bastante elegante capa de ombros com capuz. Estes, devido a sua capa, ganharam o nome de Frades Negros, ainda que boa parte de suas vestes sejam brancas; esta era uma capa que cobria quase todo o hábito, usada para aquecer e viajar.
Dominicanos
Adereços:
Cruz peitoral – Usada por bispos, deve ficar na altura do peito como símbolo de que os sacerdotes guardam a cruz no coração. A cruz do Papa normalmente é dourada.
Anel do Pescador/Episcopal – O Anel do Pescador é o anel do Papa. Este contém o seu brasão e antigamente era usado para selar as cartas pontifícias. É dito “do Pescador” porque São Pedro era um pescador, e foi chamado por Cristo para ser pescador de homens; o Papa é o sucessor de Pedro. Sempre que um Papa morre, o anel é destruído, e com o material deste, fabrica-se o do próximo Pontífice. Os anéis episcopais são colocados no dedo anelar, como uma aliança, que representa o compromisso que o bispo tem de guiar a Igreja, esposa de Jesus Cristo. Este anel deve ser beijado sempre que se cumprimenta um bispo ou o Papa, em sinal de respeito e obediência.
Báculo – Símbolo de autoridade e jurisdição, só pode ser usado no território de domínio do bispo. Representa o pastor que zela por seu rebanho, ao mesmo tempo que os lidera. O Papa, no lugar do báculo, usa a férula papal, que é encimado por um crucifixo, enquanto que os báculos tem a ponta curvada para ilustrar a submissão deste ao Sumo Pontífice.
Dom Tarcísio Nascentes dos Santos
Solidéu – é um pequeno barrete usado na cabeça por clérigos da Igreja Católica, semelhante à quipá judaica. Na Igreja Católica o solidéu foi adotado inicialmente por razões práticas — para manter a parte tonsurada da cabeça aquecida em igrejas frias ou úmidas — e sobreviveu como um item tradicional do vestuário clerical. Ele consiste de oito partes costuradas, com um pequeno talo no topo. Todos os membros ordenados da Igreja Católica podem usar o solidéu. Como grande parte da indumentária eclesiástica, a cor do solidéu denota o grau hierárquico de quem o usa: o solidéu do Papa é branco, o dos cardeais é vermelho e designa-se por barrete cardinalício, e o dos bispos, abades territoriais e prelados territoriais é violeta. Monsenhores usam solidéu negro com algumas linhas violeta. Padres e diáconos usam solidéu negro, embora o uso do solidéu por padres (com exceção dos abades) seja extremamente raro, e ainda mais raro entre diáconos. Todos os clérigos que possuem caráter episcopal (isto é, que são bispos), retêm o solidéu durante a maior parte da missa, removendo-o no início do cânon e recolocando-o depois de concluída a comunhão. Os demais clérigos não podem usá-lo senão fora da liturgia. O solidéu marrom é usado pelos franciscanos, que usam o hábito desta cor.
Solidéis franciscano, cardinalício, episcopal e prebiteral, respectivamente.
Barrete – Barrete eclesiástico ou litúrgico é usada pelo clero e seminaristas durante as celebrações litúrgicas e/ou sempre que estejam de vestes corais (batina e sobrepeliz) ou sagradas para cobrir a cabeça. Tem vários formatos, mas o mais comum é de forma quadrada com três palas na parte superior e com uma borla ao meio. A parte desprovida de pala fica para o lado da orelha esquerda. A cor do tecido que reveste o cartão, dos vivos e da borla é de acordo com a dignidade eclesiástica de quem o usar. Representa a autoridade de quem o usa.
Barretes presbiterais
Mitra – é uma insígnia episcopal utilizada pelos prelados da Igreja sejam eles: abades, bispos, arcebispos, cardeais ou mesmo o Papa. A mitra é a cobertura de cabeça prelatícia de cerimônia. Simboliza um capacete de defesa que deve tornar o prelado terrível aos adversários da verdade. Por isso, apenas aos bispos, salvo por especial delegação, cabe a imposição do Espírito Santo no sacramento do Crisma ou Confirmação. A Mitra oriental é fechada e assemelha-se a uma coroa.
Mitra
Vale lembrar que no caso do Sumo Pontifíce há uma outra insígnia, que hoje não se usa mas existe na Igreja há séculos, que é a Tiara Papal. De acordo com a Catholic Encyclopedia, está é “uma rica cobertura para a cabeça, ornamentada com pedras preciosas e pérolas, que tem a forma de uma colméia, possuí uma pequena cruz no ponto mais alto, e também é equipada com três diademas reais“. Vale lembrar que é usada em atos não-litúrgicos, como procissões papais ou solenes atos de jurisdição. Nas funções litúrgicas, o papa veste uma mitra pontifícia.
Tiara Papal
gostaria tanto que nós seminaristas na Diocese da qual eu faço parte, pudessémos usar a Batina… pena que por conta de alguns todos pagam e também pelo secularismo que interfere nas vestimentas diarias clericais.
É mesmo uma pena, até dentro da Igreja a religião é perseguida.
Teoricamente, todo clérigo pode e deve usar a batina. Ninguém tem autoridade de suprimir isso.
Sugiro que, com a graça de Deus, se chegar a ordernar-se padre, use sua batina, como convém aos sacerdotes.
Reze por mim!
Abraços.
Também sou seminarista e também gostaria de poder usar batina. Mas, mais importante é nossa obediência, meu irmão. Prossigamos fiéis.
A obediência é importantíssima, com certeza. E justamente, é preciso obedecer a Deus antes de todos, depois dele ao Papa, e assim sucessivamente.
Se um bispo decide proibir algo que deve ser, pela lei da Igreja, permitido, a obediência a esta ordem não tem nada de mérito, mas sim conivência com o erro.
Abs.
Bom Irmao em Cristo, que a paz esteja contigo, alguém dizia, aquilo que “seja a mudanca que voce quer ver.” Foi isso que fez S. Francisco e tantos outros homens de boa vontade. Estou totalmente deacordo consigo. Os discipulos de Cristo devem ser luzeiros, sinais indentificados, para que os Irmaos a eles recorram.Termino com uma pequena história de Sta.Madre Teresa de Cacutá. Duas Irmas religiosas foram de férias e dicidiram nao vestir o hábito religioso, como eram ainda jovens, a certa Altura dois jovens comecaram a segui-las, elas comecaram a ficar preocupadas, pois os jovens nao sabiam que elas eram religiosas.Dicidiram entao entrar numa esquadra policial e dizer ao policia de service, que eramreligiosas e que dois jovens as seguiam com se elas fossem duas jovens descomprometidas. A resposta do policia foi; como voces sabem que eu sou policia? sabemos porque está fardado como policia, muito bem disse o plicia, pois se vós também estivesses vestidos com os vossos hábitos de religiosas concerteza os jovens nao vos seguiriam. Sim meu Irmao a Igreja precisa de ser sinal presente e nao um grupo á paisana e disfarcado.
Deus o abencoe hoje e sempre.
Antonio
É verdade o que disse o Marcos.
Antes é preciso obedecer ao Papa, nele somos fiéis a Deus.
Mas, temos de ter prudência, é claro, mas não deixar que os perseguidores da Igreja sufoquem a tradição que perdura desde os séculos passados.
Obrigado,
É preciso divulgar isso.
Abraços.
Gostei da postagem!
Quem dera realmente víssemos mais sacerdotes e religiosos com amor ao seu hábito ou traje clerical apropriado. Que belo é ver alguém na multidão com um hábito, passa uma mensagem! Como dizia certa vez uma padre amigo meu, “o padre não é um homem, mas o sacrifício de um homem”…usar a batina é simbolizar este sacrifício perpétuo. A o hábito não faz o religioso, mas o dignifica. Importante também que este traje esteja em conformidade com nosso real espírito, pois do contrário é apenas farisaísmo. Quando eu puder quero usar apenas duas roupas, meu hábito carmelita e minha batina, não quero outra roupa. Não quero continuar a viver a mercê da moda e das tendencias, quero viver exclusivamente em obséquio de Jesus Cristo…
Caro Sr.
Paz e Bem!
Gostaria de elucidar um pequeno equívoco. Não na postagem em si, mas na imagem a ela relacionada. Quando fala do hábito franciscano, a imagem relacionada é de membros dos Filhos da pobreza do Santíssimo Sacramento, a Fraternidade Toca de Assis. Esta fraternidade não faz parte da Família Franciscana, por não descender de São Francisco de Assis, além de ter Regra de Vida própria que não a de São Francisco, de 1209. Por isso, caso pense ser oportuno, substitua a imagem por outra de frades da OFM (frades menores) ou OFMCap (Frades Menores Capuchinhos), ou ainda, OFMConv (Frades menores Conventuais). Estas três são da Família Franciscana.
Fraternalmente,
Frei Abreu, OFM